Para a Triumph, 2011 é um ano especial, pois comemora 125 anos de actividade. Na realidade, a Triumph, fabricante de lingerie, foi fundada na Alemanha pelas famílias de Johann Gottfried Spiesshofer e de Michael Braun em 1886. A primeira subsidiária estrangeira foi estabelecida na Suíça, que se tornou a sede da empresa.
O anúncio agora colocado nos mupies mostra três modelos com cinturas muitas finas, contornos mais ampliados pela luz branca vinda de trás. A imagem recorda-me o quadro de Almada Negreiros,
As banhistas, formas que ele tirara de um quadro de Picasso. As cores lembram-me o fauvismo, caracterizado por cores intensas como as que se observam nos países mediterrânicos, nomeadamente na zona meridional francesa, onde o movimento teve uma grande repercussão. Um dos quadros mais impressivos do fauvismo, embora com cores muito distintas das do anúncio, é o de Henri Matisse,
La blouse romaine (1940). Para Matisse, as cores não precisavam de estar de acordo com os tons reais do objecto mas estabelecerem harmonia com as outras cores (Raymond Cogniat, "O Fauvism",
História da Arte, Alfa, 1992, vol. 9, p. 112).
A publicidade fez-me ainda rever a pintura de Sonia Delaunay-Terk na década de 1920. Outras ideias despertadas pela pose das modelos leva-nos à depuração de linhas na banda desenhada japonesa (manga) e às peças de manequins em papel que se vestiam e voltavam a vestir, mais tarde representada pelo guarda-roupa da Barbie e agora em sítios da internet onde se podem vestir os manequins com peças de roupa virtuais. A modelo do centro parece o resultado de uma construção desse tipo. Na imagem não vejo super-mulheres nem mulheres de beleza ideal mas cuja irrealidade é suportada na ondulação dos movimentos das modelos. O importante é a mensagem de conforto e boa linha por elas transmitidas.