Sábado, 18 de Junho de 2016

Museu de Rádio e Televisão no Japão

O Museu de Radiodifusão da NHK (Tóquio), além do piso de entrada, tem dois de exposição e um com biblioteca digital. Nele aprendi duas coisas, a primeira delas a importância dos media eletrónicos na comunicação do século XX. A memória coletiva dos povos reside muito nela. O museu é tecnológico, com apresentação de peças (televisões, rádios), um estúdio de televisão (mas não da rádio) e um arquivo digital de programas de televisão. Há também sons mas não me parece existir em tão grande quantidade como o arquivo de imagens.

O segundo elemento que aprendi foi o da importância da comparabilidade das culturas mediáticas. Embora o Japão mantenha forte as tradições (isso vê-se no teatro e no modo como muitas pessoas, pelo menos em alguns dias, usam quimono), as tecnologias eletrónicas vieram trazer uniformizações (a globalização, como se escreve hoje). Nos momentos em que pesquisei no arquivo de imagens televisivas, encontrei um programa de festival da canção japonês de meados da década de 1960. A orquestração, o tipo de vestuário e mesmo a linha melodiosa de música ligeira eram quase iguais a um programa emitido em Portugal. A grande diferença é a língua.

Tal significa que a definição de programação popular na televisão passou por passos semelhantes em vários países. A influência americana parece-me mais saliente que a europeia no caso de Portugal, a seguir este exemplo acima identificado.

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Quinta-feira, 19 de Maio de 2016

Jornalismo e guerra colonial

Saiu o livro organizado por Sílvia Torres, O Jornalismo Português e a Guerra Colonial, numa edição da Guerra e Paz. O livro começou por ser um projeto organizado na Universidade Nova de Lisboa, agora ampliado na edição. A organizadora define a obra como teórico-prática: além do conhecimento científico engloba narrativas individuais. Sílvia Torres escreve que o "jornalismo é um bem público essencial para a compreensão de fenómenos, acontecimentos e ações" (p. 34).

Do que já li, destaco dois capítulos finais que relacionam jornalismo e história: um mais conceptual (José Manuel Tengarrinha) e outro mais de carpintaria (do investigador que escreve sobre o passado a partir das notícias de jornais, Aniceto Afonso). Sem estar totalmente em acordo com o que ambos escrevem, noto que são textos fundamentais para a matéria objeto do livro.

A primeira parte parece-me estruturante do livro, pois dá título ao livro. Ainda não lidos por mim, vou dedicar atenção, num primeiro momento, aos capítulos assinados por Carla Baptista e Sílvia Torres. A segunda parte está intitulada Censura e a terceira tem dezoito entrevistas, a maioria de profissionais que trabalharam nas antigas colónias ou foram repórteres. Uma ideia fica já gravada na minha memória: quase nada se escreveu sobre a guerra colonial exceto as notas oficiais das forças armadas ou do governo. A censura a isso obrigava. Os efetivos militares chegaram aos cem mil e, por dia, houve dois mortos: "O silêncio imposto pelo regime faz a guerra parecer distante, faz a guerra parecer ausente, de certa forma, torna a guerra inexistente" (p. 413, texto de Aniceto Afonso).

Li já os textos de (sobre) Diamantino Pereira Monteiro e David Borges. Fico-me por este último: entrou a trabalhar em Rádio Clube de Huíla (Sá da Bandeira, hoje Lubango) com 16 anos, terminando o 5 ano liceal com muito esforço. Fez de tudo: radioteatro, publicidade, jogos de futebol e reportagens por mato dentro. No começo, também programas de discos pedidos, essenciais para a existência da estação: cada pedido de disco era pago, Ele lia os cartões com os pedidos e punha os discos no ar. Era uma rádio feita por brancos e para um auditório branco. Apenas havia um programa feito por dois negros em umbundo, uma das línguas angolanas, que passava diariamente música africana. O programa "era um mundo absolutamente exótico para nós, porque não percebíamos nem o que eles diziam, nem as letras das músicas que eles passavam" (p. 184).
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Quarta-feira, 18 de Maio de 2016

50 Anos de Rádio em Angola

50 Anos de Rádio em Angola, de José Maria Pinto de Almeida, é um livro de memórias de gente que fez rádio naquele país, do arranque das estações em cada cidade (Rádios Clubes) até 1975 (em alguns casos até depois). Não é uma história da rádio mas uma história das pessoas que fizeram a rádio. Não é um livro de um autor mas de muitos locutores, técnicos e homens de cultura que nasceram em Angola ou adotaram aquele país como o seu. Ao ler o livro, verifico que a rádio em Angola teve tão ou maior importância que em Portugal - pela dimensão, pela originalidade, pelas influências (Portugal, Brasil, culturas locais).

É um livro de cultura maioritariamente branca, pensei num primeiro momento. Mas o que este retrata nos 50 anos de rádio naquele país foi o que foi feito, logo não existe razão para a crítica. E, depois, cria espaço para os esforços de promoção da música angolana, branca e negra. Se aparece o Duo Ouro Negro, há atenção para N'gola Ritmos, Elias Dia Kimuezo, Liceu Vieira Dias (Muxima), Lurdes Van-Dúnem.

Da leitura das páginas do livro de José Maria Pinto de Almeida, revejo alguns dos nomes mais importantes na rádio portuguesa, a começar pelo pioneiros Fernando Curado Ribeiro e Joana Campina, idos para Nova Lisboa (Huambo). Mas também Fernando Alves, Emídio Rangel, Carlos Cruz, Carlos Brandão Lucas, Alexandre Caratão, Sebastião Coelho, Paulo Cardoso, Alice Cruz, Maria Dinah, Adelino Gonçalves, Jaime de Saint-Maurice, Celestino Leston Bandeira, Jorge Pêgo, António Macedo, António Taklim, Jorge Perestrelo, Rui Romano, Júlio Coutinho Antunes, Humberto Mergulhão e Natália Bispo. E muitos outros, que nunca ouvira os nomes.

Há estações que registo como sendo das mais importantes, como Rádio Clube de Huíla, Rádio Clube de Huambo, Rádio Ecclesia, Rádio Clube de Angola, Emissora Oficial de Angola. E programas como Luanda (de 1962 a 1975). José Maria Pinto de Almeida, o autor do livro, foi também o grande animador do programa (pp. 46-49). No arranque do programa, ele é apresentado como um rapazinho desconhecido que dançava twist, o ritmo da moda, no cinema Restauração, operadorzeco que substituía o operador Armando Rebordão Correia na abertura da estação às sete da manhã, já a mostrar uma tendência para a sonoplastia. Quem o conhece dele diz que foi o maior sonorizador da rádio angolana e, com isso, também ganhou muita fama e proveito. O livro agora editado é o velho sonho dele - um balanço de carreiras fabulosas e ricas de locutores, sonoplastas e escritores. Onde descobri, por exemplo, que Leston Bandeira foi locutor de desporto para os lados longínquos do Moxico (estou certo do sítio?).

Ao ler o livro é que compreendi a saudade dos que deixaram Angola: os cheiros, a savana, a Mutamba e o Bairro Operário de Luanda, os embondeiros e os animais, a poesia e as artes. Em que a rádio, lê-se no livro, foi um elemento muito importante. Nestes dias de leitura do livro, fiquei apaixonado por Angola e encantado pela cultura feita pelos homens da rádio em Angola.

Leitura: José Maria Pinto de Almeida (2016). 50 Anos de Rádio em Angola. Casal de Cambra: Caleidoscópio. 247 páginas, 34,98 euros.

Observação: ao longo do texto, a maior parte das palavras não estão separadas, o que causa bastantes problemas de leitura.
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Quinta-feira, 12 de Maio de 2016

Memórias em torno da história da rádio

Do livro de José Maria Pinto de Almeida (50 Anos de Rádio em Angola, p. 107, pp. 112-113), retiro o seguinte:

1) "Estive lá [Angola, um reino mágico como Camelot ou a Atlântida] uma dúzia de anos fabulosos. Lá casei e conheci gente fantástica. A melhor e a pior. De lá consegui ficar com a mulher, o cão, as fotografias do casamento, duas ou três mudas de roupa e as recordações. Acho que fiquei com o importante. Em 73, recusei uma proposta para ficar na América a trabalhar. E quando ampliaram a proposta lembro-me de ter dito: «Não vale a pena... não saio de Angola por dinheiro nenhum». A verdade é que saí meses depois, mas de facto não foi por dinheiro nenhum" (João Fernandes, que, no texto, recorda João Sebag, Herberto Hélder, Edite Soeiro e Acácio Barradas, entre outros).

2) João Saldanha foi comentarista em Rádio Guanabara (1960) e trabalhou na TV Rio [de Janeiro]. Quando começou a ditadura no Brasil, ele passou a viajar com frequência para a Europa, até que o convidam para selecionador de futebol (1969). E o meu passado de comunista, perguntou? No curto período em que foi selecionador, nunca perdeu a oportunidade de falar das torturas e dos presos e dos desaparecidos do seu país. Ele gostava de ser entrevistado por repórteres da rádio. Um dia, à entrada do estádio Maracanã, perguntaram se ia ver o jogo. Respondeu: "não, vim visitar o museu do índio". Dentro do estádio, outro repórter perguntou se tinha gostado da relva. Respondeu: "aguenta aí companheiro, ainda não a provei".
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Quarta-feira, 11 de Maio de 2016

Radio-Toulouse e Radio-Andorre no livro de Sylvain Athiel

O livro de Sylvain Athiel é de 2008: Conquérants des Ondes! L'Incroyable Aventure de Radio-Toulouse et Radio-Andorre. Na contracapa, o autor fala de rádios periféricas mas, no fim de contas, da liberdade das ondas (ou da guerra das ondas, se quisermos ver de outro prisma), numa luta quase permanente entre propriedade privada e estatal. Radio-Toulouse e Radio-Andorre foram mitos, em que o slogan da última - Aqui Radio Andorra - testemunha essa força.

O livro de Athiel leva o leitor até à Toulouse da década de 1920, onde apresenta os pioneiros da rádio que, devido ao seu talento e a métodos (políticos, económicos) que se podem contestar, fundaram um dos impérios mediáticos mais ambiciosos do século XX, pelo menos na Europa. Os fundadores foram Léon Kierzkowski (1877-1959),, na imagem à esquerda, e Jacques Trémoulet (1896-1971), o primeiro comerciante de equipamentos e peças eletrónicas, e o segundo jornalista. Ambos tiveram a ideia de montar uma estação de rádio em Toulouse que retransmitisse a programação de uma estação de Paris, até se tornarem independente e criarem uma estação autónoma, num tempo em que o Estado não queria abrir a mão das estações de rádio à atividade privada.



Nem sempre os processos usados pelos dois sócios foram os de maior lisura. A uma primeira associação, eles manipularam a sua direção e tornaram-se os únicos proprietários. A luta contra os PTT (os CTT franceses) foi violenta, numa altura em que os correios tinham a força de um ministério (como em Portugal), a quem chamavam os petetistas (seriam os cetetistas franceses, se a palavra existisse aqui).

Mas foram inovadores e empreendedores. Saliento o uso do speaker (locutor) Jean Roy, que trabalhou sempre na Radio-Toulouse (365 dias por ano) entre 1925 e 1944. O uso do gira-discos, a relação entre música e palavra, a defesa da região de Toulouse face ao poder centralista de Paris, a passagem de artistas e da cultura no auditório de Radio-Toulouse, a perspicácia da instalação de uma estação no principado de Andorra como porta de acesso (ou defesa) face à ponderável permanente atitude de nacionalização da rádio por parte do Estado. Saliento um facto: quando um Zeppelin voou da Alemanha para os Estados Unidos, a Radio-Toulouse estabeleceu uma ligação com uma estação alemã e o balão voador, uma experiência de interligação de sucesso num mundo em rápido progresso tecnológico.

Entre Kierzkowski e Trémoulet, este último foi o estratega e o criador do império mediático. O problema de ambos foi a II Guerra Mundial. Acusados de retransmitir a programação do lado do governo instalado em Vichy, foram acusados de colaboracionistas com o nazismo. O processo político seguinte foi nefasto para os dois sócios: ficaram sem os seus bens e Trémoulet foi condenado à morte. Mas este escapou dado estar a residir na Suiça. Depois, mercê de testemunhas abonatórias ao seu comportamento, a condenação foi retirada. Mas ficou a marca e a desconfiança. Radio-Toulouse foi fechada em 1944, com a concorrência estatal na cidade a controlar a rádio. Uma das acusações era o uso noturno da estação para a transmissão de mensagens codificadas para os serviços secretos alemães, a horas em que a estação não emitia programação.

Trémoulet, dados os seus conhecimentos, refez o império mediático, ao comprar uma rádio em Tânger, depois cedida quando Marrocos nacionalizou os bens estrangeiros. E Trémoulet fez uma parceria com Ramón Serrano Suñer (1901-2003), conhecido por cunhadíssimo (cunhado de Carmen Polo, mulher do ditador Francisco Franco), promotor do envio da Divisão Azul, unidade militar integrada na Wehrmacht que lutou contra a União Soviética, e responsável pela deportação de republicanos espanhóis para campos de concentração alemães. A Rádio Intercontinental, em Madrid, resultou dessa parceria. Mais tarde, em Portugal, os dois instalariam uma estação a transmitir para o leste europeu. Isso faz parte de uma investigação minha em curso.

O texto de Sylvain Athiel não é um monótono livro de História mas lê-se como um romance, com discurso direto, e uma espécie de trama policial. A vida de Trémoulet dava, por si, um romance ou filme, com um capítulo dedicado a Portugal (este ainda não feito). Athiel é diretor na empresa A2PRL e vice-presidente na empresa Pyrénées FM, La Radio des Vallées e vive em Toulouse.

Mais recursos de leitura: Radio-Toulouse.
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Terça-feira, 10 de Maio de 2016

Rádio em Angola a partir de José Maria Pinto de Almeida

A ler freneticamente 50 Anos de Rádio em Angola, de José Maria Pinto de Almeida. Ele trabalhou nomeadamente na Rádio Ecclesia.Quem o conhece diz-me que foi o maior sonoplasta e produtor de rádio de Angola em termos de popularidade e de retorno publicitário.
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Sábado, 7 de Maio de 2016

A história da rádio segundo Álvaro de Andrade (7)

Em 1970, numa coleção de artigos no Diário Popular, Álvaro de Andrade escreveu sobre as memórias do tempo em que era colaborador da Emissora Nacional, logo nos seus primeiros anos de atividade. O texto de hoje saiu em 15 de setembro de 1970 e versou sobre um cortejo regional folclórico. Já o Estado Novo dominava politicamente o país e António Ferro ensaiava as suas estratégias de arte e cultura popular a culminarem nas comemorações dos centenários de 1940.


Em 1938, ainda Henrique Galvão estava à frente da Emissora Nacional de Radiodifusão, a estação organizou o Grande Cortejo Regional do Campo Grande. Álvaro de Andrade contou três mil homens e mulheres, do Minho ao Algarve, representando os vinhedos, os pomares, as amendoeiras, o jaspe.

O desfile durou cerca de duas horas. Duas notas, a primeira para escrever o seguinte: à época, o Campo Grande ficava no extremo da cidade e era local de feiras e corridas de automóveis. Penso que, algum tempo depois, o Benfica funcionava num estádio de tábuas, antes de se mudar para as Amoreiras e se fixar na Luz, espaço depois ocupado pelo Sporting. Segunda nota: o desfile de quilómetro e meio de extensão lembra a atual marcha de Santo António, pela avenida da Liberdade abaixo.

Carros alegóricos, etnografia, orfeões e bandas de música faziam parte da reconstituição histórica, um dos objetivos do desfile, dividido em doze grupos. O jornalista destacou a representação da Estremadura, e de Lisboa, os pescadores da Nazaré, com um barco puxado a bois, e os campinos do Ribatejo. Álvaro de Andrade seria o organizador do grupo do Minho.
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Terça-feira, 3 de Maio de 2016

Reportagem no ar de Tempo Zip

Naquele dia, Vera Lagoa foi generosa na prosa (Rádio & Televisão, 4 de abril de 1970). Ida no avião Caravelle (TAP), na inauguração do programa Tempo Zip, encontrou-se com Fialho Gouveia, José Nuno Martins, Joaquim Letria, Edite Soeiro, Mário Zambujal e Baptista-Bastos. Uma inauguração assim, num avião novo que partiu de Lisboa, andou pela península de Setúbal e regressou a Lisboa, nunca tinha acontecido. Depois, já nos estúdios da Rádio Renascença, ela cruzou-se com Manuel Freire, João Paulo Guerra (sem barba mas com um grande bigode), Raul Solnado, Torcato da Luz e Carlos Cruz. Vera Lagoa tinha uma rubrica muito lida no Diário Popular, Bisbilhotices, e o texto em Rádio & Televisão, também do grupo do Banco Borges & Irmão, tinha ingredientes semelhantes. João Paulo Guerra sentia-se bem, por haver um bom entendimento na realização do programa e ele conhecia todos os colaboradores, de Michel Giacometti a Urbano Tavares Rodrigues (Rádio & Televisão, 25 de abril de 1970). Quatro anos depois, a repórter ali generosa e alguns dos seus colegas separar-se-iam politicamente- ela no semanário Sol, à direita, alguns deles defendendo a luta de classes, à esquerda.

O programa de rádio Tempo Zip, após o sucesso do programa televisivo Zip-Zip, ficou na história como um dos melhores de sempre e um marcador da rádio nova.  Foi uma sessão que os protagonistas nunca esqueceriam, tanto mais que Fialho Gouveia e Carlos Cruz, além da televisão, tinham feito o programa PBX em Rádio Clube Português, em 1968, o primeiro marcador dessa rádio nova. Logo depois, a Rádio Renascença emitia 24 horas por dia, com o jovem José Manuel Nunes a assegurar a emissão de madrugada, em 1972 Carlos Cruz era nomeado responsável pelos noticiários e em setembro de 1972 João Paulo Guerra era despedido (ao mesmo tempo que Adelino Gomes) devido a um relato sobre o assassínio de atletas israelitas levado a cabo por um comando palestiniano nos Jogos Olímpicos de Munique.





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Sexta-feira, 29 de Abril de 2016

O sonho de Ricardo Isidro, o médico da coxinha do Tide

Ricardo Isidro e Lily Santos Frias foram os célebres protagonistas dos folhetins Tide, da Rádio Graça, que, depois, vieram a ser conhecidos pelos folhetins da Coxinha. Ele encarnava a personagem de um médico, ela a de uma deficiente (coxeava). Propôs-se operá-la e torná-la uma pessoa normal. Mas apaixonou-se por ela. Após a morte da esposa do médico, este ficou livre e casou com a antiga coxinha. O enredo lento da história, no tocante à agonia de Raquel, a má da radionovela, exasperou as ouvintes do programa das 14:30. O rápido casamento e o nascimento de uma criança fizeram chegar à estação roupas para bebé, numa confusão entre ficção e realidade. O detergente patrocinador dos folhetins cessou a sua ligação à rádio em 1961, mas ficou marcada na cultura popular radiofónica essa relação, nomeadamente com a Rádio Graça.

Profissionalmente a trabalhar num escritório, Ricardo Isidro reaparecia no mundo da rádio em 1968 e confessava-se: estava perto dos cinquenta anos de idade sem conseguir realizar o seu sonho de sempre: viver de e para o teatro (Plateia, 21 de janeiro de 1969).


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Quinta-feira, 28 de Abril de 2016

Ruy Castelar e Noite é Nossa

Noite é Nossa foi um programa das 3:00 às 6:00 em Rádio Clube Português de 1967 a 1975: "muitos ouvintes, que toda a noite trabalham nos mais diversos misteres, escolhem a nossa música e as nossas palavras como companhia para as suas labutas". Música do jazz ao ié-ié, da cançoneta romântica ao fado sentimental, lia-se na notícia (Plateia, 9 de abril de 1968).


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