Terça-feira, 2 de Julho de 2013
No sábado à noite, antes do começo da estreia da peça O Preço, de Arthur Miller, João Lourenço, da direcção do Teatro Aberto, leu um texto sobre a situação muito precária do teatro português em geral e do seu teatro em particular, com os significativos cortes estatais aos apoios ao teatro. A sala apoiou longamente o texto, com as suas palmas. Em mim, ecoaram a palavra medo e a ideia não ter medo. A palavra que se formou em mim e ficou depois desse eco foi resistência, que quer dizer aguentar, ser ágil e perceber quais os rumos para obter de novo a confiança e a alegria de viver.
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?
No sábado à noite, antes do começo da estreia da peça O Preço, de Arthur Miller, João Lourenço, da direcção do Teatro Aberto, leu um texto sobre a situação muito precária do teatro português em geral e do seu teatro em particular, com os significativos cortes estatais aos apoios ao teatro. A sala apoiou longamente o texto, com as suas palmas. Em mim, ecoaram a palavra medo e a ideia não ter medo. A palavra que se formou em mim e ficou depois desse eco foi resistência, que quer dizer aguentar, ser ágil e perceber quais os rumos para obter de novo a confiança e a alegria de viver.
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?
No sábado à noite, antes do começo da estreia da peça O Preço, de Arthur Miller, João Lourenço, da direcção do Teatro Aberto, leu um texto sobre a situação muito precária do teatro português em geral e do seu teatro em particular, com os significativos cortes estatais aos apoios ao teatro. A sala apoiou longamente o texto, com as suas palmas. Em mim, ecoaram a palavra medo e a ideia não ter medo. A palavra que se formou em mim e ficou depois desse eco foi resistência, que quer dizer aguentar, ser ágil e perceber quais os rumos para obter de novo a confiança e a alegria de viver.
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?
No sábado à noite, antes do começo da estreia da peça O Preço, de Arthur Miller, João Lourenço, da direcção do Teatro Aberto, leu um texto sobre a situação muito precária do teatro português em geral e do seu teatro em particular, com os significativos cortes estatais aos apoios ao teatro. A sala apoiou longamente o texto, com as suas palmas. Em mim, ecoaram a palavra medo e a ideia não ter medo. A palavra que se formou em mim e ficou depois desse eco foi resistência, que quer dizer aguentar, ser ágil e perceber quais os rumos para obter de novo a confiança e a alegria de viver.
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?

Sobre a peça de Arthur Miller,
O Preço, estreada no sábado passado no
Teatro Aberto retiro informação e imagem: "Dois irmãos [Vítor Franz, interpretado por Marco Delgado, e Walter Franz, representado por António Fonseca] voltam a encontrar-se, dezasseis anos depois da morte do pai, para desocuparem a casa que deixaram intacta ao longo de todos aqueles anos. Um velho avaliador [Gregório Salomão, pelo actor João Perry] vem dar-lhes um preço pelos móveis e objectos de que se querem desfazer. No entanto, a transacção não é tão simples como imaginaram: todas aquelas coisas fazem parte da história da família, estão repletas de memórias e obrigam-nos a confrontarem-se com o passado e com as escolhas que fizeram na vida. Qual foi o preço dessas escolhas? Qual é o preço das contas que ficam em aberto? Entre o deve e o haver, o que se perde e o que se ganha? Neste encontro cheio de emoções, debatem-se as grandes questões da vida, com a esperança sempre acesa de uma maior compreensão do que é profundamente humano".

O polícia Vítor parece mais perto da realidade do que o irmão médico Walter, mas ambos representam uma desconfiguração perante a realidade, cada um tem um modo de focar a realidade que é diferente da própria realidade. Apesar da simpatia que o espectador atribui à personagem Vítor, o velho negociador Salomão vem chamar a atenção para a igual desatenção face aos factos. E não se regista a reconciliação entre irmãos que não se viam há muitos anos - que Ester Franz [São José Correia no papel], a mulher de Vítor, queria e que o negociador achava ser a melhor solução.
É que os dois irmãos partilhavam poucas coisas e a avaliação dos velhos móveis dividia-os de modo quase irremediável. Queriam um preço justo ou um preço alto, mas o negociante judeu chamou a atenção para os tempos modernos: os apartamentos são pequenos, sem espaço para móveis grandes, e o que as pessoas querem é comprar, mesmo que nisso haja alienação. Do mesmo modo que a aparente mudança psicológica e sociológica do irmão mais ilustrado e rico face ao mais novo e que entrara para a polícia. O preço, ou o custo, de um bem ou de uma atitude ou de um sentimento - tudo isso dividia os irmãos. O que os unia era a memória - dos berlindes ainda guardados num local secreto à recordação da mãe a tocar harpa e ao modo como ela distinguia os filhos.
A peça de Miller foi escrita em 1967 e produzida em 1968, num contexto da guerra do Vietname. Mas a história aborda a situação da década de 1930 - a derrocada da economia que levou à falência os pais de Vítor e Walter. A Grande Depressão foi, do mesmo modo que a Primeira Guerra Mundial, uma ocorrência que estabeleceu a desconfiança moderna dos cidadãos perante os governos: serão estes capazes de cumprir e honrar os seus compromissos?
Arthur Miller (1915-2005) ficou muito conhecido pelo seu casamento efémero com Marilyn Monroe, pelas peças
Morte de um Caixeiro Viajante (1949),
O Homem que Tinha Toda a Sorte (1940),
Eram Todos Meus Filhos (1947), pela presidência do PEN Internacional (1965-1968) e pela acusação de simpatias comunistas (depôs em 1965 perante o Comité para as Actividades Anti-Americanas).

Sobre a peça de Arthur Miller,
O Preço, estreada no sábado passado no
Teatro Aberto retiro informação e imagem: "Dois irmãos [Vítor Franz, interpretado por Marco Delgado, e Walter Franz, representado por António Fonseca] voltam a encontrar-se, dezasseis anos depois da morte do pai, para desocuparem a casa que deixaram intacta ao longo de todos aqueles anos. Um velho avaliador [Gregório Salomão, pelo actor João Perry] vem dar-lhes um preço pelos móveis e objectos de que se querem desfazer. No entanto, a transacção não é tão simples como imaginaram: todas aquelas coisas fazem parte da história da família, estão repletas de memórias e obrigam-nos a confrontarem-se com o passado e com as escolhas que fizeram na vida. Qual foi o preço dessas escolhas? Qual é o preço das contas que ficam em aberto? Entre o deve e o haver, o que se perde e o que se ganha? Neste encontro cheio de emoções, debatem-se as grandes questões da vida, com a esperança sempre acesa de uma maior compreensão do que é profundamente humano".
O polícia Vítor parece mais perto da realidade do que o irmão médico Walter, mas ambos representam uma desconfiguração perante a realidade, cada um tem um modo de focar a realidade que é diferente da própria realidade. Apesar da simpatia que o espectador atribui à personagem Vítor, o velho negociador Salomão vem chamar a atenção para a igual desatenção face aos factos. E não se regista a reconciliação entre irmãos que não se viam há muitos anos - que Ester Franz [São José Correia no papel], a mulher de Vítor, queria e que o negociador achava ser a melhor solução.
É que os dois irmãos partilhavam poucas coisas e a avaliação dos velhos móveis dividia-os de modo quase irremediável. Queriam um preço justo ou um preço alto, mas o negociante judeu chamou a atenção para os tempos modernos: os apartamentos são pequenos, sem espaço para móveis grandes, e o que as pessoas querem é comprar, mesmo que nisso haja alienação. Do mesmo modo que a aparente mudança psicológica e sociológica do irmão mais ilustrado e rico face ao mais novo e que entrara para a polícia. O preço, ou o custo, de um bem ou de uma atitude ou de um sentimento - tudo isso dividia os irmãos. O que os unia era a memória - dos berlindes ainda guardados num local secreto à recordação da mãe a tocar harpa e ao modo como ela distinguia os filhos.
A peça de Miller foi escrita em 1967 e produzida em 1968, num contexto da guerra do Vietname. Mas a história aborda a situação da década de 1930 - a derrocada da economia que levou à falência os pais de Vítor e Walter. A Grande Depressão foi, do mesmo modo que a Primeira Guerra Mundial, uma ocorrência que estabeleceu a desconfiança moderna dos cidadãos perante os governos: serão estes capazes de cumprir e honrar os seus compromissos?
Arthur Miller (1915-2005) ficou muito conhecido pelo seu casamento efémero com Marilyn Monroe, pelas peças
Morte de um Caixeiro Viajante (1949),
O Homem que Tinha Toda a Sorte (1940),
Eram Todos Meus Filhos (1947), pela presidência do PEN Internacional (1965-1968) e pela acusação de simpatias comunistas (depôs em 1965 perante o Comité para as Actividades Anti-Americanas).

Sobre a peça de Arthur Miller,
O Preço, estreada no sábado passado no
Teatro Aberto retiro informação e imagem: "Dois irmãos [Vítor Franz, interpretado por Marco Delgado, e Walter Franz, representado por António Fonseca] voltam a encontrar-se, dezasseis anos depois da morte do pai, para desocuparem a casa que deixaram intacta ao longo de todos aqueles anos. Um velho avaliador [Gregório Salomão, pelo actor João Perry] vem dar-lhes um preço pelos móveis e objectos de que se querem desfazer. No entanto, a transacção não é tão simples como imaginaram: todas aquelas coisas fazem parte da história da família, estão repletas de memórias e obrigam-nos a confrontarem-se com o passado e com as escolhas que fizeram na vida. Qual foi o preço dessas escolhas? Qual é o preço das contas que ficam em aberto? Entre o deve e o haver, o que se perde e o que se ganha? Neste encontro cheio de emoções, debatem-se as grandes questões da vida, com a esperança sempre acesa de uma maior compreensão do que é profundamente humano".
O polícia Vítor parece mais perto da realidade do que o irmão médico Walter, mas ambos representam uma desconfiguração perante a realidade, cada um tem um modo de focar a realidade que é diferente da própria realidade. Apesar da simpatia que o espectador atribui à personagem Vítor, o velho negociador Salomão vem chamar a atenção para a igual desatenção face aos factos. E não se regista a reconciliação entre irmãos que não se viam há muitos anos - que Ester Franz [São José Correia no papel], a mulher de Vítor, queria e que o negociador achava ser a melhor solução.
É que os dois irmãos partilhavam poucas coisas e a avaliação dos velhos móveis dividia-os de modo quase irremediável. Queriam um preço justo ou um preço alto, mas o negociante judeu chamou a atenção para os tempos modernos: os apartamentos são pequenos, sem espaço para móveis grandes, e o que as pessoas querem é comprar, mesmo que nisso haja alienação. Do mesmo modo que a aparente mudança psicológica e sociológica do irmão mais ilustrado e rico face ao mais novo e que entrara para a polícia. O preço, ou o custo, de um bem ou de uma atitude ou de um sentimento - tudo isso dividia os irmãos. O que os unia era a memória - dos berlindes ainda guardados num local secreto à recordação da mãe a tocar harpa e ao modo como ela distinguia os filhos.
A peça de Miller foi escrita em 1967 e produzida em 1968, num contexto da guerra do Vietname. Mas a história aborda a situação da década de 1930 - a derrocada da economia que levou à falência os pais de Vítor e Walter. A Grande Depressão foi, do mesmo modo que a Primeira Guerra Mundial, uma ocorrência que estabeleceu a desconfiança moderna dos cidadãos perante os governos: serão estes capazes de cumprir e honrar os seus compromissos?
Arthur Miller (1915-2005) ficou muito conhecido pelo seu casamento efémero com Marilyn Monroe, pelas peças
Morte de um Caixeiro Viajante (1949),
O Homem que Tinha Toda a Sorte (1940),
Eram Todos Meus Filhos (1947), pela presidência do PEN Internacional (1965-1968) e pela acusação de simpatias comunistas (depôs em 1965 perante o Comité para as Actividades Anti-Americanas).

Sobre a peça de Arthur Miller,
O Preço, estreada no sábado passado no
Teatro Aberto retiro informação e imagem: "Dois irmãos [Vítor Franz, interpretado por Marco Delgado, e Walter Franz, representado por António Fonseca] voltam a encontrar-se, dezasseis anos depois da morte do pai, para desocuparem a casa que deixaram intacta ao longo de todos aqueles anos. Um velho avaliador [Gregório Salomão, pelo actor João Perry] vem dar-lhes um preço pelos móveis e objectos de que se querem desfazer. No entanto, a transacção não é tão simples como imaginaram: todas aquelas coisas fazem parte da história da família, estão repletas de memórias e obrigam-nos a confrontarem-se com o passado e com as escolhas que fizeram na vida. Qual foi o preço dessas escolhas? Qual é o preço das contas que ficam em aberto? Entre o deve e o haver, o que se perde e o que se ganha? Neste encontro cheio de emoções, debatem-se as grandes questões da vida, com a esperança sempre acesa de uma maior compreensão do que é profundamente humano".
O polícia Vítor parece mais perto da realidade do que o irmão médico Walter, mas ambos representam uma desconfiguração perante a realidade, cada um tem um modo de focar a realidade que é diferente da própria realidade. Apesar da simpatia que o espectador atribui à personagem Vítor, o velho negociador Salomão vem chamar a atenção para a igual desatenção face aos factos. E não se regista a reconciliação entre irmãos que não se viam há muitos anos - que Ester Franz [São José Correia no papel], a mulher de Vítor, queria e que o negociador achava ser a melhor solução.
É que os dois irmãos partilhavam poucas coisas e a avaliação dos velhos móveis dividia-os de modo quase irremediável. Queriam um preço justo ou um preço alto, mas o negociante judeu chamou a atenção para os tempos modernos: os apartamentos são pequenos, sem espaço para móveis grandes, e o que as pessoas querem é comprar, mesmo que nisso haja alienação. Do mesmo modo que a aparente mudança psicológica e sociológica do irmão mais ilustrado e rico face ao mais novo e que entrara para a polícia. O preço, ou o custo, de um bem ou de uma atitude ou de um sentimento - tudo isso dividia os irmãos. O que os unia era a memória - dos berlindes ainda guardados num local secreto à recordação da mãe a tocar harpa e ao modo como ela distinguia os filhos.
A peça de Miller foi escrita em 1967 e produzida em 1968, num contexto da guerra do Vietname. Mas a história aborda a situação da década de 1930 - a derrocada da economia que levou à falência os pais de Vítor e Walter. A Grande Depressão foi, do mesmo modo que a Primeira Guerra Mundial, uma ocorrência que estabeleceu a desconfiança moderna dos cidadãos perante os governos: serão estes capazes de cumprir e honrar os seus compromissos?
Arthur Miller (1915-2005) ficou muito conhecido pelo seu casamento efémero com Marilyn Monroe, pelas peças
Morte de um Caixeiro Viajante (1949),
O Homem que Tinha Toda a Sorte (1940),
Eram Todos Meus Filhos (1947), pela presidência do PEN Internacional (1965-1968) e pela acusação de simpatias comunistas (depôs em 1965 perante o Comité para as Actividades Anti-Americanas).