Em 1496, um monge de elevado nível construiu um edifício perto do atual castelo de Osaca, crescendo até se tornar um templo conhecido como Ishiyama (Osaca). A sua influência foi grande até 1580, quando da campanha de reunificação nacional, e queimado. Logo depois, em 1583, Hideyoshi Hashiba (Toyotomil) começou a construção do castelo, tornada a residência oficial do governo do Japão. Uma nova luta interna levou a uma outra reconstrução do castelo, em 1620, levando dez anos de trabalho. A torre principal foi destruída em 1665 pela queda de um raio.
O castelo voltou a desempenhar um papel importante para o controlo do Shogun do Japão ocidental. Após o período Meiji (明治時代, 1867-1902), o castelo foi utilizado pelo exército. Já em 1931, houve apoio público para a reconstrução da torre principal. Na II Guerra Mundial, sofreu destruições mas novo restauro deu a beleza apreciada nos nossos dias.
O Museu Internacional da Manga em Quioto reflete uma indústria cultural muito popular no Japão - a banda desenhada de tipo manga. Nas décadas mais recentes, a manga japonesa tornou-se conhecida e seguida em todo o mundo, com edições em diversas línguas. Isso permitiu até uma diversificação de estilos. Dois dos objetivos do museu são permitir uma melhor compreensão da cultura da manga e passar a importância desta cultura para a geração mais nova.
A biblioteca - sítio onde os visitantes podem ler os livros de manga em japonês - é um lugar central, com 50 mil livros. O museu tem uma coleção total de 300 mil itens, entre livros e outros materiais não expostos. No primeiro andar, mangas Shonen (para rapazes), no segundo andar, mangas para raparigas (Shojo) e, no terceiro andar, mangas para jovens ((Sheinen).
Mas também merece visita a sala dedicada à escola Tatsuike, construída em 1869 (período Meiji), cujas ajudas permitiram a frequência de alunos da região, e o espaço onde se exige cinema anime. No momento, encontra-se em exibição uma mostra do trabalho de Eguchi Hisashi (江口 寿史, 1956), autor marcante na história da manga, em especial em figuras femininas, com o título King of Pop.
O Museu da Habitação e Estilos de Vida de Osaka (em inglês: Osaka Museum of Housing and Living), implantado nos oitavo e nono andares de um edifício, reconstituem a vida e uma rua da cidade de Osaka na década de 1830. Muitos dos(das) visitantes alugam quimonos durante a visita para fazerem fotografias (daí os telemóveis estarem fora do tempo reproduzido no museu). Insiro também um curto vídeo, que representa a festa de 24 de junho (a seguir ao solstício de verão, a 21 de junho), com fogo de artifício. Para haver mais realismo, a iluminação da rua reconstituída dá luz de dia e perda de luz à noite.
O Museu de Radiodifusão da NHK (Tóquio), além do piso de entrada, tem dois de exposição e um com biblioteca digital. Nele aprendi duas coisas, a primeira delas a importância dos media eletrónicos na comunicação do século XX. A memória coletiva dos povos reside muito nela. O museu é tecnológico, com apresentação de peças (televisões, rádios), um estúdio de televisão (mas não da rádio) e um arquivo digital de programas de televisão. Há também sons mas não me parece existir em tão grande quantidade como o arquivo de imagens.
O segundo elemento que aprendi foi o da importância da comparabilidade das culturas mediáticas. Embora o Japão mantenha forte as tradições (isso vê-se no teatro e no modo como muitas pessoas, pelo menos em alguns dias, usam quimono), as tecnologias eletrónicas vieram trazer uniformizações (a globalização, como se escreve hoje). Nos momentos em que pesquisei no arquivo de imagens televisivas, encontrei um programa de festival da canção japonês de meados da década de 1960. A orquestração, o tipo de vestuário e mesmo a linha melodiosa de música ligeira eram quase iguais a um programa emitido em Portugal. A grande diferença é a língua.
Tal significa que a definição de programação popular na televisão passou por passos semelhantes em vários países. A influência americana parece-me mais saliente que a europeia no caso de Portugal, a seguir este exemplo acima identificado.
O Museu dos Correios fica num nono andar de uma das torres da área conhecida como Skytrees (Tóquio), onde se combinam lojas, restaurantes, escritórios e zonas de lazer. Inaugurado em 2014, o museu parece não ter entrado nos roteiros da cidade, pois mesmo num posto de turismo da zona de Asakuka houve enorme dificuldade em localizar o museu. Junta equipamentos (muito mais de correios que telecomunicações), cartazes, peças de vestuário dos empregados de correios e uma extensa coleção de gavetas verticais de selos. Portugal tem dezanove gavetas, cobrindo nomeadamente a atualidade. Todo o dispositivo museológico é agradável, das cores à informação (aqui escassa para quem não saiba o japonês, o que é o caso).
Yoshitsune Senbon Zakura (義経千本桜) ou Yoshitsune e as Mil Cerejeiras é uma das três peças mais populares e famosas do repertório Kabuki japonês. Ela foi escrita em 1747 para teatro de marionetaspor Takeda Izumo II, Miyoshi Shōraku e Namiki Senryū I e adaptada ao repertório Kabuki no ano seguinte.
No teatro Kabuki, um espetáculo é constituído por diversos atos, que se podem ver juntos (11:00, 14:45, 18:15) ou isolados, podendo comprar-se para ver uma só parte (ou metade dessa parte). A primeira cena da terceira parte representa uma viagem de primavera, com Yoshitsune em retiro no monte Yoshino, com Tadanobu e Shikuza trocando e tocando tambor, com danças, quer suaves quer quase acrobáticas, na época das cerejeiras e amendoeiras em flor. Mas Yoshitsune reaparece com os seus subordinados. Cantores narram a história, acompanhados por músicos. O género kabuki é representado apenas por homens. O teatro Kabukiza (Tóquio), na sessão das 18:15, estava cheio.
Leio que perto de três mil gravações de fados de 1900 a 1950 vão ficar disponibilizadas no sítio do Museu do Fado, integrado no projeto Arquivo Sonoro Digital. Este foi desenvolvido dentro da inscrição do Fado no Património Cultural Imaterial da Humanidade.