Domingo, 20 de Março de 2016

Livro sobre ciberjornalismo de Helder Bastos em segunda edição

Já tinha escrito aqui, a 18 de janeiro de 2011, sobre a primeira edição do livro de Helder Bastos, Origens e Evolução do Ciberjornalismo em Portugal. Agora, saiu a segunda edição, a que juntou ao título Os primeiros Vinte Anos (1995-2015) e com alargamento de textos, de 106 para 143 páginas.

Então escrevi: "Com quatro capítulos (contexto global do ciberjornalismo, antecedentes do ciberjornalismo em Portugal, periodização em três fases, e evolução do modelo de negócios), constitui um útil instrumento de trabalho para quem quer estudar e conhecer o jornalismo electrónico em Portugal". A edição saída agora (final de 2015) mantém a estrutura de quatro capítulos mas adequa o segundo, designado por contexto nacional do ciberjornalismo.

O autor destaca três etapas na evolução do jornalismo digital: implementação, expansão e depressão/estagnação. Sobre os modelos de negócios, Helder Bastos distingue o iniciado em 2001, reparte a atenção por pagamento de conteúdos, assinatura, acesso gratuito como forma de publicitação dos meios pagos (jornal), lenta inclusão de anúncios em banners, organização de conferências pagas mas publicitadas gratuitamente na internet, design e construção de sites, a que se seguem modelos sem negócio. Neste caso, inclui criação de fundações, mecenato, crowdfunding de conteúdos, sinergias dentro de um grupo de media e micro-pagamento. O autor identifica modelos emergentes, onde se desenvolvem tipos de modelos já ensaiados, como conteúdos patrocinados, conferências e conteúdos patrocinados, e venda de conteúdos para plataformas móveis, a que junta a circulação digital residual. Já em 2009, Helder Bastos realça o regresso da cobrança de conteúdos.

Detenho-me brevemente nas páginas 42-43, em que se recorda o ano de 1995, quando as redações dos jornais começaram a adotar o online, caso do Jornal de Notícias (Porto), quando dois jornalistas, um da secção de política (Helder Bastos) e outro da secção de nacional (Nuno Marques) foram destacados para trabalhar em exclusivo na edição digital do jornal. Então, havia quatro vertentes principais no trabalho dos jornalistas: interatividade com os leitores, edição de notícias, gestão de participação dos leitores em fóruns de discussão e passagem dos conteúdos do jornal em papel para o digital. Isso inibiu os jornalistas de saírem da redação, por exemplo para fazerem reportagens. Helder Bastos, deste modo um pioneiro e observador atento do fenómeno da digitalização e do online até hoje, escreveu que o ciberjornalismo inicial foi marcado pela predominância técnica e pelo esvaziamento da produção jornalística própria.

Por interesse de investigação, gosto particularmente do capítulo 2, onde o autor e docente universitário escreve sobre o contexto nacional do ciberjornalismo, com recurso a muitos números e etapas do desenvolvimento tecnológico, associando o telemóvel, a internet, a rádio e a imprensa em papel, o meio mais afetado pela economia e pela migração para o digital. Fixo as páginas 35 a 40, onde há uma análise diacrónica a partir da década de 1980, quando o país assistiu à revolução informática, responsável por alterações profundas nos mecanismos de produção gráfica e do funcionamento e competências das redações dos jornais.

Realce ainda para a útil cronologia colocada no final do livro, onde o leitor pode verificar a rápida evolução dos domínios em internet, edições eletrónicas digitais, portais, emprego e despedimentos, jornais e portais universitários, parcerias, sinergias dentro de grupos (televisão, rádio, imprensa), acesso gratuito e a pagamento, evolução de sistemas operativos e mais tópicos.

Leitura: Helder Bastos (2015). Origens e evolução do ciberjornalismo em Portugal. Os primeiros Vinte Anos (1995-2015). Porto: Afrontamento, 143 páginas
publicado por industrias-culturais às 22:38
link | comentar | favorito
Sábado, 2 de Janeiro de 2016

Ponto Media

António Granado escreveu o seguinte: "O PONTO MEDIA chega hoje ao fim. Foram 15 anos de vida, acompanhado pelos melhores leitores. Quando, ainda no ano 2000, decidi criar este blog como resolução de novo milénio, sempre pensei que os posts teriam de ser úteis para quem o visitasse. Fiz questão de optar por um estilo curto (às vezes demasiado curto, admito), privilegiando links para textos que me pareciam interessantes e que pudessem trazer alguma novidade ao campo do ciberjornalismo, mas não só. O blog serviu também, como tantas vezes disse, para me organizar melhor, para conseguir ter à mão uma grande diversidade de textos que pudesse utilizar nas aulas ou recomendar aos alunos. Nesse sentido, o Ponto Media cumpriu o seu propósito e acho que terá sido proveitoso para quem o acompanhou".

Ao António Granado, os meus agradecimentos pelos seus textos e pelo incentivo dado quando eu quis também terminar este espaço. Também eu gostaria que ele continuasse, um blogue que até tem ISSN.
publicado por industrias-culturais às 18:19
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 14 de Outubro de 2015

Arroios TV

Amanhã, a partir das 10:00, a Arroios TV começa a emitir em direto do Largo do Intendente Pina Manique, Lisboa. Projeto da Junta de Freguesia de Arroios, estará presente na emissão inaugural o olisipógrafo José Sarmento de Matos. O acesso à emissão faz-se através do canal 5050 do Meo ou através de www.kanal.pt/5050. Ver vídeo de introdução.
publicado por industrias-culturais às 13:50
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 10 de Julho de 2015

Lançamento do livro de Ana Isabel Reis sobre áudio, rádio e internet

Na biblioteca do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto foi hoje apresentado o livro de Ana Isabel Reis, O Áudio nas Cibernotícias das Rádios, em edição da Media XXI.

O livro, que parte da tese de doutoramento da autora, tem seis capítulos, versando a nova rádio, as características da rádio na internet, o jornalismo radiofónico, o som no jornalismo da rádio, o estudo do áudio nas cibernotícias e o áudio nas notícias em quatro sítios de rádios nacionais (TSF, Renascença, RDP e Rádio Clube).

Fixo-me no capítulo sobre som no jornalismo radiofónico, que Isabel Reis divide em linguagem, hipertexto e hiperáudio e contributo do som para a cibernotícias. Para som (sonoridade), a autora remete para diversas definições: universo sonoro (Herreros), representação do mundo para o ouvido (Arnheim), sonosfera (Balsebre), experiência acústica (Lazarsfeld), meio cego (Crisell). Isabel Reis sente-se confortável com a definição de Balsebre: "conjunto de formas sonoras e não sonoras representadas pelos sistemas expressivos da palavra, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio" (citado na p. 83). Mais à frente, a autora indica o contributo do som: quando a notícia surge na redação, o jornalista tem de a transformar em som, com a voz do protagonista, o comentário do especialista e o som ambiente do acontecimento (p. 89).

Na mesa, além da autora, houve intervenções de Pedro Leal (Rádio Renascença), Manuel Pinto (Universidade do Minho) - de quem se pode ver um vídeo de parte da sua apresentação - e Paulo Faustino (editor da Media XXI). A sessão foi aberta por Helder Bastos (Universidade do Porto).


publicado por industrias-culturais às 20:51
link | comentar | favorito
Domingo, 24 de Maio de 2015

Umberto Eco e a internet

"Umberto Eco: «No momento em que todos têm direito à palavra na internet, temo-la dada aos idiotas»" (retirado do Diário de Notícias de hoje).Eco é um homem muito velho mas igualmente muito sábio. Ele merece que se faça uma reflexão sobre a frase.
publicado por industrias-culturais às 12:49
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 24 de Abril de 2015

NetStation 2015

Numa das sessões da manhã de hoje na conferência internacional NetStation 2015. Radio, Sound, and Internet, na Universidade do Minho. Pedro Portela e Fábio Ribeiro com a comunicação Serial: a importância da estética sonora na popularização de um podcast e Ana Sofia Andrade com o texto A voz do dia-a-dia e a voz profissional. Eu falei sobre Fernando Curado Ribeiro e o seu livro Rádio. Produção, Realização, Estética (1964).em especial os relacionados com a estética sonora e ligações com obras sobre rádio editadas na França pós-II Guerra Mundial e que influenciaram a sua escrita:Sudre, 1945; Thévenot, 1946; Cordier, 1950; Pradalié, 1951 [a última fotografia pertence à organização do evento].



publicado por industrias-culturais às 17:49
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 8 de Abril de 2015

Íntima Fracção

A Íntima Fracção faz hoje 31 anos. Começou na rádio, continua na internet. Parabéns ao Francisco Amaral.




publicado por industrias-culturais às 14:52
link | comentar | favorito
Sábado, 7 de Março de 2015

A queda do MySpace contada por um dos seus protagonistas

Em 2015, Sean Percival trabalha num acelerador de 500 empresas que estão a iniciar-se (Startup). Mas, entre 2009 e 2011, ele trabalhou no MySpace como vice-presidente de marketing on-line – no momento em que a rede social Facebook ultrapassou o MySpace. Em discurso na conferência By:Larm em Oslo, esta semana, Percival deu a sua visão do que correu mal no MySpace, a partir da “enorme bagunça” do seu sítio de internet e da “política de ganância” da empresa-mãe News Corporation, após uma tentativa de adquirir o serviço de streaming de música Spotify. Na sua conversa, ele alertou as outras grandes empresas de redes sociais, como o Facebook, para as lições retiradas do declínio do MySpace, de modo a evitar um destino semelhante (a partir de notícia no The Guardian).
tags:
publicado por industrias-culturais às 08:20
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2014

Rádio e internet

"Na última terça-feira (9/12), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) lançou a campanha Smart é ter rádio de graça no celular. O objetivo é estimular o consumo do rádio nos aparelhos móveis, sugerindo à população que opte por celulares com chip de rádio FM. Com o rádio no celular, defende a associação, não é necessário usar o pacote de internet para ter acesso à informação e entretenimento. A campanha envolve spots de rádio, peças publicitárias para internet, mídia impressa e redes sociais. «O foco é valorizar a recepção da programação do rádio pelo ar, gratuitamente. Para o público, que em sua maioria consome planos pré-pagos de internet e de celular, ter rádio sem pagar nada é um ativo muito relevante», afirma o presidente da Abert, Daniel Slaviero" (retirado do sítio culturaemercado/).
publicado por industrias-culturais às 19:13
link | comentar | favorito

Rádio e internet

"Na última terça-feira (9/12), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) lançou a campanha Smart é ter rádio de graça no celular. O objetivo é estimular o consumo do rádio nos aparelhos móveis, sugerindo à população que opte por celulares com chip de rádio FM. Com o rádio no celular, defende a associação, não é necessário usar o pacote de internet para ter acesso à informação e entretenimento. A campanha envolve spots de rádio, peças publicitárias para internet, mídia impressa e redes sociais. «O foco é valorizar a recepção da programação do rádio pelo ar, gratuitamente. Para o público, que em sua maioria consome planos pré-pagos de internet e de celular, ter rádio sem pagar nada é um ativo muito relevante», afirma o presidente da Abert, Daniel Slaviero" (retirado do sítio culturaemercado/).
publicado por industrias-culturais às 19:13
link | comentar | favorito

.mais sobre mim


. ver perfil

. seguir perfil

. 1 seguidor

.pesquisar

.Junho 2016

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
13
27
28
29
30

.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

.posts recentes

. Livro sobre ciberjornalis...

. Ponto Media

. Arroios TV

. Lançamento do livro de An...

. Umberto Eco e a internet

. NetStation 2015

. Íntima Fracção

. A queda do MySpace contad...

. Rádio e internet

. Rádio e internet

.arquivos

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Julho 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Julho 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

. Dezembro 2005

. Novembro 2005

. Outubro 2005

. Setembro 2005

. Agosto 2005

. Julho 2005

. Junho 2005

. Maio 2005

. Abril 2005

. Março 2005

. Fevereiro 2005

. Janeiro 2005

. Dezembro 2004

. Novembro 2004

. Outubro 2004

. Setembro 2004

. Agosto 2004

. Julho 2004

. Junho 2004

. Maio 2004

. Abril 2004

. Março 2004

. Fevereiro 2004

. Janeiro 2004

. Dezembro 2003

. Novembro 2003

. Outubro 2003

. Agosto 2003

. Abril 2003

. Março 2003

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub