Ricardo Isidro e Lily Santos Frias foram os célebres protagonistas dos folhetins Tide, da Rádio Graça, que, depois, vieram a ser conhecidos pelos folhetins da Coxinha. Ele encarnava a personagem de um médico, ela a de uma deficiente (coxeava). Propôs-se operá-la e torná-la uma pessoa normal. Mas apaixonou-se por ela. Após a morte da esposa do médico, este ficou livre e casou com a antiga coxinha. O enredo lento da história, no tocante à agonia de Raquel, a má da radionovela, exasperou as ouvintes do programa das 14:30. O rápido casamento e o nascimento de uma criança fizeram chegar à estação roupas para bebé, numa confusão entre ficção e realidade. O detergente patrocinador dos folhetins cessou a sua ligação à rádio em 1961, mas ficou marcada na cultura popular radiofónica essa relação, nomeadamente com a Rádio Graça.
Profissionalmente a trabalhar num escritório, Ricardo Isidro reaparecia no mundo da rádio em 1968 e confessava-se: estava perto dos cinquenta anos de idade sem conseguir realizar o seu sonho de sempre: viver de e para o teatro (
Plateia, 21 de janeiro de 1969).