Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016

Não se pode mandar o ministro da Cultura embora?

Tenho ouvido coisas inusitadas do ministro. Deve ser porque eu oiço rádio - falta-me a imagem da televisão para contextualizar. Hoje, em Évora, anunciou que ia despedir o responsável do CCB, quando chegasse a Lisboa. Mas não indicava o nome do sucessor porque é um homem honesto. Não me lembro de um ministro tão rude.
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Domingo, 28 de Fevereiro de 2016

Problema da rádio

Hoje de manhã, no programa da provedora do ouvinte, Paula Cordeiro ouviu João Almeida, diretor da Antena 2, falar da nova grelha do canal a partir de 2 de abril próximo e da promessa de atualização do sítio da internet do mesmo canal. Lembrei-me de uma entrevista de João Alferes Gonçalves que me deu em 27 de junho de 2012: "há arquivos da televisão e, de vez em quando, veem as imagens, há a RTP Memória. Não há a Rádio Memória. Ninguém vai buscar os arquivos da rádio do que foi feito. E depois os jornais, claro está, tudo disponível nas hemerotecas. No caso da rádio não há sequer arquivos sonoros da Rádio Renascença". Também ousamos sugerir que haja mais memória na rádio pública.
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publicado por industrias-culturais às 16:45
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2016

Colóquio sobre propaganda, cultura e entretenimento em Portugal



No colóquio realizado ontem no Arquivo Distrital do Porto, intitulado Propaganda, Cultura e Entretenimento em Portugal na Primeira Metade do Século XX, entre os diferentes oradores, destaquei, pelo interesse pessoal nas matérias, Pedro Cerdeira falou sobre a Gazeta dos Caminhos de Ferro durante a I Guerra Mundial , nas dificuldades de circulação e na oportunidade perdida em termos de turismo, apesar do apelo à viagem e aos caminhos de ferro, Paulo Cunha falou da exibição itinerante de cinema em Guimarães e no teatro Jordão (ver excerto da comunicação no vídeo), Luísa Marroni falou da exposição colonial do Porto (1934), do 1,3 milhões de visitantes e da documentação portátil em torno da exposição (livros, folhetos, catálogos, selos), Carla Ribeiro falou de António Ferro e do seu percurso final (Berna e Roma) (ver excerto da comunicação no vídeo), Tiago Baptista falou do cinema e do Jornal Português, Rosário Pestana falou do entretenimento e música gravada e das estratégias comerciais, produção e consumo, em torno do maestro Frederico de Freitas (ver excerto da comunicação no vídeo), Manuel Deniz da Silva falou do filme A Severa e das repercussões da introdução do cinema sonoro e Pedro Russo Moreira falou sobre a construção do vedetismo na Emissora Nacional no período entre 1940 e 1950.

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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2016

Rádio Renascença passa do Chiado para a Buraca

A Rádio Renascença esteve quase 80 anos no Chiado, entre a rua Capelo e a rua Ivens. Desde 1937, a Emissora Católica funcionou ali, crescendo para cima (Pensão Nova Capelo, que chegou a pertencer aos pais de Francisco Igrejas Caeiro, um nome mítico da rádio portuguesa) e para o lado (Casa do Algarve, onde decorriam animados bailes e mais atividades lúdicas e associativas). No edifício, a desocupar até daqui a três meses, irá funcionar um hotel. Isto é, muitos anos (ou décadas) depois da saída dos jornais do Chiado e do Bairro Alto, as indústrias culturais da zona reformulam-se.
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Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2016

Tennessee Williams nos Artistas Unidos

Vi Doce Pássaro da Juventude no Teatro Nacional de S. João (Porto) e Gata em Telhado de Zinco Quente no Teatro Municipal de São Luiz. Jorge Silva Melo quis homenagear os atores com quem vem trabalhando nos quase vinte anos dos Artistas Unidos: Maria João Luís, Catarina Wallenstein, Rúben Gomes, Américo Silva, Isabel Muñoz Cardoso, Vânia Rodrigues, Nuno Pardal, Tiago Matias, João Vaz.

Daí, nasceu a ideia de revisitar Tennessee Williams (a terceira peça está programada para 2017: Noite da Iguana) e fazer percorrer as peças pelo país. Assim, Gata em Telhado de Zinco Quente estreou em Viseu. São peças cujo longo primeiro ato trata da relação entre homem e mulher numa situação de transgressão ou a indiciá-la: o gigolo (Chance Wayne, por Rúben Gomes) e a atriz decadente Alexandra del Lago, por Maria João Luís), com uma dependência monetária e emocional numa, a homossexualidade escondida no casal ainda jovem (Brick Pollit, por Rúben Gomes, e Maggie, por Catarina Wallenstein). Mas também triângulos amorosos, com Heavenly. O mais interessante é descobrir que estas histórias se desenrolam numa América de finais da década de 1940 e inícios da seguinte, com códigos morais ainda muito rigorosos.

As mulheres são violentadas mas adquirem poder - pela coragem, persistência ou simples deixar correr o tempo -, mas os homens parecem sair sempre a perder. Tennessee Williams atribui alguma equivalência nos estatuto dos homens nas duas peças: Chance é uma espécie de personagem negra por oposição a Brick, nos dois há uma adolescência feliz mas perdida definitivamente: a doença de Chance transmitida a Heavenly em Doce Pássaro da Juventude, a amizade aparentemente não sexual de Brick pelo já falecido Skipper. Mas Chance pode também ser encarado como criminoso degenerado, designação próxima de homossexual. Há ainda o papel do pai autoritário, certamente bebido na experiência familiar do dramaturgo: o pai Heavenly quer vingar a doença venérea, o pai Pollit diferencia violentamente os dois filhos, punindo aquele que aparenta ser o mais próximo do ideal de prosperidade.
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publicado por industrias-culturais às 20:54
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Sábado, 20 de Fevereiro de 2016

Oito odiados

Quentin Tarantino é realizador de cinema e guionista dos mais conhecidos dos Estados Unidos. Muita da sua fama provém do emprego da violência nos seus filmes, que encontramos de novo em Oito Odiados. Se nos filmes com Uma Thurman, restava a esperança de uma vingadora com alguma razão por detrás da sua força demolidora, no filme mais recente não há marcas de humanidade. Aliás, para uma história de ficção, parece-me haver uma improbabilidade: todos os odiosos morrem mais os que foram vítimas da violência, sem ficar ninguém para contar a história ao escritor e guionista.

Mas os Oito Odiados tem alguns elementos de excelente referência, tais como a longa caminhada desde o horizonte de uma carruagem (ou diligência, como li), uma espécie de fantasma a anunciar premonitoriamente a trama ficcional. A câmara está fixa a mostrar um lento movimento até perto do ângulo de visão do espectador. Dentro da carruagem, um caçador de criminosos John Ruth (Kurt Russell) transporta uma criminosa, Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que espera a forca em troca de uma boa quantia de recompensa para o caçador por a ter apanhado. No decurso da viagem, cai um grande nevão e, na estrada, indivíduos pedem boleia. Com modos muito rudes e autoritários, até violentos, Ruth aceita a sua entrada. Todos vão parar a uma estalagem - uma loja de retrosaria como aparece também indicada - e dos estalajadeiros não há sinal. Mas o velho negro que combateu pelo lado do Norte adivinha incongruências no registo de um possível colaborador dos donos da estalagem. E a morte por ingestão de café com veneno levanta mais suspeitas.

Após o intervalo, Tarantino mostra-nos imagens do líquido venenoso entornado para dentro da cafeteira, depois de nos indicar que a criminosa Daisy Domergue viu a ação. Aqui, há outro elemento de referência do filme - a ideia de guião não-linear, voltando a ação para trás e mostrando os hóspedes mais antigos, que assassinariam os donos da estalagem e os seus empregados. O objetivo era esperar a chegada da criminosa para ser libertada.

A história decorre poucos anos depois da Guerra Civil Americana (1861-1865) e o realizador levanta velhos traumas, como a luta entre Norte e Sul. Os de um lado e do outro aparecem representados no filme e mais um negro (que acusa o do sul de ser esclavagista). Para completar falta apenas uma personagem índia. No filme, há uma permanente representação de cumplicidades e de traições, ninguém escapa a esse destino fatal. Calculo que tenha havido muita discussão nos Estados Unidos por causa do recordar esses tempos e sem uma grelha crítica de apoio ao espectador. E, fora dos Estados Unidos, o filme também magoa, porque ele apenas uma sociedade desigual, violenta e sangrenta, afinal a imagem que temos do yankee que se tornou o polícia do mundo.
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Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2016

Fernando (que) pessoas?


Ontem, vi (e gostei de) o ensaio da peça (monólogo) Fernando (que) Pessoas?, texto de Fátima Franco, encenação de Maria João Miguel e interpretação de Gonçalo Cabral para o Teatro Bocage. Os textos do poeta e os heterónimos, mas também a paixão por Ophelia (assim mesmo com ph), os tiques e os pequenos vícios, num trabalho intenso do ator a ocupar sozinho todo o palco, buscando vozes, ritmos e atmosferas. No início, Pessoa levanta-se, como se acordasse do seu túmulo, e voltasse lentamente ao mundo, num desdobramento de personagens, recolhendo do chão cheio de cascas de árvore os adereços: óculos, chapéu, caderno de apontamentos e chávena de café.

A estrear no dia 20 de fevereiro, pelas 16:00. Saber mais em Teatro Bocage.
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Colóquio sobre os 80 anos da revista O Mosquito

Foi hoje ao final do dia, na Biblioteca Nacional. Nele, intervieram João Manuel Mimoso, António Martinó Coutinho, Carlos Gonçalves e José Ruy (nos vídeos, parcelas das intervenções do primeiro e último dos oradores).
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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016

Emissora Nacional

Do blogue Largo dos Correios (de António Martinó Coutinho) retiro o início de uma mensagem (e imagens) sobre a rádio pública: "A Emissora Nacional de Radiodifusão, a que chamávamos mais simplesmente Emissora Nacional, iniciou as suas experiências técnicas em Maio de 1934. Após esse período de adaptação, o serviço público foi oficialmente inaugurado no dia 4 de Agosto de 1935, cumprindo-se portanto hoje 80 precisos anos sobre a data. Então, o presidente da República do tempo, general António Óscar de Fragoso Carmona, visitou as instalações, cujo director era o capitão Henrique Galvão, um homem do regime que mais tarde se insubordinaria contra o Estado Novo".

E mais adiante: "As primeiras lembranças regulares da experiência radiofónica pessoal estão ligadas à II Guerra Mundial. Foi uma iniciativa quotidiana do meu avô José Cândido e, mais do que sintonizado na Emissora Nacional, era nos programas em língua portuguesa da BBC, pela voz inconfundível de Fernando Pessa, que eu ouvia embevecido as proezas dos aliados na sua luta sem tréguas contra os nazis. A voz de Londres falava e o mundo, incluindo-me, acreditava…A Emissora também era ouvida, e muito, tanto nos seus noticiários como nos programas de variedades e até nos folhetins radiofónicos. Lembro-me bem do longo conto Iratan e Iracema, de Olavo d’Eça Leal, de que tenho guardado o texto dos episódios, publicado no semanário Rádio Nacional. E podia lá esquecer-me dos diálogos, únicos e irrepetíveis, do Zèquinha e da Lelé, escritos por Aníbal Nazaré e Nelson de Barros (inspirados autores de revista) e interpretados por Vasco Santana e Irene Velez" [abaixo, reprodução do texto publicado no Expresso, 5 de agosto de 1955, que também retirei do blogue de António Martinó Coutinho].











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Sábado, 13 de Fevereiro de 2016

Sobre a pintura de Rui Sanches

Na conversa sobre pintura com Rui Sanches, a propósito da exposição Suite Alentejana, hoje às 17:00, João Pinharanda e João Queiroz falaram sobre as obras expostas na Fundação Portuguesa das Comunicações. No vídeo abaixo, incluo a primeira parte da intervenção de João Pinharanda, que falou nomeadamente da estranheza da obra exposta e da relação com o desenho e a escultura. O crítico de arte e autor do catálogo sobre a exposição destacou bastante a importância do espaço nas obras expostas. Nas paisagens presentes não existe uma linha de horizonte, mas signos, como bandeiras ou pontos, em que o vertical assume particular relevo. Por seu lado, João Queiroz, evidenciou a negociação entre formas ou entes coloridos (linhas, pontos, cores). Na sua linguagem mais filosófica (que juntou à de historiador em Pinharanda), ele vê conjuntos de elementos muito diferenciados que lutam nas obras mas conseguem um acordo entre si.

O título da exposição deve-se à admiração que o escultor/pintor tem pela obra de Luís de Freitas Branco, em especial a 1ª Suite Alentejana. No conjunto de interações com a vasta audiência, foi salientado o facto de Rui Sanches não se sentir pressionado pelo mercado, dando lugar à experimentação permanente e à liberdade de não passar a vida a reproduzir as suas formas e conteúdos em obras sucessivas.

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publicado por industrias-culturais às 20:05
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