Terça-feira, 10 de Março de 2009

MEMÓRIAS POLÍTICAS - II

No sítio do leste de Angola onde estive entre finais de 1971 e meados de 1973, os militares conheciam os representantes da PIDE. Então, havia três tipos de grupos coloniais brancos, para além dos escassos funcionários públicos: o exército (a companhia central do batalhão, isto é, mais de cem homens), os agentes da polícia política e o comerciante. Este, oriundo da Beira Baixa, servia uns bifes muito apetitosos e possuía moeda própria, isto é, passava senhas aos seus empregados que pagavam com esses papéis os bens que compravam na loja. Além da loja e do restaurante, alugava quartos. Por estranho que pareça, houve duas famílias de militares que lá se alojaram, acompanhando as comissões de maridos ou filhos. Num dos casos, a família era composta pelo militar, mulher, filha, pai, mãe e irmão. Tinham levado de Portugal uma frota de três carros de alta cilindrada (as estradas eram boas; o fomento em Angola conseguira estradas bem melhores do que aqui). A riqueza deles deu para “passarem férias” com o militar.

Não se podia dizer que se jogava xadrez com os representantes da polícia política, mas conheciam-se os seus nomes e as pequenas moradias em que viviam, já não me lembro se com ou sem família, pelo que muitas vezes me cruzei com eles. Por vezes, os militares milicianos, jovens e atrevidos, falavam em política e discordavam da guerra colonial. Houve muitas conversas políticas durante esses longos meses (bem mais interessantes do que as que eu ouvira quando estivera no quartel em Paço d’Arcos e, à noite, alguns de nós jogavam cartas e falavam dos livros que liam, como os de José Cardoso Pires). A reacção dos membros da PIDE naquele canto perdido de Angola era pedir (quase cortezmente) para os militares se calarem. Eles sabiam o desprezo que os militares lhes dedicavam, além de se sentirem em desvantagem numérica dado o número irrisório de agentes e das suas armas (espingardas) serem bem menos poderosas do que as do exército.

Numa zona em que a UNITA era maioritária e estava quase ao serviço dos militares portugueses e em que a facção Daniel Chipenda do MPLA conseguiu um ou outro êxito (o 1º de Maio de 1972 foi devastador para a nossa companhia, com a morte de sete companheiros), que acções a PIDE levou a efeito? E que relatórios escreveu sobre cada militar?

[imagem de 1972 já aqui publicada em 16 de Dezembro de 2005]
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Domingo, 20 de Abril de 2008

O RAPAZ DO ACORDEÃO


Vi-o tocar de um modo invulgar, experimental, arrancando sonoridades que jamais ouvira.

Estou a falar de Will Holhouser e o seu trio (composto ainda por Ron Horton, no trompete, e David Philips, no contrabaixo), acompanhado por "a very special guest" Bernardo Sassetti, com este a suscitar aplausos, gritos e assobios dos fãs mais fortes do pianista (parece-me que a fatia da audiência feminina vibrou mais, naturalmente). Pequenas peças, de improviso, de ritmos melódicos ora compreensíveis ora de grande experimentalidade, encheram o grande auditório do CCB nos Dias da Música.

A minha memória do acordeão levava-me a considerá-lo uma antiga tecnologia já completamente em desuso. Como outras tecnologias, como a que serviu de encontro de velhos colegas ontem, que recordaram uma situação profissional desaparecida mas onde persiste uma relação pessoal para além da morte da tecnologia. É a história viva, como alguém disse. A esmagadora desses indivíduos já não está profissionalmente activo. Não escrevem as suas memórias, vivem de coisas antigas, repetem os mesmos tiques ou referem a tecnologia como interessante, têm um conhecimento ténue das novas tecnologias e da gestão a elas associada. As tecnologias digitais arrumaram para o canto do museu as anteriores da geração electromecânica (como ocorrera na televisão com o sistema electrónico a eliminar a tecnologia mecânica de Baird). Posso estimar em dez anos a completa subsituição tecnológica, que aconteceu de igual modo em todo o mundo ocidental. Portugal terá sido até local de experiências de tecnologias digitais (alemã e americana), pois um pequeno mercado permite efectuar adaptações e resolver problemas que seriam mais sensíveis num país de maior dimensão.

Um dia, o conhecimento daquela tecnologia vai desaparecer. Pena que não fique registada como a dos músicos do CCB e o espaço museológico é escasso e mal tratado e compreendido.

Aqui, cabe espaço a uma reflexão: os músicos, como outros artistas, empregam materiais e equipamentos insensíveis à novidade ou não das tecnologias. A criação e a inventividade são variáveis independentes dos suportes, pois estes permitem experimentalidades nunca antes tentadas, como o caso do acordeão de Holhouser.



O dia para recordar a memória da tecnologia também não estava agradável. Chovia torrencialmente. A cidade apareceu ainda mais deprimida do que está - os edifícios velhos estão abandonados, os empregos de outrora desapareceram e tornaram a área mais vazia e inóspita. Até chovia no interior do hotel, espaço que tinha um grande glamour quando eu era adolescente (falava-se em festas e de clientes importantes). Os sítios também se ressentem da decadência humana.



[imagens do Porto, baixa da cidade]
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O RAPAZ DO ACORDEÃO


Vi-o tocar de um modo invulgar, experimental, arrancando sonoridades que jamais ouvira.

Estou a falar de Will Holhouser e o seu trio (composto ainda por Ron Horton, no trompete, e David Philips, no contrabaixo), acompanhado por "a very special guest" Bernardo Sassetti, com este a suscitar aplausos, gritos e assobios dos fãs mais fortes do pianista (parece-me que a fatia da audiência feminina vibrou mais, naturalmente). Pequenas peças, de improviso, de ritmos melódicos ora compreensíveis ora de grande experimentalidade, encheram o grande auditório do CCB nos Dias da Música.

A minha memória do acordeão levava-me a considerá-lo uma antiga tecnologia já completamente em desuso. Como outras tecnologias, como a que serviu de encontro de velhos colegas ontem, que recordaram uma situação profissional desaparecida mas onde persiste uma relação pessoal para além da morte da tecnologia. É a história viva, como alguém disse. A esmagadora desses indivíduos já não está profissionalmente activo. Não escrevem as suas memórias, vivem de coisas antigas, repetem os mesmos tiques ou referem a tecnologia como interessante, têm um conhecimento ténue das novas tecnologias e da gestão a elas associada. As tecnologias digitais arrumaram para o canto do museu as anteriores da geração electromecânica (como ocorrera na televisão com o sistema electrónico a eliminar a tecnologia mecânica de Baird). Posso estimar em dez anos a completa subsituição tecnológica, que aconteceu de igual modo em todo o mundo ocidental. Portugal terá sido até local de experiências de tecnologias digitais (alemã e americana), pois um pequeno mercado permite efectuar adaptações e resolver problemas que seriam mais sensíveis num país de maior dimensão.

Um dia, o conhecimento daquela tecnologia vai desaparecer. Pena que não fique registada como a dos músicos do CCB e o espaço museológico é escasso e mal tratado e compreendido.

Aqui, cabe espaço a uma reflexão: os músicos, como outros artistas, empregam materiais e equipamentos insensíveis à novidade ou não das tecnologias. A criação e a inventividade são variáveis independentes dos suportes, pois estes permitem experimentalidades nunca antes tentadas, como o caso do acordeão de Holhouser.



O dia para recordar a memória da tecnologia também não estava agradável. Chovia torrencialmente. A cidade apareceu ainda mais deprimida do que está - os edifícios velhos estão abandonados, os empregos de outrora desapareceram e tornaram a área mais vazia e inóspita. Até chovia no interior do hotel, espaço que tinha um grande glamour quando eu era adolescente (falava-se em festas e de clientes importantes). Os sítios também se ressentem da decadência humana.



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Vi-o tocar de um modo invulgar, experimental, arrancando sonoridades que jamais ouvira.

Estou a falar de Will Holhouser e o seu trio (composto ainda por Ron Horton, no trompete, e David Philips, no contrabaixo), acompanhado por "a very special guest" Bernardo Sassetti, com este a suscitar aplausos, gritos e assobios dos fãs mais fortes do pianista (parece-me que a fatia da audiência feminina vibrou mais, naturalmente). Pequenas peças, de improviso, de ritmos melódicos ora compreensíveis ora de grande experimentalidade, encheram o grande auditório do CCB nos Dias da Música.

A minha memória do acordeão levava-me a considerá-lo uma antiga tecnologia já completamente em desuso. Como outras tecnologias, como a que serviu de encontro de velhos colegas ontem, que recordaram uma situação profissional desaparecida mas onde persiste uma relação pessoal para além da morte da tecnologia. É a história viva, como alguém disse. A esmagadora desses indivíduos já não está profissionalmente activo. Não escrevem as suas memórias, vivem de coisas antigas, repetem os mesmos tiques ou referem a tecnologia como interessante, têm um conhecimento ténue das novas tecnologias e da gestão a elas associada. As tecnologias digitais arrumaram para o canto do museu as anteriores da geração electromecânica (como ocorrera na televisão com o sistema electrónico a eliminar a tecnologia mecânica de Baird). Posso estimar em dez anos a completa subsituição tecnológica, que aconteceu de igual modo em todo o mundo ocidental. Portugal terá sido até local de experiências de tecnologias digitais (alemã e americana), pois um pequeno mercado permite efectuar adaptações e resolver problemas que seriam mais sensíveis num país de maior dimensão.

Um dia, o conhecimento daquela tecnologia vai desaparecer. Pena que não fique registada como a dos músicos do CCB e o espaço museológico é escasso e mal tratado e compreendido.

Aqui, cabe espaço a uma reflexão: os músicos, como outros artistas, empregam materiais e equipamentos insensíveis à novidade ou não das tecnologias. A criação e a inventividade são variáveis independentes dos suportes, pois estes permitem experimentalidades nunca antes tentadas, como o caso do acordeão de Holhouser.



O dia para recordar a memória da tecnologia também não estava agradável. Chovia torrencialmente. A cidade apareceu ainda mais deprimida do que está - os edifícios velhos estão abandonados, os empregos de outrora desapareceram e tornaram a área mais vazia e inóspita. Até chovia no interior do hotel, espaço que tinha um grande glamour quando eu era adolescente (falava-se em festas e de clientes importantes). Os sítios também se ressentem da decadência humana.



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A minha memória do acordeão levava-me a considerá-lo uma antiga tecnologia já completamente em desuso. Como outras tecnologias, como a que serviu de encontro de velhos colegas ontem, que recordaram uma situação profissional desaparecida mas onde persiste uma relação pessoal para além da morte da tecnologia. É a história viva, como alguém disse. A esmagadora desses indivíduos já não está profissionalmente activo. Não escrevem as suas memórias, vivem de coisas antigas, repetem os mesmos tiques ou referem a tecnologia como interessante, têm um conhecimento ténue das novas tecnologias e da gestão a elas associada. As tecnologias digitais arrumaram para o canto do museu as anteriores da geração electromecânica (como ocorrera na televisão com o sistema electrónico a eliminar a tecnologia mecânica de Baird). Posso estimar em dez anos a completa subsituição tecnológica, que aconteceu de igual modo em todo o mundo ocidental. Portugal terá sido até local de experiências de tecnologias digitais (alemã e americana), pois um pequeno mercado permite efectuar adaptações e resolver problemas que seriam mais sensíveis num país de maior dimensão.

Um dia, o conhecimento daquela tecnologia vai desaparecer. Pena que não fique registada como a dos músicos do CCB e o espaço museológico é escasso e mal tratado e compreendido.

Aqui, cabe espaço a uma reflexão: os músicos, como outros artistas, empregam materiais e equipamentos insensíveis à novidade ou não das tecnologias. A criação e a inventividade são variáveis independentes dos suportes, pois estes permitem experimentalidades nunca antes tentadas, como o caso do acordeão de Holhouser.



O dia para recordar a memória da tecnologia também não estava agradável. Chovia torrencialmente. A cidade apareceu ainda mais deprimida do que está - os edifícios velhos estão abandonados, os empregos de outrora desapareceram e tornaram a área mais vazia e inóspita. Até chovia no interior do hotel, espaço que tinha um grande glamour quando eu era adolescente (falava-se em festas e de clientes importantes). Os sítios também se ressentem da decadência humana.



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A minha memória do acordeão levava-me a considerá-lo uma antiga tecnologia já completamente em desuso. Como outras tecnologias, como a que serviu de encontro de velhos colegas ontem, que recordaram uma situação profissional desaparecida mas onde persiste uma relação pessoal para além da morte da tecnologia. É a história viva, como alguém disse. A esmagadora desses indivíduos já não está profissionalmente activo. Não escrevem as suas memórias, vivem de coisas antigas, repetem os mesmos tiques ou referem a tecnologia como interessante, têm um conhecimento ténue das novas tecnologias e da gestão a elas associada. As tecnologias digitais arrumaram para o canto do museu as anteriores da geração electromecânica (como ocorrera na televisão com o sistema electrónico a eliminar a tecnologia mecânica de Baird). Posso estimar em dez anos a completa subsituição tecnológica, que aconteceu de igual modo em todo o mundo ocidental. Portugal terá sido até local de experiências de tecnologias digitais (alemã e americana), pois um pequeno mercado permite efectuar adaptações e resolver problemas que seriam mais sensíveis num país de maior dimensão.

Um dia, o conhecimento daquela tecnologia vai desaparecer. Pena que não fique registada como a dos músicos do CCB e o espaço museológico é escasso e mal tratado e compreendido.

Aqui, cabe espaço a uma reflexão: os músicos, como outros artistas, empregam materiais e equipamentos insensíveis à novidade ou não das tecnologias. A criação e a inventividade são variáveis independentes dos suportes, pois estes permitem experimentalidades nunca antes tentadas, como o caso do acordeão de Holhouser.



O dia para recordar a memória da tecnologia também não estava agradável. Chovia torrencialmente. A cidade apareceu ainda mais deprimida do que está - os edifícios velhos estão abandonados, os empregos de outrora desapareceram e tornaram a área mais vazia e inóspita. Até chovia no interior do hotel, espaço que tinha um grande glamour quando eu era adolescente (falava-se em festas e de clientes importantes). Os sítios também se ressentem da decadência humana.



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Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

FERNANDA DE CASTRO VISTA PELA BISNETA


Maria Ana Ferro, do blogue segundo - Impacto, deixou um comentário na minha mensagem do blogue cópia do Indústrias (Dragão de Papel) sobre AS MENINAS DOS TELEFONES, por Fernanda de Castro.

Fernanda de Castro viveu 95 anos, morreu em 1995. Adorava falar ao telefone, com as amigas. Combinava chás em sua casa, embora não pudesse levantar-se da cama. Havia sempre bolinhos e doces e chocolates, num cofre, porque de facto tudo aquilo era um tesouro. Havia restos de tecidos velhos que pareciam ter pertencido a príncipes e princesas, havia sempre flores em vaso e havia cheiro a pó-de-arroz.
Hoje, guardo nesse cofre as cartas antigas, fiquei com um dos tecidos velhos, mais do que um tecido, um vestido do menino Jesus de um antigo presépio, fiquei com o amor às plantas e fiquei com todos os cheiros na memória.
Para além de tudo, a admiração e a saudade.
Vivi quase 10 anos naquela magia.


Maria Ana Ferro é bisneta de Fernanda de Castro e António Ferro.


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Fernanda de Castro viveu 95 anos, morreu em 1995. Adorava falar ao telefone, com as amigas. Combinava chás em sua casa, embora não pudesse levantar-se da cama. Havia sempre bolinhos e doces e chocolates, num cofre, porque de facto tudo aquilo era um tesouro. Havia restos de tecidos velhos que pareciam ter pertencido a príncipes e princesas, havia sempre flores em vaso e havia cheiro a pó-de-arroz.
Hoje, guardo nesse cofre as cartas antigas, fiquei com um dos tecidos velhos, mais do que um tecido, um vestido do menino Jesus de um antigo presépio, fiquei com o amor às plantas e fiquei com todos os cheiros na memória.
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Fernanda de Castro viveu 95 anos, morreu em 1995. Adorava falar ao telefone, com as amigas. Combinava chás em sua casa, embora não pudesse levantar-se da cama. Havia sempre bolinhos e doces e chocolates, num cofre, porque de facto tudo aquilo era um tesouro. Havia restos de tecidos velhos que pareciam ter pertencido a príncipes e princesas, havia sempre flores em vaso e havia cheiro a pó-de-arroz.
Hoje, guardo nesse cofre as cartas antigas, fiquei com um dos tecidos velhos, mais do que um tecido, um vestido do menino Jesus de um antigo presépio, fiquei com o amor às plantas e fiquei com todos os cheiros na memória.
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Hoje, guardo nesse cofre as cartas antigas, fiquei com um dos tecidos velhos, mais do que um tecido, um vestido do menino Jesus de um antigo presépio, fiquei com o amor às plantas e fiquei com todos os cheiros na memória.
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