Domingo, 23 de Novembro de 2008

ESTRATÉGIA PARA A CULTURA EM LISBOA


Realizou-se ontem em Lisboa a primeira maratona em torno do projecto Estratégia para a cultura em Lisboa, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa à Dinâmia, Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica, entidade que organizou o evento de ontem. Havia sete temas em análise, cada um com duas horas de duração e com cerca de 20 pessoas em cada: criar, lembrar, distribuir, conhecer, participar, planear e representar. Eu assisti à mesa conhecer e participei na mesa distribuir (as minhas notas seguem a discussão nessas mesas).

As perguntas de partida eram: 1) quais os principais problemas com a cultura na cidade de Lisboa, 2) que soluções/medidas sugere (actividades, projectos, recursos), e 3) o que estaria disposto a fazer nesse sentido (próprio e/ou a sua instituição). Além das sessões de ontem, projectam-se mais reuniões durante Dezembro e Janeiro de 2009, com estes e outros temas e com estas e outras pessoas, numa reconfiguração capaz de dar mais dinamismo e profundidade ao projecto. Grandes objectivos a alcançar: mobilização e participação dos agentes culturais nas grandes decisões públicas.

Na mesa conhecer, a consultora Catarina Vaz Pinto levantou dois tópicos centrais: 1) acesso ao conhecimento (literacia, cultura, educação para a cidadania), 2) criação de competências (formação artística e técnica). Dessa sessão, muito rica em conteúdo, destaquei três tipos de agentes culturais: as escolas superiores de artes e cultura, com a apresentação dos seus portefólios de cursos, procurando o entrosamento entre a academia, o município e a cultura; os agentes mais identificados com programas da própria câmara ou do Estado, frisando experiências; os investigadores, apelando a uma definição dos conceitos, casos de indústrias criativas, que não podem ser mera transposição mas precisam de adaptação nacional.


Na sessão conhecer, evidenciaram-se ainda a necessidade de interligar cultura e tecnologia, de conhecer melhor experiências como as de Glasgow, Singapura e Barcelona, de ter novas práticas e novos públicos, de incrementar relações de vizinhança caso de escolas numa mesma área geográfica (como o IADE, a ETIC e a Escola de Joalharia) e de outras actividades (lojas de design, por exemplo), aproveitar os alunos Erasmus, futuros embaixadores da cidade, melhor percepção da ideia de globalização e das cidades enquanto locais de criação e do conhecimento (por oposição a cidades de informalidade, que crescem em número de habitantes mas não crescem em massa crítica artística e intelectual), envolvimento das gerações mais novas (e das novas formas artísticas mesmo que menos legais como o graffiti), renovação da zona ribeirinha, com espaços de lazer e encontro, desafio às universidades e empresas para colaborarem no projecto de revitalização da cultura em Lisboa, articulação de festivais (cinema, teatro, música) com outros agentes económicos numa vertente de externalidades (o restaurante, o hotel e os transportes ganham se houver um festival).

Um outro consultor presente na mesa, Rui Tavares, considerou que, para se chegar a uma nova cultura, é preciso uma nova economia a qual assenta numa nova cultura de conhecimento. Historiador, ele precisou a ideia de centro da política e do centro topográfico que Lisboa é, em simultâneo. E lembrou os políticos do iluminismo e do liberalismo, que olharam o centro da cidade e lhe conferiram poder simbólico, com edifícios opulentos. Recordou algumas decisões que poderão ter sido menos adequadas: a Escola Superior de Cinema e Teatro migrou da cidade para a Amadora, a cidade universitária deixou a Baixa e está deserta aos fins-de-semana, com o jardim a ser local de difícil acesso, rodeado que está por faixas de circulação de automóveis.

O terceiro consultor presente, Nuno Crato, deu algumas sugestões, simples mas que interessa desenvolver: melhoramento de espaços públicos, embora a orografia de jardins e espaços como o Parque Eduardo VII ou o Técnico ofereça dificuldades, colocação de facilidades de wireless em certos pontos da cidade como forma de atrair jovens com os seus computadores portáteis (a tecnologia das empresas de telemóveis, entretanto, já tem uma oferta que ultrapassa essa barreira), concursos de ideias (calçada portuguesa, reactivação do relógio do Cais do Sodré, que representa a hora legal).


Na sessão distribuir, o consultor António Pinto Ribeiro falou da importância da discussão de projectos numa base factual e não ideológica, do contributo das tecnologias nos acontecimentos culturais e da eventual necessidade de uma nova Lisboa capital da cultura e de uma casa de cinema, capaz de albergar festivais com regularidade e muita frequência, numa lógica temporal organizada. Outro dos consultores, Nuno Artur Silva, defendeu ser fundamental sair-se do palácio da Mitra, local do encontro, com uma lista de coisas concretas (o que fazer, o que não fazer).

Os participantes da sessão, muitos oriundos da produção de espectáculos, salientaram a falta de espaços para produções independentes - música, cinema, dança -, da recuperação de palácios em degradação e sua transformação em espaços para a arte, da falta de visibilidade das suas realizações em mupis e na televisão, da oportunidade de trazer espectáculos e rotas culturais para Lisboa, da atracção de públicos quer residentes quer turistas, da necessidade de prolongar as actividades para além de um festival de três ou quatro dias aproveitando as equipas e as competências adquiridas e os novos hábitos de consumo, as externalidades (benefícios que algumas actividades obtêm de outras actividades, no sentido de clusters), atendendo sempre à escala do país e da cidade (limite de públicos, limite de poder de compra), o arrendamento a preços adequados a artistas de vanguarda e a jovens artistas, relevo para a notável produção musical no actual momento em Lisboa que torna atractiva a cidade para viver e trabalhar, o peso dos media como elementos de transferência da informação associado a serviços educativos de teatros, museus e outros espaços de criação e representação.

Uma das propostas foi a de considerar Lisboa o vértice de um triângulo que passa pelo Brasil e pela África de língua portuguesa, capaz de dinamizar um evento de forte impacto que trouxesse visitantes da Europa e de outros pontos do mundo e dentro da perspectiva que o mercado é um factor de cooperação e estímulo de formas de co-produção. Se o município não pode criar um mercado do audiovisual, ele pode incentivar condições para a visibilidade de acontecimentos culturais e para a facilitação de alguns desses acontecimentos.

Na sua síntese, Nuno Artur Silva destacou quatro pontos: 1) mais espaços, com recuperação de alguns, 2) circulação, com atenção à segurança e ao trânsito, 3) divulgação, com a criação de um canal net de televisão, com um editor mínimo capaz de assegurar a coerência e a organização do projecto, e 4) activadores de novos centros de actividade cultural (caso dos pólos da Parque expo, festival IndieLisboa).



A equipa de investigadores da Dinâmia, a promotora do estudo, é constituída por Pedro Costa (coordenador e presente no pequeno vídeo que fiz), Tânia Jerónimo Teixeira, Bruno Vasconcelos e Miguel Magalhães. Da equipa de consultores-peritos fazem parte António Pinto Ribeiro, Carlos Martins, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo, Idalina Conde, João Seixas, Nuno Artur Silva e Rui Tavares.

[a discussão tida ontem foi conduzida no palácio da Mitra, à rua do Açúcar, de onde tirei as imagens abaixo]

publicado por industrias-culturais às 09:46
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ESTRATÉGIA PARA A CULTURA EM LISBOA


Realizou-se ontem em Lisboa a primeira maratona em torno do projecto Estratégia para a cultura em Lisboa, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa à Dinâmia, Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica, entidade que organizou o evento de ontem. Havia sete temas em análise, cada um com duas horas de duração e com cerca de 20 pessoas em cada: criar, lembrar, distribuir, conhecer, participar, planear e representar. Eu assisti à mesa conhecer e participei na mesa distribuir (as minhas notas seguem a discussão nessas mesas).

As perguntas de partida eram: 1) quais os principais problemas com a cultura na cidade de Lisboa, 2) que soluções/medidas sugere (actividades, projectos, recursos), e 3) o que estaria disposto a fazer nesse sentido (próprio e/ou a sua instituição). Além das sessões de ontem, projectam-se mais reuniões durante Dezembro e Janeiro de 2009, com estes e outros temas e com estas e outras pessoas, numa reconfiguração capaz de dar mais dinamismo e profundidade ao projecto. Grandes objectivos a alcançar: mobilização e participação dos agentes culturais nas grandes decisões públicas.

Na mesa conhecer, a consultora Catarina Vaz Pinto levantou dois tópicos centrais: 1) acesso ao conhecimento (literacia, cultura, educação para a cidadania), 2) criação de competências (formação artística e técnica). Dessa sessão, muito rica em conteúdo, destaquei três tipos de agentes culturais: as escolas superiores de artes e cultura, com a apresentação dos seus portefólios de cursos, procurando o entrosamento entre a academia, o município e a cultura; os agentes mais identificados com programas da própria câmara ou do Estado, frisando experiências; os investigadores, apelando a uma definição dos conceitos, casos de indústrias criativas, que não podem ser mera transposição mas precisam de adaptação nacional.


Na sessão conhecer, evidenciaram-se ainda a necessidade de interligar cultura e tecnologia, de conhecer melhor experiências como as de Glasgow, Singapura e Barcelona, de ter novas práticas e novos públicos, de incrementar relações de vizinhança caso de escolas numa mesma área geográfica (como o IADE, a ETIC e a Escola de Joalharia) e de outras actividades (lojas de design, por exemplo), aproveitar os alunos Erasmus, futuros embaixadores da cidade, melhor percepção da ideia de globalização e das cidades enquanto locais de criação e do conhecimento (por oposição a cidades de informalidade, que crescem em número de habitantes mas não crescem em massa crítica artística e intelectual), envolvimento das gerações mais novas (e das novas formas artísticas mesmo que menos legais como o graffiti), renovação da zona ribeirinha, com espaços de lazer e encontro, desafio às universidades e empresas para colaborarem no projecto de revitalização da cultura em Lisboa, articulação de festivais (cinema, teatro, música) com outros agentes económicos numa vertente de externalidades (o restaurante, o hotel e os transportes ganham se houver um festival).

Um outro consultor presente na mesa, Rui Tavares, considerou que, para se chegar a uma nova cultura, é preciso uma nova economia a qual assenta numa nova cultura de conhecimento. Historiador, ele precisou a ideia de centro da política e do centro topográfico que Lisboa é, em simultâneo. E lembrou os políticos do iluminismo e do liberalismo, que olharam o centro da cidade e lhe conferiram poder simbólico, com edifícios opulentos. Recordou algumas decisões que poderão ter sido menos adequadas: a Escola Superior de Cinema e Teatro migrou da cidade para a Amadora, a cidade universitária deixou a Baixa e está deserta aos fins-de-semana, com o jardim a ser local de difícil acesso, rodeado que está por faixas de circulação de automóveis.

O terceiro consultor presente, Nuno Crato, deu algumas sugestões, simples mas que interessa desenvolver: melhoramento de espaços públicos, embora a orografia de jardins e espaços como o Parque Eduardo VII ou o Técnico ofereça dificuldades, colocação de facilidades de wireless em certos pontos da cidade como forma de atrair jovens com os seus computadores portáteis (a tecnologia das empresas de telemóveis, entretanto, já tem uma oferta que ultrapassa essa barreira), concursos de ideias (calçada portuguesa, reactivação do relógio do Cais do Sodré, que representa a hora legal).


Na sessão distribuir, o consultor António Pinto Ribeiro falou da importância da discussão de projectos numa base factual e não ideológica, do contributo das tecnologias nos acontecimentos culturais e da eventual necessidade de uma nova Lisboa capital da cultura e de uma casa de cinema, capaz de albergar festivais com regularidade e muita frequência, numa lógica temporal organizada. Outro dos consultores, Nuno Artur Silva, defendeu ser fundamental sair-se do palácio da Mitra, local do encontro, com uma lista de coisas concretas (o que fazer, o que não fazer).

Os participantes da sessão, muitos oriundos da produção de espectáculos, salientaram a falta de espaços para produções independentes - música, cinema, dança -, da recuperação de palácios em degradação e sua transformação em espaços para a arte, da falta de visibilidade das suas realizações em mupis e na televisão, da oportunidade de trazer espectáculos e rotas culturais para Lisboa, da atracção de públicos quer residentes quer turistas, da necessidade de prolongar as actividades para além de um festival de três ou quatro dias aproveitando as equipas e as competências adquiridas e os novos hábitos de consumo, as externalidades (benefícios que algumas actividades obtêm de outras actividades, no sentido de clusters), atendendo sempre à escala do país e da cidade (limite de públicos, limite de poder de compra), o arrendamento a preços adequados a artistas de vanguarda e a jovens artistas, relevo para a notável produção musical no actual momento em Lisboa que torna atractiva a cidade para viver e trabalhar, o peso dos media como elementos de transferência da informação associado a serviços educativos de teatros, museus e outros espaços de criação e representação.

Uma das propostas foi a de considerar Lisboa o vértice de um triângulo que passa pelo Brasil e pela África de língua portuguesa, capaz de dinamizar um evento de forte impacto que trouxesse visitantes da Europa e de outros pontos do mundo e dentro da perspectiva que o mercado é um factor de cooperação e estímulo de formas de co-produção. Se o município não pode criar um mercado do audiovisual, ele pode incentivar condições para a visibilidade de acontecimentos culturais e para a facilitação de alguns desses acontecimentos.

Na sua síntese, Nuno Artur Silva destacou quatro pontos: 1) mais espaços, com recuperação de alguns, 2) circulação, com atenção à segurança e ao trânsito, 3) divulgação, com a criação de um canal net de televisão, com um editor mínimo capaz de assegurar a coerência e a organização do projecto, e 4) activadores de novos centros de actividade cultural (caso dos pólos da Parque expo, festival IndieLisboa).



A equipa de investigadores da Dinâmia, a promotora do estudo, é constituída por Pedro Costa (coordenador e presente no pequeno vídeo que fiz), Tânia Jerónimo Teixeira, Bruno Vasconcelos e Miguel Magalhães. Da equipa de consultores-peritos fazem parte António Pinto Ribeiro, Carlos Martins, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo, Idalina Conde, João Seixas, Nuno Artur Silva e Rui Tavares.

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Realizou-se ontem em Lisboa a primeira maratona em torno do projecto Estratégia para a cultura em Lisboa, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa à Dinâmia, Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica, entidade que organizou o evento de ontem. Havia sete temas em análise, cada um com duas horas de duração e com cerca de 20 pessoas em cada: criar, lembrar, distribuir, conhecer, participar, planear e representar. Eu assisti à mesa conhecer e participei na mesa distribuir (as minhas notas seguem a discussão nessas mesas).

As perguntas de partida eram: 1) quais os principais problemas com a cultura na cidade de Lisboa, 2) que soluções/medidas sugere (actividades, projectos, recursos), e 3) o que estaria disposto a fazer nesse sentido (próprio e/ou a sua instituição). Além das sessões de ontem, projectam-se mais reuniões durante Dezembro e Janeiro de 2009, com estes e outros temas e com estas e outras pessoas, numa reconfiguração capaz de dar mais dinamismo e profundidade ao projecto. Grandes objectivos a alcançar: mobilização e participação dos agentes culturais nas grandes decisões públicas.

Na mesa conhecer, a consultora Catarina Vaz Pinto levantou dois tópicos centrais: 1) acesso ao conhecimento (literacia, cultura, educação para a cidadania), 2) criação de competências (formação artística e técnica). Dessa sessão, muito rica em conteúdo, destaquei três tipos de agentes culturais: as escolas superiores de artes e cultura, com a apresentação dos seus portefólios de cursos, procurando o entrosamento entre a academia, o município e a cultura; os agentes mais identificados com programas da própria câmara ou do Estado, frisando experiências; os investigadores, apelando a uma definição dos conceitos, casos de indústrias criativas, que não podem ser mera transposição mas precisam de adaptação nacional.


Na sessão conhecer, evidenciaram-se ainda a necessidade de interligar cultura e tecnologia, de conhecer melhor experiências como as de Glasgow, Singapura e Barcelona, de ter novas práticas e novos públicos, de incrementar relações de vizinhança caso de escolas numa mesma área geográfica (como o IADE, a ETIC e a Escola de Joalharia) e de outras actividades (lojas de design, por exemplo), aproveitar os alunos Erasmus, futuros embaixadores da cidade, melhor percepção da ideia de globalização e das cidades enquanto locais de criação e do conhecimento (por oposição a cidades de informalidade, que crescem em número de habitantes mas não crescem em massa crítica artística e intelectual), envolvimento das gerações mais novas (e das novas formas artísticas mesmo que menos legais como o graffiti), renovação da zona ribeirinha, com espaços de lazer e encontro, desafio às universidades e empresas para colaborarem no projecto de revitalização da cultura em Lisboa, articulação de festivais (cinema, teatro, música) com outros agentes económicos numa vertente de externalidades (o restaurante, o hotel e os transportes ganham se houver um festival).

Um outro consultor presente na mesa, Rui Tavares, considerou que, para se chegar a uma nova cultura, é preciso uma nova economia a qual assenta numa nova cultura de conhecimento. Historiador, ele precisou a ideia de centro da política e do centro topográfico que Lisboa é, em simultâneo. E lembrou os políticos do iluminismo e do liberalismo, que olharam o centro da cidade e lhe conferiram poder simbólico, com edifícios opulentos. Recordou algumas decisões que poderão ter sido menos adequadas: a Escola Superior de Cinema e Teatro migrou da cidade para a Amadora, a cidade universitária deixou a Baixa e está deserta aos fins-de-semana, com o jardim a ser local de difícil acesso, rodeado que está por faixas de circulação de automóveis.

O terceiro consultor presente, Nuno Crato, deu algumas sugestões, simples mas que interessa desenvolver: melhoramento de espaços públicos, embora a orografia de jardins e espaços como o Parque Eduardo VII ou o Técnico ofereça dificuldades, colocação de facilidades de wireless em certos pontos da cidade como forma de atrair jovens com os seus computadores portáteis (a tecnologia das empresas de telemóveis, entretanto, já tem uma oferta que ultrapassa essa barreira), concursos de ideias (calçada portuguesa, reactivação do relógio do Cais do Sodré, que representa a hora legal).


Na sessão distribuir, o consultor António Pinto Ribeiro falou da importância da discussão de projectos numa base factual e não ideológica, do contributo das tecnologias nos acontecimentos culturais e da eventual necessidade de uma nova Lisboa capital da cultura e de uma casa de cinema, capaz de albergar festivais com regularidade e muita frequência, numa lógica temporal organizada. Outro dos consultores, Nuno Artur Silva, defendeu ser fundamental sair-se do palácio da Mitra, local do encontro, com uma lista de coisas concretas (o que fazer, o que não fazer).

Os participantes da sessão, muitos oriundos da produção de espectáculos, salientaram a falta de espaços para produções independentes - música, cinema, dança -, da recuperação de palácios em degradação e sua transformação em espaços para a arte, da falta de visibilidade das suas realizações em mupis e na televisão, da oportunidade de trazer espectáculos e rotas culturais para Lisboa, da atracção de públicos quer residentes quer turistas, da necessidade de prolongar as actividades para além de um festival de três ou quatro dias aproveitando as equipas e as competências adquiridas e os novos hábitos de consumo, as externalidades (benefícios que algumas actividades obtêm de outras actividades, no sentido de clusters), atendendo sempre à escala do país e da cidade (limite de públicos, limite de poder de compra), o arrendamento a preços adequados a artistas de vanguarda e a jovens artistas, relevo para a notável produção musical no actual momento em Lisboa que torna atractiva a cidade para viver e trabalhar, o peso dos media como elementos de transferência da informação associado a serviços educativos de teatros, museus e outros espaços de criação e representação.

Uma das propostas foi a de considerar Lisboa o vértice de um triângulo que passa pelo Brasil e pela África de língua portuguesa, capaz de dinamizar um evento de forte impacto que trouxesse visitantes da Europa e de outros pontos do mundo e dentro da perspectiva que o mercado é um factor de cooperação e estímulo de formas de co-produção. Se o município não pode criar um mercado do audiovisual, ele pode incentivar condições para a visibilidade de acontecimentos culturais e para a facilitação de alguns desses acontecimentos.

Na sua síntese, Nuno Artur Silva destacou quatro pontos: 1) mais espaços, com recuperação de alguns, 2) circulação, com atenção à segurança e ao trânsito, 3) divulgação, com a criação de um canal net de televisão, com um editor mínimo capaz de assegurar a coerência e a organização do projecto, e 4) activadores de novos centros de actividade cultural (caso dos pólos da Parque expo, festival IndieLisboa).



A equipa de investigadores da Dinâmia, a promotora do estudo, é constituída por Pedro Costa (coordenador e presente no pequeno vídeo que fiz), Tânia Jerónimo Teixeira, Bruno Vasconcelos e Miguel Magalhães. Da equipa de consultores-peritos fazem parte António Pinto Ribeiro, Carlos Martins, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo, Idalina Conde, João Seixas, Nuno Artur Silva e Rui Tavares.

[a discussão tida ontem foi conduzida no palácio da Mitra, à rua do Açúcar, de onde tirei as imagens abaixo]

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Realizou-se ontem em Lisboa a primeira maratona em torno do projecto Estratégia para a cultura em Lisboa, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa à Dinâmia, Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica, entidade que organizou o evento de ontem. Havia sete temas em análise, cada um com duas horas de duração e com cerca de 20 pessoas em cada: criar, lembrar, distribuir, conhecer, participar, planear e representar. Eu assisti à mesa conhecer e participei na mesa distribuir (as minhas notas seguem a discussão nessas mesas).

As perguntas de partida eram: 1) quais os principais problemas com a cultura na cidade de Lisboa, 2) que soluções/medidas sugere (actividades, projectos, recursos), e 3) o que estaria disposto a fazer nesse sentido (próprio e/ou a sua instituição). Além das sessões de ontem, projectam-se mais reuniões durante Dezembro e Janeiro de 2009, com estes e outros temas e com estas e outras pessoas, numa reconfiguração capaz de dar mais dinamismo e profundidade ao projecto. Grandes objectivos a alcançar: mobilização e participação dos agentes culturais nas grandes decisões públicas.

Na mesa conhecer, a consultora Catarina Vaz Pinto levantou dois tópicos centrais: 1) acesso ao conhecimento (literacia, cultura, educação para a cidadania), 2) criação de competências (formação artística e técnica). Dessa sessão, muito rica em conteúdo, destaquei três tipos de agentes culturais: as escolas superiores de artes e cultura, com a apresentação dos seus portefólios de cursos, procurando o entrosamento entre a academia, o município e a cultura; os agentes mais identificados com programas da própria câmara ou do Estado, frisando experiências; os investigadores, apelando a uma definição dos conceitos, casos de indústrias criativas, que não podem ser mera transposição mas precisam de adaptação nacional.


Na sessão conhecer, evidenciaram-se ainda a necessidade de interligar cultura e tecnologia, de conhecer melhor experiências como as de Glasgow, Singapura e Barcelona, de ter novas práticas e novos públicos, de incrementar relações de vizinhança caso de escolas numa mesma área geográfica (como o IADE, a ETIC e a Escola de Joalharia) e de outras actividades (lojas de design, por exemplo), aproveitar os alunos Erasmus, futuros embaixadores da cidade, melhor percepção da ideia de globalização e das cidades enquanto locais de criação e do conhecimento (por oposição a cidades de informalidade, que crescem em número de habitantes mas não crescem em massa crítica artística e intelectual), envolvimento das gerações mais novas (e das novas formas artísticas mesmo que menos legais como o graffiti), renovação da zona ribeirinha, com espaços de lazer e encontro, desafio às universidades e empresas para colaborarem no projecto de revitalização da cultura em Lisboa, articulação de festivais (cinema, teatro, música) com outros agentes económicos numa vertente de externalidades (o restaurante, o hotel e os transportes ganham se houver um festival).

Um outro consultor presente na mesa, Rui Tavares, considerou que, para se chegar a uma nova cultura, é preciso uma nova economia a qual assenta numa nova cultura de conhecimento. Historiador, ele precisou a ideia de centro da política e do centro topográfico que Lisboa é, em simultâneo. E lembrou os políticos do iluminismo e do liberalismo, que olharam o centro da cidade e lhe conferiram poder simbólico, com edifícios opulentos. Recordou algumas decisões que poderão ter sido menos adequadas: a Escola Superior de Cinema e Teatro migrou da cidade para a Amadora, a cidade universitária deixou a Baixa e está deserta aos fins-de-semana, com o jardim a ser local de difícil acesso, rodeado que está por faixas de circulação de automóveis.

O terceiro consultor presente, Nuno Crato, deu algumas sugestões, simples mas que interessa desenvolver: melhoramento de espaços públicos, embora a orografia de jardins e espaços como o Parque Eduardo VII ou o Técnico ofereça dificuldades, colocação de facilidades de wireless em certos pontos da cidade como forma de atrair jovens com os seus computadores portáteis (a tecnologia das empresas de telemóveis, entretanto, já tem uma oferta que ultrapassa essa barreira), concursos de ideias (calçada portuguesa, reactivação do relógio do Cais do Sodré, que representa a hora legal).


Na sessão distribuir, o consultor António Pinto Ribeiro falou da importância da discussão de projectos numa base factual e não ideológica, do contributo das tecnologias nos acontecimentos culturais e da eventual necessidade de uma nova Lisboa capital da cultura e de uma casa de cinema, capaz de albergar festivais com regularidade e muita frequência, numa lógica temporal organizada. Outro dos consultores, Nuno Artur Silva, defendeu ser fundamental sair-se do palácio da Mitra, local do encontro, com uma lista de coisas concretas (o que fazer, o que não fazer).

Os participantes da sessão, muitos oriundos da produção de espectáculos, salientaram a falta de espaços para produções independentes - música, cinema, dança -, da recuperação de palácios em degradação e sua transformação em espaços para a arte, da falta de visibilidade das suas realizações em mupis e na televisão, da oportunidade de trazer espectáculos e rotas culturais para Lisboa, da atracção de públicos quer residentes quer turistas, da necessidade de prolongar as actividades para além de um festival de três ou quatro dias aproveitando as equipas e as competências adquiridas e os novos hábitos de consumo, as externalidades (benefícios que algumas actividades obtêm de outras actividades, no sentido de clusters), atendendo sempre à escala do país e da cidade (limite de públicos, limite de poder de compra), o arrendamento a preços adequados a artistas de vanguarda e a jovens artistas, relevo para a notável produção musical no actual momento em Lisboa que torna atractiva a cidade para viver e trabalhar, o peso dos media como elementos de transferência da informação associado a serviços educativos de teatros, museus e outros espaços de criação e representação.

Uma das propostas foi a de considerar Lisboa o vértice de um triângulo que passa pelo Brasil e pela África de língua portuguesa, capaz de dinamizar um evento de forte impacto que trouxesse visitantes da Europa e de outros pontos do mundo e dentro da perspectiva que o mercado é um factor de cooperação e estímulo de formas de co-produção. Se o município não pode criar um mercado do audiovisual, ele pode incentivar condições para a visibilidade de acontecimentos culturais e para a facilitação de alguns desses acontecimentos.

Na sua síntese, Nuno Artur Silva destacou quatro pontos: 1) mais espaços, com recuperação de alguns, 2) circulação, com atenção à segurança e ao trânsito, 3) divulgação, com a criação de um canal net de televisão, com um editor mínimo capaz de assegurar a coerência e a organização do projecto, e 4) activadores de novos centros de actividade cultural (caso dos pólos da Parque expo, festival IndieLisboa).



A equipa de investigadores da Dinâmia, a promotora do estudo, é constituída por Pedro Costa (coordenador e presente no pequeno vídeo que fiz), Tânia Jerónimo Teixeira, Bruno Vasconcelos e Miguel Magalhães. Da equipa de consultores-peritos fazem parte António Pinto Ribeiro, Carlos Martins, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo, Idalina Conde, João Seixas, Nuno Artur Silva e Rui Tavares.

[a discussão tida ontem foi conduzida no palácio da Mitra, à rua do Açúcar, de onde tirei as imagens abaixo]

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Realizou-se ontem em Lisboa a primeira maratona em torno do projecto Estratégia para a cultura em Lisboa, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa à Dinâmia, Centro de Estudos Sobre a Mudança Socioeconómica, entidade que organizou o evento de ontem. Havia sete temas em análise, cada um com duas horas de duração e com cerca de 20 pessoas em cada: criar, lembrar, distribuir, conhecer, participar, planear e representar. Eu assisti à mesa conhecer e participei na mesa distribuir (as minhas notas seguem a discussão nessas mesas).

As perguntas de partida eram: 1) quais os principais problemas com a cultura na cidade de Lisboa, 2) que soluções/medidas sugere (actividades, projectos, recursos), e 3) o que estaria disposto a fazer nesse sentido (próprio e/ou a sua instituição). Além das sessões de ontem, projectam-se mais reuniões durante Dezembro e Janeiro de 2009, com estes e outros temas e com estas e outras pessoas, numa reconfiguração capaz de dar mais dinamismo e profundidade ao projecto. Grandes objectivos a alcançar: mobilização e participação dos agentes culturais nas grandes decisões públicas.

Na mesa conhecer, a consultora Catarina Vaz Pinto levantou dois tópicos centrais: 1) acesso ao conhecimento (literacia, cultura, educação para a cidadania), 2) criação de competências (formação artística e técnica). Dessa sessão, muito rica em conteúdo, destaquei três tipos de agentes culturais: as escolas superiores de artes e cultura, com a apresentação dos seus portefólios de cursos, procurando o entrosamento entre a academia, o município e a cultura; os agentes mais identificados com programas da própria câmara ou do Estado, frisando experiências; os investigadores, apelando a uma definição dos conceitos, casos de indústrias criativas, que não podem ser mera transposição mas precisam de adaptação nacional.


Na sessão conhecer, evidenciaram-se ainda a necessidade de interligar cultura e tecnologia, de conhecer melhor experiências como as de Glasgow, Singapura e Barcelona, de ter novas práticas e novos públicos, de incrementar relações de vizinhança caso de escolas numa mesma área geográfica (como o IADE, a ETIC e a Escola de Joalharia) e de outras actividades (lojas de design, por exemplo), aproveitar os alunos Erasmus, futuros embaixadores da cidade, melhor percepção da ideia de globalização e das cidades enquanto locais de criação e do conhecimento (por oposição a cidades de informalidade, que crescem em número de habitantes mas não crescem em massa crítica artística e intelectual), envolvimento das gerações mais novas (e das novas formas artísticas mesmo que menos legais como o graffiti), renovação da zona ribeirinha, com espaços de lazer e encontro, desafio às universidades e empresas para colaborarem no projecto de revitalização da cultura em Lisboa, articulação de festivais (cinema, teatro, música) com outros agentes económicos numa vertente de externalidades (o restaurante, o hotel e os transportes ganham se houver um festival).

Um outro consultor presente na mesa, Rui Tavares, considerou que, para se chegar a uma nova cultura, é preciso uma nova economia a qual assenta numa nova cultura de conhecimento. Historiador, ele precisou a ideia de centro da política e do centro topográfico que Lisboa é, em simultâneo. E lembrou os políticos do iluminismo e do liberalismo, que olharam o centro da cidade e lhe conferiram poder simbólico, com edifícios opulentos. Recordou algumas decisões que poderão ter sido menos adequadas: a Escola Superior de Cinema e Teatro migrou da cidade para a Amadora, a cidade universitária deixou a Baixa e está deserta aos fins-de-semana, com o jardim a ser local de difícil acesso, rodeado que está por faixas de circulação de automóveis.

O terceiro consultor presente, Nuno Crato, deu algumas sugestões, simples mas que interessa desenvolver: melhoramento de espaços públicos, embora a orografia de jardins e espaços como o Parque Eduardo VII ou o Técnico ofereça dificuldades, colocação de facilidades de wireless em certos pontos da cidade como forma de atrair jovens com os seus computadores portáteis (a tecnologia das empresas de telemóveis, entretanto, já tem uma oferta que ultrapassa essa barreira), concursos de ideias (calçada portuguesa, reactivação do relógio do Cais do Sodré, que representa a hora legal).


Na sessão distribuir, o consultor António Pinto Ribeiro falou da importância da discussão de projectos numa base factual e não ideológica, do contributo das tecnologias nos acontecimentos culturais e da eventual necessidade de uma nova Lisboa capital da cultura e de uma casa de cinema, capaz de albergar festivais com regularidade e muita frequência, numa lógica temporal organizada. Outro dos consultores, Nuno Artur Silva, defendeu ser fundamental sair-se do palácio da Mitra, local do encontro, com uma lista de coisas concretas (o que fazer, o que não fazer).

Os participantes da sessão, muitos oriundos da produção de espectáculos, salientaram a falta de espaços para produções independentes - música, cinema, dança -, da recuperação de palácios em degradação e sua transformação em espaços para a arte, da falta de visibilidade das suas realizações em mupis e na televisão, da oportunidade de trazer espectáculos e rotas culturais para Lisboa, da atracção de públicos quer residentes quer turistas, da necessidade de prolongar as actividades para além de um festival de três ou quatro dias aproveitando as equipas e as competências adquiridas e os novos hábitos de consumo, as externalidades (benefícios que algumas actividades obtêm de outras actividades, no sentido de clusters), atendendo sempre à escala do país e da cidade (limite de públicos, limite de poder de compra), o arrendamento a preços adequados a artistas de vanguarda e a jovens artistas, relevo para a notável produção musical no actual momento em Lisboa que torna atractiva a cidade para viver e trabalhar, o peso dos media como elementos de transferência da informação associado a serviços educativos de teatros, museus e outros espaços de criação e representação.

Uma das propostas foi a de considerar Lisboa o vértice de um triângulo que passa pelo Brasil e pela África de língua portuguesa, capaz de dinamizar um evento de forte impacto que trouxesse visitantes da Europa e de outros pontos do mundo e dentro da perspectiva que o mercado é um factor de cooperação e estímulo de formas de co-produção. Se o município não pode criar um mercado do audiovisual, ele pode incentivar condições para a visibilidade de acontecimentos culturais e para a facilitação de alguns desses acontecimentos.

Na sua síntese, Nuno Artur Silva destacou quatro pontos: 1) mais espaços, com recuperação de alguns, 2) circulação, com atenção à segurança e ao trânsito, 3) divulgação, com a criação de um canal net de televisão, com um editor mínimo capaz de assegurar a coerência e a organização do projecto, e 4) activadores de novos centros de actividade cultural (caso dos pólos da Parque expo, festival IndieLisboa).



A equipa de investigadores da Dinâmia, a promotora do estudo, é constituída por Pedro Costa (coordenador e presente no pequeno vídeo que fiz), Tânia Jerónimo Teixeira, Bruno Vasconcelos e Miguel Magalhães. Da equipa de consultores-peritos fazem parte António Pinto Ribeiro, Carlos Martins, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo, Idalina Conde, João Seixas, Nuno Artur Silva e Rui Tavares.

[a discussão tida ontem foi conduzida no palácio da Mitra, à rua do Açúcar, de onde tirei as imagens abaixo]

publicado por industrias-culturais às 09:46
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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008

ESTRATÉGIAS PARA A CULTURA EM LISBOA


Colóquio e discussão pública no dia 20 de Novembro.

publicado por industrias-culturais às 17:49
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