Segunda-feira, 30 de Maio de 2016
A equipa Alma d'Arame programou sete espetáculos, dois workshops, três concertos (dois em Off), uma exposição e uma instalação, num total de seis companhias nacionais e uma internacional com diferentes formas de abordagem ao mundo da marioneta e das formas animadasque criarão um espaço de cruzamento artístico. Ler mais
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Quinta-feira, 31 de Março de 2016
A Livraria Círculo das Letras em colaboração e parceria com a Fundação LIGA e o Pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa mantém a exposição 60 artistas da casa das artes nos 60 anos da fundação Liga naquela livraria, à rua Voz do Operário, 62, em Lisboa.
Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2016
Da Fotografia ao Azulejo é uma exposição temporária que se pode visitar no museu Soares dos Reis (Porto). O tema é o azulejo enquanto decoração de espaços públicos e privados desde o século XVII em Portugal. Fachadas de edifícios de casas das cidades, mercados, instalações fabris e estações ferroviárias contam-se entre as que têm azulejos como elementos decorativos. Em muitas situações, os azulejos contam histórias ou são representações da paisagem, da sociedade e de momentos de trabalho. Lisboa, Porto (Vila Nova de Gaia) e Aveiro foram os centros fabris de trabalho do azulejo.
A exposição, para além de um grande repositório de imagens de locais onde ainda se veem os azulejos, mostra a maneira como artesãos e artistas pintam os azulejos a partir de modelos, nomeadamente fotografias. As fontes gráficas incluem livros, revistas e postais. Fotografias de Joshua Benoliel e de fotógrafos locais são empregues. Estas imagens trazem associadas a si a ideia de verdade. No Porto, há edifícios notáveis pelos azulejos, como a estação ferroviária de S. Bento e igrejas dos Congregados e de Santo Ildefonso, todos de autoria do pintor Jorge Colaço, produzidos em fábricas de Lisboa (Sacavém e Lusitânia). Já os painéis da igreja do Carmo (Porto) foram realizados nas fábricas de Vila Nova de Gaia (Senhor d'Além e Torrinha) [texto a partir do folheto que acompanha a exposição].
Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2016
Dentro das comemorações dos 25 anos, a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) promoveu a realização do mural de arte urbana
Introspeção, dos artistas Frederico Draw e Rodrigo Alma (Colectivo RUA), localizado na rua Dona Estefânia, em Lisboa, e destinado a comunicar a missão da associação à comunidade onde se insere, através da arte. Realizado entre os dias 7 e 9 de novembro de 2015, o projecto contou com o apoio do Hotel Neya e da Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa (texto a partir de notícia do jornal
Público).
Sábado, 12 de Dezembro de 2015
O painel mural que Sonia Delaunay fez para o pavilhão dos caminhos de ferro na Exposição Internacional de Paris em 1937
Étude pour Portugal tinha cerca de 18 metros de comprimento. Após a exposição três dos quatro painéis desapareceram. Por isso, causa espanto a sua reconstituição na presente exposição na Gulbenkian, O Círculo Delaunay (Sonia e Robert Delaunay), onde aparecem também obras de Amadeu Sousa-Cardoso, Eduardo Viana e José Almada Negreiros. Sonia e Robert Delaunay viveram em Portugal entre agosto de 1915 e dezembro de 1916.
Cores vivas, círculos rodeando as figuras - mulheres do Minho, cenas de trabalho no mercado, um carro de bois, elementos de azulejaria, parece-me que também uma pequena capela. A exposição tem ainda quadros representando mulheres que vendem laranjas, cantoras de flamenco. E
L'Hommage au Donateur (1916), da coleção Centre Pompidou, Paris.
Quarta-feira, 26 de Agosto de 2015
Gostei tanto do museu Alberto Sampaio, em Guimarães, em abril último, que voltei.Admirei de novo
A Degolação de São João Batista, argamassa de cal e pigmentos de Mestre Delirante de Guimarães, datada entre 1510 e 1530 e proveniente da sala do Capítulo do convento de São Francisco.
Sexta-feira, 31 de Julho de 2015
Charles-Édouard Jeanneret, mais conhecido por Le Corbusier (1887), começou por se dedicar à relojoaria mas orientou-se depois para a arquitetura. Ele formou-se junto dos grandes arquitetos da época, como Hoffman, Pierret e Behrens, e viajou muito pela Europa. Mas a exposição no Centre Pompidou, em Paris, revela um igualmente talentoso pintor.
Sem qualquer intenção de o biografar, destaco alguns momentos da sua atividade: purismo, espírito novo, figuração dos corpos, equipamentos domésticos, modulor, unidades de habitação, período acústico, ressonância espiritual e cidade humanista.
Terça-feira, 7 de Julho de 2015
A primeira edição do concurso internacional
Art Olympia 2015, bienal que decorreu em Tóquio (Japão) com o objetivo de descobrir novos talentos em todo o mundo, atribuiu ao artista português António Faria o segundo prémio. Em concurso estiveram 240 artistas de todo o mundo.
Designer gráfico, autor de capas de discos, docente de comunicação visual e pintor, segundo informação que recebi da agência que o representa, "Nas suas obras mais recentes, que têm sido alvo de interesse internacional, o artista [António Faria] explora um novo processo criativo onde joga com a ideia do visível e do invisível. Desenhando pequenas manchas, pontos e linhas sobre uma base impressa digitalmente o resultado é-nos mostrado no reverso do papel".
Segunda-feira, 27 de Abril de 2015
Sábado, 11 de Abril de 2015
Um dia, conduzia a visita a exposição de pintura abstrata de um pintor português. Apesar de ainda relativamente jovem, o artista já tinha acumulado muita experiência e exibia prestígio nacional. Da turma, uma aluna mais ousada perguntou-me porque eu gostava daquele tipo de pintura. Eu, apoiado nas leituras ao longo dos anos, em livros e em crítica de arte, dei os meus argumentos. Nessa altura, fiquei convencido das minhas razões. Bastantes anos depois, comecei a ler outras versões da história da arte, apropriadamente chamadas de revisionismo histórico. A arte abstrata teve um grande impacto na literatura do género devido ao marketing apurado dos norte-americanos, passou a ler-se. Eu não me convenci, mas fiquei recetivo à nova abordagem. O pós-modernismo deixara-me alerta e atento a perspetivas diferentes da hegemónica.
A arte de Mónica Sosnowska,
Arquitetonização (Casa de Serralves, 2015) trabalha a linguagem da arquitetura, mostrando corredores e estruturas em aço de peças outrora úteis e agora tornadas lixo ou objetos museológicos. Do ponto de vista espacial, a geometria, as formas apelando para o caos cósmico, ajudadas pela cor branca das paredes, o soalho envernizado do chão e as luzes difusas junto às paredes, dão uma forte espessura intelectual. Posso chamar ao conjunto das peças assim expostas um caldo escultórico. Mas a lógica construtivista remonta a Marcel Duchamp que os revisionistas tratam agora por oportunista. Qual o contributo distinto de fábricas entre Vila das Aves e Vizela, junto ao rio Ave e que se vislumbram do comboio? Ou de uma fábrica de descasca de arroz perto de Alcácer do Sal? Três décadas atrás, historiadores sonhadores falavam de arqueologia industrial como património a preservar. Algumas peças ficaram do período industrial e as suas formas adaptaram a novas funções. Sem esta sequência, lembro-me da livraria Ler Devagar, no polo da Lx Factory, em Alcântara, onde funcionou a importante tipografia Mirandela, conservando-se ainda a sua rotativa.
Se, hoje, a aluna astuta que indiquei acima me perguntasse se as esculturas de Sosnowska são arte eu não teria a convicção dessa altura. Do mesmo modo que não sei se
Pântano, bailado criado por Miguel Moreira e com os bailarinos Catarina Félix, Francisco Camacho e Romeu Runa (Teatro Carlos Alberto, Porto), é arte ou puro exibicionismo (contorcionismo) de corpos. Quase no final do bailado, os intérpretes atiram farinha uns aos outros, sem qualquer alcance estético a não ser lembrar as festas de Carnaval ou as
tomatadas que nos chegam via televisão de festas populares de Espanha e Itália. Estou atemorizado comigo mesmo, pois começo a não ter capacidade para compreender o novo. A isso, chama-se conservadorismo.