Quarta-feira, 22 de Abril de 2015
Em 2006, eu e o professor Pedro Magalhães produzimos dois textos sobre públicos de museus e de música da Fundação Calouste Gulbenkian. Alguns dos dados, os mais importantes, foram publicados no primeiro volume organizado pelo professor António Barreto dedicado aos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian.
Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2007
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007
No livro Fundação Calouste Gulbenkian. Cinquenta anos, 1956-2006, cujo lançamento foi relatado aqui (29 de Novembro de 2007) o coordenador da obra, António Barreto, escreve no primeiro capítulo do primeiro volume acerca da opinião pública quanto à Fundação.
Partindo de relatórios feitos por Pedro Magalhães e por mim mesmo, Barreto fala de dois principais grupos de públicos da Fundação, o primeiro dos quais é constituido por beneficiários (bolsas de estudo, subsídios de investigação, apoios sociais). Já o segundo grupo, aquele que me interessa aqui realçar, é o dos visitantes, espectadores e utentes dos museus, serviços educativos, concertos de música, outros espectáculos e Biblioteca da Arte.Em 2005, houve 210 mil visitas ao Museu Gulbenkian e 165 mil ao Centro de Arte Moderna (CAM), 150 mil assistiram a concertos de música e 4 mil consultaram a Biblioteca da Arte (e 1500 na biblioteca de Paris).Conclui Barreto (p. 52): "a análise dos públicos da Fundação, nas suas diferentes áreas de actuação, revela-se algo talvez previsível: os que frequentam as suas actividades são geralmente pessoas cultas, informadas, com estudos ou cursos superiores e elevadas qualificações académicas, muito acima das médias da população".Há diferenças etárias e de geração nas diversas actividades em estudo: os públicos dos concertos e espectáculos musicais são de idade avançada (acima dos 50 anos) e os dos museus muito mais jovens. O carácter elitista dos frequentadores da Gulbenkian acentua-se na música erudita: mais de 70% possuem curso superior. As assinaturas para ingresso nos concertos atingem 53% dos bilhetes vendidos, o que significa um público fiel mas fechado. Maioritariamente constituido por homens (52%), tem uma elevada taxa de reformados e residentes na Grande Lisboa (95%), desempenhando (ou tendo desempenhado) funções profissionais relevantes, e com poder de compra elevado.Já os públicos dos museus são femininos (57%), jovens (média de idades de 35 anos), metade tem graus académicos iguais ou superiores à licenciatura (como muitos estão ainda em percurso escolar estima-se que atinjam uma percentagem mais elevada, se os mesmos respondentes participassem num novo inquérito daqui a uns anos). De igual modo que os públicos dos concertos, os públicos dos museus dedicam-se muito a práticas culturais (leitura, teatro, bailado, ópera, cinema). Dentro dos museus - Gulbenkian e Centro de Arte Moderna -, os públicos do segundo espaço são mais assíduos nas visitas e estão muito empenhados em actividades culturais.Sendo públicos esclarecidos, obtêm informação em brochuras, programas, cartazes, sítio da Gulbenkian na internet, assim como na publicidade nos media (p. 55).O inquérito que esteve por detrás dos dados foi realizado em 2005. No caso dos concertos musicais, foram entrevistados espectadores de seis concertos na parte final de 2005 (música sinfónica e música de câmara, na Fundação e no Coliseu dos Recreios) (p. 53).
No livro Fundação Calouste Gulbenkian. Cinquenta anos, 1956-2006, cujo lançamento foi relatado aqui (29 de Novembro de 2007) o coordenador da obra, António Barreto, escreve no primeiro capítulo do primeiro volume acerca da opinião pública quanto à Fundação.
Partindo de relatórios feitos por Pedro Magalhães e por mim mesmo, Barreto fala de dois principais grupos de públicos da Fundação, o primeiro dos quais é constituido por beneficiários (bolsas de estudo, subsídios de investigação, apoios sociais). Já o segundo grupo, aquele que me interessa aqui realçar, é o dos visitantes, espectadores e utentes dos museus, serviços educativos, concertos de música, outros espectáculos e Biblioteca da Arte.Em 2005, houve 210 mil visitas ao Museu Gulbenkian e 165 mil ao Centro de Arte Moderna (CAM), 150 mil assistiram a concertos de música e 4 mil consultaram a Biblioteca da Arte (e 1500 na biblioteca de Paris).Conclui Barreto (p. 52): "a análise dos públicos da Fundação, nas suas diferentes áreas de actuação, revela-se algo talvez previsível: os que frequentam as suas actividades são geralmente pessoas cultas, informadas, com estudos ou cursos superiores e elevadas qualificações académicas, muito acima das médias da população".Há diferenças etárias e de geração nas diversas actividades em estudo: os públicos dos concertos e espectáculos musicais são de idade avançada (acima dos 50 anos) e os dos museus muito mais jovens. O carácter elitista dos frequentadores da Gulbenkian acentua-se na música erudita: mais de 70% possuem curso superior. As assinaturas para ingresso nos concertos atingem 53% dos bilhetes vendidos, o que significa um público fiel mas fechado. Maioritariamente constituido por homens (52%), tem uma elevada taxa de reformados e residentes na Grande Lisboa (95%), desempenhando (ou tendo desempenhado) funções profissionais relevantes, e com poder de compra elevado.Já os públicos dos museus são femininos (57%), jovens (média de idades de 35 anos), metade tem graus académicos iguais ou superiores à licenciatura (como muitos estão ainda em percurso escolar estima-se que atinjam uma percentagem mais elevada, se os mesmos respondentes participassem num novo inquérito daqui a uns anos). De igual modo que os públicos dos concertos, os públicos dos museus dedicam-se muito a práticas culturais (leitura, teatro, bailado, ópera, cinema). Dentro dos museus - Gulbenkian e Centro de Arte Moderna -, os públicos do segundo espaço são mais assíduos nas visitas e estão muito empenhados em actividades culturais.Sendo públicos esclarecidos, obtêm informação em brochuras, programas, cartazes, sítio da Gulbenkian na internet, assim como na publicidade nos media (p. 55).O inquérito que esteve por detrás dos dados foi realizado em 2005. No caso dos concertos musicais, foram entrevistados espectadores de seis concertos na parte final de 2005 (música sinfónica e música de câmara, na Fundação e no Coliseu dos Recreios) (p. 53).
No livro Fundação Calouste Gulbenkian. Cinquenta anos, 1956-2006, cujo lançamento foi relatado aqui (29 de Novembro de 2007) o coordenador da obra, António Barreto, escreve no primeiro capítulo do primeiro volume acerca da opinião pública quanto à Fundação.
Partindo de relatórios feitos por Pedro Magalhães e por mim mesmo, Barreto fala de dois principais grupos de públicos da Fundação, o primeiro dos quais é constituido por beneficiários (bolsas de estudo, subsídios de investigação, apoios sociais). Já o segundo grupo, aquele que me interessa aqui realçar, é o dos visitantes, espectadores e utentes dos museus, serviços educativos, concertos de música, outros espectáculos e Biblioteca da Arte.Em 2005, houve 210 mil visitas ao Museu Gulbenkian e 165 mil ao Centro de Arte Moderna (CAM), 150 mil assistiram a concertos de música e 4 mil consultaram a Biblioteca da Arte (e 1500 na biblioteca de Paris).Conclui Barreto (p. 52): "a análise dos públicos da Fundação, nas suas diferentes áreas de actuação, revela-se algo talvez previsível: os que frequentam as suas actividades são geralmente pessoas cultas, informadas, com estudos ou cursos superiores e elevadas qualificações académicas, muito acima das médias da população".Há diferenças etárias e de geração nas diversas actividades em estudo: os públicos dos concertos e espectáculos musicais são de idade avançada (acima dos 50 anos) e os dos museus muito mais jovens. O carácter elitista dos frequentadores da Gulbenkian acentua-se na música erudita: mais de 70% possuem curso superior. As assinaturas para ingresso nos concertos atingem 53% dos bilhetes vendidos, o que significa um público fiel mas fechado. Maioritariamente constituido por homens (52%), tem uma elevada taxa de reformados e residentes na Grande Lisboa (95%), desempenhando (ou tendo desempenhado) funções profissionais relevantes, e com poder de compra elevado.Já os públicos dos museus são femininos (57%), jovens (média de idades de 35 anos), metade tem graus académicos iguais ou superiores à licenciatura (como muitos estão ainda em percurso escolar estima-se que atinjam uma percentagem mais elevada, se os mesmos respondentes participassem num novo inquérito daqui a uns anos). De igual modo que os públicos dos concertos, os públicos dos museus dedicam-se muito a práticas culturais (leitura, teatro, bailado, ópera, cinema). Dentro dos museus - Gulbenkian e Centro de Arte Moderna -, os públicos do segundo espaço são mais assíduos nas visitas e estão muito empenhados em actividades culturais.Sendo públicos esclarecidos, obtêm informação em brochuras, programas, cartazes, sítio da Gulbenkian na internet, assim como na publicidade nos media (p. 55).O inquérito que esteve por detrás dos dados foi realizado em 2005. No caso dos concertos musicais, foram entrevistados espectadores de seis concertos na parte final de 2005 (música sinfónica e música de câmara, na Fundação e no Coliseu dos Recreios) (p. 53).
No livro Fundação Calouste Gulbenkian. Cinquenta anos, 1956-2006, cujo lançamento foi relatado aqui (29 de Novembro de 2007) o coordenador da obra, António Barreto, escreve no primeiro capítulo do primeiro volume acerca da opinião pública quanto à Fundação.
Partindo de relatórios feitos por Pedro Magalhães e por mim mesmo, Barreto fala de dois principais grupos de públicos da Fundação, o primeiro dos quais é constituido por beneficiários (bolsas de estudo, subsídios de investigação, apoios sociais). Já o segundo grupo, aquele que me interessa aqui realçar, é o dos visitantes, espectadores e utentes dos museus, serviços educativos, concertos de música, outros espectáculos e Biblioteca da Arte.Em 2005, houve 210 mil visitas ao Museu Gulbenkian e 165 mil ao Centro de Arte Moderna (CAM), 150 mil assistiram a concertos de música e 4 mil consultaram a Biblioteca da Arte (e 1500 na biblioteca de Paris).Conclui Barreto (p. 52): "a análise dos públicos da Fundação, nas suas diferentes áreas de actuação, revela-se algo talvez previsível: os que frequentam as suas actividades são geralmente pessoas cultas, informadas, com estudos ou cursos superiores e elevadas qualificações académicas, muito acima das médias da população".Há diferenças etárias e de geração nas diversas actividades em estudo: os públicos dos concertos e espectáculos musicais são de idade avançada (acima dos 50 anos) e os dos museus muito mais jovens. O carácter elitista dos frequentadores da Gulbenkian acentua-se na música erudita: mais de 70% possuem curso superior. As assinaturas para ingresso nos concertos atingem 53% dos bilhetes vendidos, o que significa um público fiel mas fechado. Maioritariamente constituido por homens (52%), tem uma elevada taxa de reformados e residentes na Grande Lisboa (95%), desempenhando (ou tendo desempenhado) funções profissionais relevantes, e com poder de compra elevado.Já os públicos dos museus são femininos (57%), jovens (média de idades de 35 anos), metade tem graus académicos iguais ou superiores à licenciatura (como muitos estão ainda em percurso escolar estima-se que atinjam uma percentagem mais elevada, se os mesmos respondentes participassem num novo inquérito daqui a uns anos). De igual modo que os públicos dos concertos, os públicos dos museus dedicam-se muito a práticas culturais (leitura, teatro, bailado, ópera, cinema). Dentro dos museus - Gulbenkian e Centro de Arte Moderna -, os públicos do segundo espaço são mais assíduos nas visitas e estão muito empenhados em actividades culturais.Sendo públicos esclarecidos, obtêm informação em brochuras, programas, cartazes, sítio da Gulbenkian na internet, assim como na publicidade nos media (p. 55).O inquérito que esteve por detrás dos dados foi realizado em 2005. No caso dos concertos musicais, foram entrevistados espectadores de seis concertos na parte final de 2005 (música sinfónica e música de câmara, na Fundação e no Coliseu dos Recreios) (p. 53).