Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2015
João Moreira dos Santos, como já escrevi aqui, foi o curador da exposição ainda patente na Biblioteca Nacional. Hoje, no seminário organizado pela SOPCOM e pela APCE, ele foi um dos oradores, traçando a história da imprensa empresarial em Portugal em dois tópicos centrais: censura e politização. Deu exemplos de jornais de empresa do tempo do Estado Novo, que exibiam a indicação "visado pela censura", como outro meio de informação qualquer. O orador destacou três tipos de censura: de conteúdo (prévia), do editor (autorização estatal do lugar de editor) e diretor (autorização estatal do lugar de diretor). A censura seria centralizada no SNI em 1944. O segundo elemento apresentado por João Moreira dos Santos foi o da politização, no Estado Novo com o elogio público das figuras gradas do regime, com fotografias publicadas em jornais de empresa, e já nos primeiros anos da democracia com o apoio à revolução e tendo como editores comissões de trabalhadores ou outras estruturas de participação dos trabalhadores.
Quinta-feira, 3 de Dezembro de 2015
Na Biblioteca Nacional, no dia 9 de dezembro de 2015, organizado pela APCE e SOPCOM.
Quarta-feira, 7 de Outubro de 2015
João Moreira dos Santos é o comissário da exposição ontem inaugurada na Biblioteca Nacional sob o título
Imprensa Empresarial em Portugal: 145 anos de Jornais de Empresa. O primeiro jornal publicado seria editado em 1869 pela Caixa de Crédito Industrial. A mostra é representativa de cerca de 900 títulos que João Moreira dos Santos recolheu, não podendo expor todos, dado o espaço disponível (abaixo vídeo com o comissário da exposição a apresentar os principais objetivos da mostra).
Uma referência exemplar à Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE), criada em 1990, e à sua figura tutelar, Vítor Baltasar, diretor do jornal
Águas Livres, que a exposição homenageia.
[o som do vídeo está baixo, pelo que deve aumentar para ouvir em condições]
Quinta-feira, 1 de Outubro de 2015
Gosto do cartaz da exposição
Imprensa Empresarial em Portugal. 145 Anos de Jornais de Imprensa, a inaugurar dia 6 de outubro, às 18:30, na Biblioteca Nacional.Retiro da apresentação da exposição:
"Esta exposição bibliográfica celebra não só os 145 anos deste género particular de imprensa, mas também o 20.º aniversário do primeiro livro nacional publicado sobre a referida temática –
Imprensa Empresarial: da Informação à Comunicação (Porto: Edições ASA, 1995) –, obra da autoria de João Moreira dos Santos, comissário e autor desta exposição. Tendo por base uma amostra relevante de publicações – representativas de um universo de cerca de 900 títulos empresariais, publicados desde 1869 por empresas de todos os sectores de atividade económica –, é possível seguir a história económica e política de Portugal dos últimos dois séculos, verificando os seus reflexos na linha editorial e gráfica dos chamados «jornais de empresa», a qual foi sendo alterada ao longo dos diferentes regimes políticos portugueses".
Terça-feira, 21 de Abril de 2015
Em 2009, foi lançado um inquérito às publicações ligadas à Associação de Imprensa Cristã, com desenho do inquérito, inserção de dados e interpretação de resultados trabalhado pelo CESOP (Centro de Sondagens e Opinião Pública), centro da Universidade Católica Portuguesa. Houve 997 respostas de inquéritos válidos para um total de 36 publicações (envio de 12325 inquéritos por correio, junto da publicação, com envelope franqueado para resposta).
Domingo, 15 de Fevereiro de 2015
Vera Lagoa (pseudónimo de Maria Armanda Falcão, a primeira apresentadora das emissões experimentais da RTP em Setembro de 1956) teve uma coluna popular no
Diário Popular, chamada
Bisbilhotices. Na de 7 de Fevereiro de 1968, ela escreveu sobre uma locutora - Eugénia Maria - e a sua homenagem por ter ganho um prémio da Casa da Imprensa. Como coluna de mexericos sociais, retiro uma frase do texto: "Eugénia estreou um vestido que a emagrecia imenso, de gola e punhos brancos, que foi muito admirado". Na prosa, não sabemos qual o prémio que ela ganhou, nem o programa (
Talismã, Rádio Clube Português) nem o produtor (Gilberto Cotta, e não somente Cotta), mas ficamos a conhecer a impressão causada pelo vestuário. Vera Lagoa foi, no meu entender - para além das opiniões políticas que ela produziu em semanário muito posterior a esta data -, o modelo de comentário das revistas populares, de televisão e cor de rosa que existem hoje.
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
Francisco Pinto Balsemão (1937-) foi durante 15 anos o presidente do Conselho Europeu de Editores (EPC), cargo que abandona agora.Ele, que "transformou o EPC, adaptando-o aos novos desafios e respondendo às ameaças e oportunidades colocadas pela era digital", lembra que o "mercado único digital oferece enormes benefícios. É uma família de meios de comunicação social, culturas e línguas diferentes; esta diversidade enriquece a União Europeia. Exorto o novo chefe digital a considerar que não pode haver nenhuma abordagem tamanho único em relação a qualquer regulamentação dos meios de comunicação social; as nossas diferenças são os nossos pontos fortes e aquilo que proporciona valor à sociedade". Em comunicado da EPC, recorda-se que no mandato de Balsemão, houve "muitas questões de cariz regulamentar que afectam os meios de comunicação social, publicidade, privacidade de dados, comércio electrónico, jornalismo financeiro, auxílios estatais, serviços de comunicação audiovisual, harmonização do IVA, entre outras. Mas nenhuma tão crucial nesta época de revolução digital como a questão dos direitos de autor - a melhor maneira de incentivar os criadores de conteúdos a disponibilizarem os seus conteúdos online" (texto a partir de notícias publicadas na imprensa).
Francisco Pinto Balsemão (1937-) foi durante 15 anos o presidente do Conselho Europeu de Editores (EPC), cargo que abandona agora. Ele, que "transformou o EPC, adaptando-o aos novos desafios e respondendo às ameaças e oportunidades colocadas pela era digital", lembra que o "mercado único digital oferece enormes benefícios. É uma família de meios de comunicação social, culturas e línguas diferentes; esta diversidade enriquece a União Europeia. Exorto o novo chefe digital a considerar que não pode haver nenhuma abordagem tamanho único em relação a qualquer regulamentação dos meios de comunicação social; as nossas diferenças são os nossos pontos fortes e aquilo que proporciona valor à sociedade". Em comunicado da EPC, recorda-se que no mandato de Balsemão, houve "muitas questões de cariz regulamentar que afectam os meios de comunicação social, publicidade, privacidade de dados, comércio electrónico, jornalismo financeiro, auxílios estatais, serviços de comunicação audiovisual, harmonização do IVA, entre outras. Mas nenhuma tão crucial nesta época de revolução digital como a questão dos direitos de autor - a melhor maneira de incentivar os criadores de conteúdos a disponibilizarem os seus conteúdos online" (texto a partir de notícias publicadas na imprensa).
Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014
Em inglês, o livro
A History of Press in the Portuguese-Speaking Countries (2014), organizado por Jorge Pedro Sousa, Helena Lima, Antonio Hohlfelft e Marialva Barbosa, tem nove capítulos, quatro sobre a imprensa em Portugal, três sobre a imprensa no Brasil, um sobre a imprensa na Galiza e um sobre a imprensa nas antigas colónias portuguesas. Como indica o prefácio, o objectivo do livro é tornar conhecida a génese e evolução da imprensa escrita em português à comunidade internacional.
No caso da imprensa portuguesa, os períodos estudados foram a monarquia, a Primeira República, a Ditadura e o pós-1974. No caso do Brasil, os períodos estudados foram a monarquia e a república. Um terceiro capítulo é dedicado aos jornalistas.
O capítulo sobre a imprensa das antigas colónias, assinado por Antonio Hohlfelft, despertou o meu interesse, dada a falta de bibliografia sobre o tema, como o historiador reconhece (p. 599). Hohlfelft (p. 611) elenca um conjunto de características comuns aos jornais estudados, de que destaco a troca de informação entre os diferentes jornais, com citação e transcrição de artigos, circulação de temas entre os jornais formando uma espécie de opinião pública geral, um jornal proibido era substituído por um novo título com o mesmo editorial e obrigações financeiras e assinantes, por vezes os jornais das colónias opunham-se a empresas coloniais, algumas de capitais ingleses e alemães, julgadas ineficientes, períodos sequenciais de censura, formato tablóide mas permitindo outros tamanhos, exigência inicial da identificação do director e do editor. Antonio Hohlfelft analisou a imprensa colonial em depósito na Biblioteca Municipal do Porto respeitante a Goa, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Macau, S. Tomé e Guiné-Bissau.
Leitura: Jorge Pedro Sousa, Helena Lima, Antonio Hohlfelft e Marialva Barbosa (org.) (2014).
A History of Press in the Portuguese-Speaking Countries. Ramada e Porto: Media XXI, 692 páginas, 25€
Em inglês, o livro
A History of Press in the Portuguese-Speaking Countries (2014), organizado por Jorge Pedro Sousa, Helena Lima, Antonio Hohlfelft e Marialva Barbosa, tem nove capítulos, quatro sobre a imprensa em Portugal, três sobre a imprensa no Brasil, um sobre a imprensa na Galiza e um sobre a imprensa nas antigas colónias portuguesas. Como indica o prefácio, o objectivo do livro é tornar conhecida a génese e evolução da imprensa escrita em português à comunidade internacional.
No caso da imprensa portuguesa, os períodos estudados foram a monarquia, a Primeira República, a Ditadura e o pós-1974. No caso do Brasil, os períodos estudados foram a monarquia e a república. Um terceiro capítulo é dedicado aos jornalistas.
O capítulo sobre a imprensa das antigas colónias, assinado por Antonio Hohlfelft, despertou o meu interesse, dada a falta de bibliografia sobre o tema, como o historiador reconhece (p. 599). Hohlfelft (p. 611) elenca um conjunto de características comuns aos jornais estudados, de que destaco a troca de informação entre os diferentes jornais, com citação e transcrição de artigos, circulação de temas entre os jornais formando uma espécie de opinião pública geral, um jornal proibido era substituído por um novo título com o mesmo editorial e obrigações financeiras e assinantes, por vezes os jornais das colónias opunham-se a empresas coloniais, algumas de capitais ingleses e alemães, julgadas ineficientes, períodos sequenciais de censura, formato tablóide mas permitindo outros tamanhos, exigência inicial da identificação do director e do editor. Antonio Hohlfelft analisou a imprensa colonial em depósito na Biblioteca Municipal do Porto respeitante a Goa, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Macau, S. Tomé e Guiné-Bissau.
Leitura: Jorge Pedro Sousa, Helena Lima, Antonio Hohlfelft e Marialva Barbosa (org.) (2014).
A History of Press in the Portuguese-Speaking Countries. Ramada e Porto: Media XXI, 692 páginas, 25€