Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2016
A 5ª Conferência Internacional de Cinema de Viana é um espaço de reflexão e de partilha de experiências que visa a construção de comunidade internacional de interesses e de divulgação de projetos relacionados com duas temáticas centrais do cinema: escola; arte, ciência e cultura. Inscrições até 31 de janeiro de 2016. Realiza-se no âmbito da programação dos XVI Encontros de Cinema de Viana. A conferência internacional terá lugar na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo (avenida Capitão Gaspar de Castro), nos dias 12 e 13 de maio de 2016. Uma organização de Ao Norte, CEMRI-LAV, Universidade Aberta e ESE-IPVC [informação da organização].
Segunda-feira, 4 de Janeiro de 2016
No sábado dia 16 de janeiro, a Companhia Mascarenhas-Martins apresenta-se ao público como nova estrutura de produção artística sediada no Montijo e com o objetivo de desenvolver trabalho profissional nas áreas do teatro, cinema, música, literatura e artes plásticas. Em 2016, seu primeiro ano de actividade, a nova companhia tem nos seus planos apresentar dois espectáculos de teatro baseados em textos originais, produzir um documentário e organizar conversas sobre a importância de fundar e manter estruturas artísticas. Na primeira apresentação pública, partilhar-se-á com os espectadores alguns dos motivos que levaram à fundação da nova estrutura, numa reflexão para a qual foram convidados os responsáveis por algumas das mais antigas companhias de teatro em atividade. A conversa, na Casa Mora (Montijo), com início marcado para as 16:00, será uma reflexão sobre a importância de fundar e manter estruturas artísticas profissionais, com a participação de João Brites (O Bando), Luís Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Lourenço e Vera San Payo de Lemos (Teatro Aberto). À noite, pelas 21:30, o concerto de Maria Mascarenhas e Levi Martins, que interpretarão canções de várias épocas e origens, num concerto intimista e descontraído (texto e imagem fornecidos pela organização).
Adenda (18 de janeiro de 2016, 19:00): em baixo, duas imagens da conversa e do concerto. Na conversa, que contou com a participação de Luis Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Brites (Teatro O Bando), João Lourenço e Vera San Payo de Lemos (Teatro Aberto), foi feita a comparação entre o momento em que estes fundaram as suas companhias e a atualidade (amabilidade de texto e imagens de Levi Martins).
Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2015
Escreve o Público: "O mais recente episódio de Star Wars está prestes a estrear – e as “marcas de moda e acessórios, de grande consumo ou de nicho, estão a sentir a força” da saga, escreve o jornal de referência na indústria da moda Business of Fashion. Há mochilas, peças de joalharia, canetas, mealheiros, canetas, chapéus, vernizes ou batoms".
Basta ver o grande número de anúncios que precedem a exibição do filme, incluindo relógios. Mas não vi publicidade aos sabres de luz e ao droide BB-8 (cerca de 150 dólares no mercado americano). Não me lembro de ver tanta publicidade, alguma dela associando o filme e a quadra natalícia. Um oportuno casamento de indústrias culturais (ou merchandising oportunista).
Segunda-feira, 5 de Outubro de 2015
Entre 5 e 20 de outubro, está de regresso à Cinemateca (sala Luís de Pina) a rubrica
Realizador Convidado, agora vindo do cinema de animação, Abi Feijó, num conjunto de 28 sessões. Dividido em seis grandes temáticas (os filmes de Abi Feijó; os filmes do “atelier” de Abi Feijó - nas duas casas de produção que fundou, a Filmógrafo e a Ciclope Filmes; a animação portuguesa contemporânea; pioneiros da animação portuguesa; longas-metragens de produção internacional; e curtas-metragens da produção internacional), o ciclo encerra no dia 20 com o colóquio
A Prática do Cinema de Animação em Portugal, que contará com a presença de Abi Feijó e de vários convidados a anunciar, todos pertencentes ao sector da animação feita em Portugal [texto da entidade organizadora].
Quinta-feira, 3 de Setembro de 2015
O Grupo de Trabalho “Cultura Visual Digital” convida todos os interessados, membros e não-membro da AIM, a submeterem propostas de comunicação para a organização de um ou mais painéis temáticos no âmbito do VI Encontro Anual da AIM, que se realizará no Porto, de 4 a 7 de maio de 2016.
Sem prejuízo de outros temas relevantes para esta área de investigação, propomos este ano o tema específico do ensaio audiovisual digital.
A utilização da imagem em movimento no contexto da crítica cinematográfica, da análise fílmica e até das expressões mais diversas da cinefilia contemporânea registou um crescimento assinalável nos últimos anos. Para além da popularidade cada vez maior destes ensaios, a multiplicação de conferências internacionais, cursos de formação, abertura de secções em revistas científicas e publicação de bibliografia de referência sobre o assunto tem contribuído para uma crescente reflexão crítica sobre estas práticas e até mesmo para a sua progressiva institucionalização.
No entanto, enquanto produto da Web 2.0 e da vulgarização de tecnologias de visionamento e montagem digital, as práticas do ensaio audiovisual caraterizam-se por uma grande diversidade metodológica, são especialmente resistentes à normalização e abrangem vários contextos e influências, dentro e fora do campo específico do cinema e muito para além da universidade: da sala de aula à conferência académica; do filme-ensaio ao filme de compilação; do found footage à video-arte; da crítica de cinema à análise textual; do extra de DVD ao remix, o mashup e o supercut.
Esta chamada de comunicações tem como objectivo mapear estas práticas e reflectir sobre as suas tensões definidoras. Encorajamos o envio de comunicações sobre, entre outros, os seguintes tópicos:
-estudos de caso;
-relações com práticas artísticas;
-relações com culturas de fás e cinefilia digital;
-relações com a cultura audiovisual contemporânea;
-implicações no ensino e na investigação dos estudos filmicos;
-implicações na questão de direitos de autor e relação com arquivos fílmicos
As propostas não devem exceder os 1500 caracteres (incluindo espaços) e deverão ser enviadas diretamente para os coordenadores do GT até 15 de outubro de 2015. No caso de aceitação, o autor deverá então submeter a sua proposta no site da AIM até 31 de outubro de 2015. A aceitação final dependerá do processo de arbitragem científica geral do Encontro.
Contato para envio de propostas:Tiago Baptista: trbaptista@mail.com
+info sobre o Encontro aqui +info sobre o GT Cultura Visual Digital aqui
[texto da organização]
Sábado, 1 de Agosto de 2015
FILMES DO HOMEM - Festival Internacional de Documentário de Melgaço, organizado pela Câmara Municipal de Melgaço e pela Associação AO NORTE, de 4 a 9 de agosto, pretende promover e divulgar o cinema etnográfico e social, refletir com os filmes sobre identidade, memória e fronteira, e contribuir para um arquivo audiovisual sobre a região (
http://www.filmesdohomem.pt/filmesdohomem.php#).
Terça-feira, 21 de Julho de 2015
O dissidente iraniano Jafar Panahi (1960-) ganhou o Urso de Ouro da Berlinale, o festival de cinema de Berlim, com
Taxi. Dias antes, o mesmo filme recebera o prémio Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema).
O filme conta a história de um taxista que monta dissimulada uma câmara de filmar e segue as conversas dos seus clientes. Nunca vimos a ação senão dentro do táxi. É como se estivéssemos presos dentro de uma caixa. Aliás, Panahi não pode sair do Irão para receber o prémio mas a própria sobrinha, que entra no filme como sobrinha. Para o júri do festival de Berlim, o realizador criou "uma carta de amor ao cinema".Se as primeiras personagens do filme revelam pessoas comuns com problemas aparentemente vulgares, há um crescendo de densidade, visível no diálogo entre o "profissional" de assaltos (à falta de uma melhor definição minha) e a professora, com o primeiro a acusar a segunda de não usar o véu a tapar o cabelo. A entrada da "senhora das flores", uma advogada que ia ficar sem carteira profissional por defender dissidentes, enquadra melhor a história. Com dissidências e muitas prisões.
Curiosamente, aquilo que é proibido - filmar livremente - aparece de modo intenso na vontade de um estudante querer seguir cinema e da jovem sobrinha preparar na escola um filme "distribuível", passando o tempo todo a usar uma máquina de fotografia e imagem em movimento. Também outra personagem forte do filme é vendedor de cópias pirateadas de filmes proibidos de exibição no país e comenta que o realizador estava a filmar usando atores e atrizes para figurarem no filme. No final, dois homens saem de uma motocicleta e arrombam o carro de Panahi, roubando a câmara de filmar. O ecrã fica totalmente escuro.
Retiro do jornal
Público a informação seguinte:
Taxi é a "continuação da série de «filmes escondidos» do iraniano, que começou com
This Is Not a Film e
Behind the Curtain. São filmes realizados depois de Panahi ter sido preso em 2010 e proibido de trabalhar (ou viajar) durante 20 anos por alegadamente fazer «filmes críticos do regime»". Em 2009, Panahi apoiou o candidato Mir Hussein Mussav à presidência da República. Cineastas como Martin Scorsese, Steven Spielberg, Oliver Stone, Steven Soderbergh, Paul Thomas Anderson, Joel Coen e Ethan Coen e Francis Ford Coppola, atores como Robert De Niro, Robert Redford, Brian Cox, Pierre Richard e Mehdi Hashemi e atrizes como Isabelle Huppert e Anouk Aimée e instituições como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch condenaram a prisão do cineasta e a proibição de sair do país, sem que se conheçam as razões da sua condenação.
Segunda-feira, 29 de Junho de 2015
Hoje, na Universidade Católica Portuguesa, foi defendida a dissertação de mestrado de Pedro Lopes, Imitação da Vida. A Escrita Cinematográfica e o Melodrama. No trabalho, o autor presta uma homenagem aos filmes realizados por John Stahl (1934) e Douglas Sirk (1959), a partir de um romance de Fannie Hurst, na busca da evolução do melodrama desde o seu aparecimento como género no teatro e a sua evolução com o cinema. Pedro Lopes estudou também as obras tardias de Douglas Sirk e olhou a reinvenção do melodrama a partir da década de 1970 em realizadores como Rainer Werner Fassbinder, Pedro Almodóvar e Todd Haynes. O trabalho hoje defendido serviu de moldura teórica para a escrita de uma longa metragem, a realizar para o próximo ano.
Pedro Lopes trabalhou para a Casa da Criação onde colaborou na escrita de novelas da TVI (Saber Amar, Queridas Feras e Morangos com Açúcar). Licenciado em História, o agora mestre em Ciências da Comunicação estreou-se na SIC como autor principal em Perfeito Coração. Depois, foram Laços de Sangue, telenovela vencedora de um Emmy, Dancin' Days e Sol de Inverno. O diretor de conteúdos da SP Televisão também escreveu séries para a RTP.
Terça-feira, 2 de Junho de 2015
Há dias, os media anunciaram que Omar Shariff estava doente com Alzheimer, incapaz já de conhecer o próprio filho. Ele representou uma geração de cinema e de público de cinema.
Aqui, recordo a sua vinda a Portugal em 1969, a primeira vez que tirava férias em vários anos e em que aproveitou para jogar bridge, a sua paixão pelas cartas (
Diário Popular, 18 de abril de 1969). No mesmo jornal, no dia seguinte, outro texto faz-se acompanhar de uma fotografia em que se vê ele a jogar, absorto do que se passava à sua volta. Ele perdeu mas sentiu-se feliz. E avisava que não queria ser importunado antes das treze horas de cada dia.
Nessa época, a vinda de estrelas a Portugal (a rodagem de uma parte de um filme em que
O Santo se casa foi também muito badalada em notícias) era uma janela para o mundo além da rotina do regime político. Marcelo Caetano fez uma viagem pelas principais colónias mantidas por Portugal em África. Na chegada a Bissau, a legenda da fotografia indicava que ele "acena para a multidão". As únicas pessoas que se veem é a sua própria comitiva (
Diário Popular, 14 de abril de 1969). Logo depois, em Moçambique, ele disse: "Deve ser cada vez mais larga e importante a participação dos povos no governo local" (
Diário Popular, 18 de abril de 1969). Por essa altura, anunciava-se que um importante chefe do norte de Moçambique tinha abandonado a Frelimo.
O II Congresso Republicano arrancava em Aveiro, com algumas páginas do
Diário Popular sobre o assunto (caso da edição de 16 de maio de 1969), logo depois da quase enigmática nota do gabinete do ministério da Educação sobre o encerramento das aulas na Universidade de Coimbra (
Diário Popular, 6 de maio): "Não haverá, assim, qualquer atividade escolar até ao início dos exames". Quem não tivesse outros canais de informação, ignoraria o que se passou. Um pouco mais clara era a notícia de desacatos na Faculdade de Medicina, com a Polícia Judiciária a instaurar inquérito a 50 estudantes (
Diário Popular, 27 de maio de 1969). E mais claro ainda o regresso do bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes. Diria este: "Não é o exílio que custa. O que custa é ser bispo" (
Diário Popular, 21 de junho de 1969). O regresso do bispo seria apreciado pelo New York Times, pois isso se integraria "na política de liberalização" de Caetano.
As eleições de 1969 aproximavam-se e Caetano ia revelando as suas ideias: "Não tenciono fazer uma revolução - as alterações virão a seu tempo" (declarações ao
New York Times,
Diário Popular, 19 de maio de 1969), "O Chefe do Giverno quer andar depressa mas não iludir ou mentir aos seus concidadãos" (dito no Porto,
Diário Popular, 21 de maio de 1969), "As revoluções mais fáceis e baratas são as revoluções verbais: deixam-se ficar as coisas e mudam-se-lhe os nomes" (dito ainda no Porto,
Diário Popular, 22 de maio de 1969).
Quarta-feira, 29 de Abril de 2015
Nos dias 11, 12 e 13 de Maio, todas as 499 salas de cinema, cinematecas e auditórios em Portugal, perfazendo quase 94 mil lugares, vão cobrar bilhetes a 2,5 euros. É a primeira Festa do Cinema a realizar-se em Portugal (a partir do Diário de Notícias).