Quarta-feira, 30 de Setembro de 2015
Acaba de ser publicado o livro digital
Radio, Sound and Internet, organizado por Madalena Oliveira e Fábio Ribeiro.

Do editorial, assinado pelos organizadores, retiro o seguinte:
"At odds with the idea that radio is an archaic and nostalgic medium, the Internet has been understood as a kind of new transistor. However more than an expanded form of wireless communication, the Web corresponds to a new age for radio and audio media. Born to be blind, or non-visual, for the first time radio has been seriously challenged by the empire of images. Due to its optical nature, the Internet has actually “forced” radio to become visible, given that there is no other way to tune in a radio broadcaster on the Internet than “navigating through” icons. Although more visibility usually means less capacity to listen to something, the Internet has also brought new forms of listening to. Podcasts and audio on demand are today a sophisticated, but absolutely simple, way of providing listeners with new audio productions. Corresponding to a new way of listening to radio and a new paradigm of audio content distribution, as acknowledged by Ignacio Gallego (2010), podcasting represents one of the most innovative audio services provided by Internet. Adapted both to information and fiction/entertainment, this format changed the way radio has always been regarded. If in the past it was exclusively dedicated to live broadcast, which meant that audience and broadcast were simultaneous, today radio is, likewise other mainstream media, a platform of customized content".
No dia 28 de Novembro, das 10:00 às 21:00, vai decorrer a Feira de Discos de Vinil de Lisboa, na Taberna das Almas (Regueirão Anjos 68, Lisboa) aberta a todos os interessados, vendedores amadores e profissionais. Para além da venda de discos, a Feira conta com a representação de editoras independentes nacionais e estrangeiras, exposição de equipamentos aúdio, exposição de ilustração por Esgar Acelerado, apresentação do Festival Barreiro Rocks 2015 e concerto no encerramento do evento. Inscrições para o email:
info@feiradediscosdevinildelisboa.com.
Terça-feira, 29 de Setembro de 2015
No final da peça, os atores estavam felizes, convictos de uma boa representação. E o público não regateou aplausos. A peça de Pau Miró,
Jogadores, apresenta quatro homens de meia idade mas no limiar das suas capacidades produtivas. Um é barbeiro, ex-dono da barbearia, depois empregado e despedido, que sabe que a mulher anda com outro. O segundo homem é coveiro de profissão e passa a vida a falar da prostituta ucraniana e dos ciúmes que tem dos outros clientes dela. O terceiro é um ator falhado, que em sucessivas audições, não arranja lugar. Para ele, é mais fácil roubar no supermercado, onde por vezes é descoberto. O último dos quatro parece o mais intelectual, professor de matemática que, num momento de desvario, agride violentamente um aluno, é suspenso e obrigado a pagar uma indemnização.
Jogadores compulsivos de póquer e de casino, motivo que os leva a reuniões todas as noites, lembram-se de assaltar um banco. Precisam de refazer financeiramente a vida. Hesitam, discutem violentamente e passam à ação. Parecem conseguir o céu e o inferno, estão enredados em vidas sem futuro. Diz o professor: "É fácil prever o futuro. Basta olhar para o céu. Ou para o espelho. Se te vires ao espelho, podes saber o futuro".

Tradução do texto por Joana Frazão, com Américo Silva, António Simão, João Meireles e Pedro Carraca, cenografia e figurinos de Rita Lopes Alves, luz de Pedro Domingos, coordenação técnica de João Chicó, assistente João Pedro Mamede e encenação de Jorge Silva Melo. Do próprio Pau Miró: "É como se estas personagens se tivessem esquecido do texto e estivessem à espera que voltasse. Perderam o pulsar do mundo, e só têm uma maneira de o recuperar, talvez demasiado arriscada, seguramente demasiado perigosa. E louca. E também desesperada. Ao fim e ao cabo, no entanto, a única maneira".
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2015
Vasco Ribeiro vai lançar o livro
Os Bastidores do Poder - Como spin doctors, políticos e jornalistas moldam a opinião pública portuguesa no próximo dia 2 de outubro, às 18:45, no Atrium Saldanha. Conta com apresentação do jornalista Gonçalo Bordalo Pinheiro e de J. Martins Lampreia. Do que eu conheço do seu trabalho, será um texto brilhante e um livro muito oportuno no atual momento eleitoral.
[o convite abaixo é para a apresentação em Vila Nova de Gaia, a 30 de outubro]
Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015
A soprano Leonor Barbosa de Melo, com o pianista Pedro Oliveira Lopes, cantou
Was du mir bist de Erich Wolfgang Korngold, no dia do seu casamento (5 de setembro). O vídeo que fiz, com a câmara do telemóvel, não é o melhor, mas fica aqui. Obrigado, Leonor.
Uma outra versão pode ser vista
aqui.
Domingo, 20 de Setembro de 2015
Mathurin Bolze, bailarino e artista de circo (companhia MPTA), Hédi Thabet e a bailarina grega Artemis Stavridi - que é a mulher de Bolze -, acompanhados de músicos gregos e tunisinos, interpretam diversas personagens: o casal em que ele é machista, o encontro e desencontro de siameses. A interpretação é de um enorme rigor. Fiquei com muito respeito por Hédi Thabet, uma enorme personalidade que ultrapassa um problema visível mas se comporta com uma grande elegância e dá uma grande lição de como é bom viver. Para perceber melhor o que escrevo, ver o vídeo em
Nous sommes pareils à ces crapauds qui.
Na imagem, almoço dos artistas na zona de representação. Participação nos dias 11 e 12 de setembro no auditório da Academia Militar, à rua Gomes Freire, em Lisboa, integrado no Festival Todos.
Sexta-feira, 18 de Setembro de 2015
João Lagarto e Sérgio Praia interpretaram a partir da encenação de Ana Luena É Impossível Viver, com base em contos de Franz Kafka, a partir de tradução de José Maria Vieira Mendes. São figuras que se cruzam - o companheiro, o bêbado, o devoto, a criança-fantasma.
O teatro é palavra, embora no final, um dos atores dissesse preferir o silêncio. Ou o movimento. Por vezes, tem-se dificuldade em acompanhar o que as personagens expressam, mas é pelas palavras que as seguimos. Penso que seja pela complexidade dos pensamentos, por alguma insofismável característica pessoal.
Também se perguntou nesse final após a representação se um ator não podia fazer as deixas do outro. Eles e a encenadora confessaram ter trocado por vezes os papéis, o narrador tornava-se a personagem ou vice-versa. Como se fosse um jogo de espelhos ou de duplos [por isso a minha imagem do teto da sala de acesso ao auditório Isabel Alves Costa].
Sala cheia a ver os gestos, as palavras e os movimentos no espaço.
Quinta-feira, 17 de Setembro de 2015
Inauguração amanhã dia 18, às 19:00 no mercado do Forno do Tijolo, em Lisboa, com trabalhos de André Alves, Carlos Filipe Maia, Cátia Cunha Pimentel, Flávio Filho, Gonçalo Pôla, Hugo Valério, Luis Bompastor, Luis Ferreira, Mafalda Silva, Nuno Lopes, Rebeca Bonjour, Sara Almiro e Sara Matos.
Exposição até 5 de outubro, de quarta a sábado, das 14:00 às 20:00na rua Maria da Fonte, em Arroios, Lisboa(metro: Intendente/Linha Verde).
Quarta-feira, 16 de Setembro de 2015
A voz de João Paulo Guerra já não se ouve na manhã da Antena 1 (8:20), a ler e comentar as notícias dos jornais, a
Revista de Imprensa. Soube agora que ele foi substituído por João Paulo Baltazar, o diretor de informação da rádio pública.
Eu tenho um elevado apreço pelo trabalho de João Paulo Guerra. Creio não haver ninguém com a acutilância da leitura e do cruzamento de histórias jornalísticas como ele. Ele lia como se fosse uma página do melhor romance, dado o enredo e a harmonia com que mudava de tópico. Por outro lado, já não há fechos do espaço com o anúncio de um festival de poesia ou de gastronomia. E ainda a ironia que ele punha nas palavras quando falava sobre certos temas.
Em entrevista para a minha investigação sobre rádio, João Paulo Guerra contou-me que o seu trabalho começava cerca das cinco horas da manhã quando recebia os jornais em casa. Lia atentamente as publicações para ter pronta, às 7:20, uma leitura das capas e, uma hora depois, a leitura dos assuntos mais importantes. Tinha equipamento ligado à RDP para fazer o seu trabalho diretamente de casa. Depois, ia correr para o estádio do INATEL. A atividade dava-lhe duas vantagens: ao levantar-se cedo tinha um dia muito comprido, ao correr no estádio mantinha a sua forma física.
O novo leitor do espaço chama-lhe timidamente quiosque e o animador António Macedo não me parece tão à vontade. Pelo menos não se lhe ouve o "assim seja" como na despedida de cada intervenção de João Paulo Guerra. Não sei se João Paulo Baltasar tomou a melhor atitude ao substituir o veterano leitor de notícias, pois o seu dia de trabalho é tão intenso em termos de decisões e de estratégias para se comprometer com uma rubrica de rotina diária e muito matinal.
Atualização em 11.10.2015: ver
aqui: João Paulo Guerra passa a participar num comentário semanal chamado
O Fio da Meada, em conjunto com outros intervenientes.