Em 1955, estava a formar-se a Radiotelevisão Portuguesa (RTP). Dos sessenta mil contos de capital inicial da RTP, um terço fora atribuído às estações de rádio. Um dos grupos de rádio que mais dinheiro pôs no capital social inicial da RTP foi o dos Emissores do Norte Reunidos (Porto), com 2310 contos. Aos Emissores do Norte Reunidos pertenciam cinco estações: Ideal Rádio, Rádio Porto, Rádio Clube do Norte, Electromecânico e ORSEC (Oficinas de Rádio, Som, Eletricidade e Cinema), as quais emitiram até ao final de 1975, quando a nacionalização da rádio as integrou na RDP.
A exemplo dos Emissores Associados de Lisboa, que, no final de outubro de 1950, juntaram Rádio Peninsular, Voz de Lisboa, Rádio Acordeon, Rádio Graça e Clube Radiofónico de Portugal , os Emissores do Norte Reunidos agruparam-se através das sociedades comerciais que detinham a posse das estações (Rádio Porto, ORSEC, Manuel Moreira, Ideal Rádio e Sá, Quaresma e Companhia), com quotas por sócio em partes iguais para um capital social de 450 contos. A gerência coube a Rádio Porto. A convenção europeia de redistribuição das frequências (Plano de Copenhaga) obrigou-as a emitir numa só frequência (1602 quilociclos por segundo).
A emissão passou a ser em regime de rotação, com duas a três horas diárias em horários diferentes ao longo da semana. Ao ficarem associados, isso resultou numa poupança de recursos: a antena comum montada na Afurada, em Vila Nova de Gaia, em 1953.
Elementos para a história da rádio no Porto. Os 60 anos dos Emissores do Norte Reunidos foi o tema que escolhi ontem para falar no seminário
Comunicar, organizado dentro da exposição com aquele nome, a decorrer no Museu de Transportes e Comunicações [imagens que retirei da exposição: estúdio áudio analógico, que pertencera à RDP Porto; sistema de imagens virtuais da estação ferroviária de S. Bento, Porto].