Em abril de 1976, o
Diário da República publicava o estatuto da RDP (Radiodifusão Portuguesa), empresa que resultara da nacionalização e fusão da rádio decidida em novembro de 1975. Num dos artigos, era incluída a criação de um museu nacional da rádio (e outro a criação de uma fonoteca nacional). A Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD) contestou esse articulado.
Na altura, o presidente da comissão administrativa da RDP, major João Figueiredo, viu-se obrigado a responder ao ministro da Comunicação Social através do chefe de gabinete, com data de 2 de junho de 1976. O major Figueiredo recordava que, por iniciativa de trabalhadores das antigas estações Emissora Nacional e Rádio Clube Português, se reunira uma apreciável quantidade de material com interesse histórico. Apesar de o presidente da comissão administrativa da RDP manifestar muito interesse na criação do museu da rádio, ele não deixava de considerar que tal significava um encargo suplementar ao objeto fundamental da empresa: a prestação do serviço público de radiodifusão.
José Nascimento foi um desses obreiros do museu da rádio. Outro foi Manuel Bravo, aliás seu responsável durante a permanência do museu na rua do Quelhas.