Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2007
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Como já indiquei aqui, Tânia Leão publicou no mais recente volume da revista Trajectos um texto intitulado O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto, onde aborda a formação dos públicos da 23ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fevereiro-Março de 2003).
Dado uma das minhas linhas de investigação englobar o estudo de públicos (e sua formação), prestei muita atenção ao texto citado. A investigação teórico-metodológica - e que foi base de uma tese de mestrado da autora, defendida em 2007 - assenta em três eixos fundamentais: 1) dimensão da oferta, 2) dimensão da procura (frequentadores do Fantasporto), e 3) análise do contexto. Ela partiu do princípio observado em estudos sobre hábitos e práticas culturais que identificaram a existência de práticas intermédias – como o cinema – enquanto transição entre consumos cultivados e massificados (p. 32).
Diz Tânia Leão que, quanto mais selectivo e restrito se torna o acesso cultural, mais distintiva se torna a prática. No caso do Fantas, carinhoso nome como é conhecido o festival, fala-se em critérios de consagração, evento de excepção e raridade mas renovável. A socióloga fala igualmente da criação de um culto – a celebração de um ritual contemporâneo. Duas das características dos públicos do Fantas são juventude (grupo etário com maior disponibilidade temporal para uma cultura de saídas, posse do estatuto de estudante, aposta na esfera do lazer e da fruição da vida quotidiana) e elevado capital escolar [imagens retiradas do sítio do Fantasporto].
Na investigação, foram definidas cinco categorias de espectadores, a partir de vários indicadores (antiguidade, modo de ingresso, número de sessões a ver, natureza das relações de sociabilidade no Fantasporto, apropriação passiva ou activa do espaço do festival) (pp. 35-36):
1) Núcleo-duro – frequentam regularmente o Fantasporto, possuem passe de participante, estão diariamente no espaço do Fantas, adquiriram uma rede de sociabilidade forte e têm uma relação privilegiada com o topo da hierarquia do Festival,
2) Habituais – frequentam regularmente o Fantasporto, recorrem a várias modalidades de ingresso, estão quase todos os dias no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade,
3) Aspirantes – frequentam regularmente, estão com alguma assiduidade no espaço do Fantas, possuem rede de sociabilidade e mantêm alguma relação com o núcleo-duro,
4) Flutuantes – frequentam esporadicamente e seleccionam as sessões a que assistem, com rede fraca de sociabilidade,
5) Novatos – frequentam pela primeira vez o festival, sem rede de sociabilidade.
Há uma relação entre fidelização com o Festival e aumento da idade dos participantes e o género é determinante, pois o núcleo-duro é exclusivamente masculino, associado à temática do festival – cinema do fantástico e do terror.
Os novatos e flutuantes representam o maior número de espectadores do evento, mas muita da vida do Festival deve-se aos elementos do núcleo-duro, habituais e aspirantes. Há, também, um efeito geracional/familiar, uma espécie de passagem de testemunho de uma geração mais velha à mais nova, o que quer dizer que o Festival é um acontecimento cultural e social de relevo. Os espectadores novatos lidam com uma sensação de deslumbramento resultante da experiência de assistir a cinema em circunstâncias distintas das salas tradicionais, partilhando colectivamente emoções durante a exibição de alguns filmes.
Tânia Leitão faz um paralelismo entre o certame e diferentes grupos de rituais (p. 41): 1) ordem cultural (casos dos concertos rock/pop), de reunião de multidões e uma espécie de mística com efervescência colectiva, 2) desportivo, permitindo a manifestação de emoções colectivas (gritos, ovações, palmas), 3) de interacção quotidiana, marcada pela convivialidade, 4) do corpo, com representação e figuração ligados ao estatuto, valores, condutas e ideologias dos indivíduos.
Leitura: Tânia Leão (2007). "O(s) público(s) do Fantasporto. Perfis e modalidades de apropriação ritualista do Festival Internacional de Cinema do Porto". Trajectos, 11: 31-44
Domingo, 30 de Dezembro de 2007
Já no dia 22 deste mês, o blogue A Rádio em Portugal se havia referido ao definitivo desaparecimento do museu da Rádio, à rua do Quelhas (Lisboa). Essa mensagem era montada com base na leitura de reportagem da Rádio Renascença, aqui, de autoria da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio [imagem retirada desse vídeo].
Nessa peça, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP. Agora, as peças - retirando as que não forem classificadas como tendo valor e jogadas fora, pelo que sei - ficarão numa garagem, nas caves das instalações centrais da RTP.
Hoje, o diário Público pega na questão. Infelizmente sem o fulgor da peça escrita a 1 de Maio de 2004, que ocupara o espaço de uma página (se a memória me não falha), quando agora tem a dimensão de notícia breve. Conclusão: como morreu, já quase não tem valor-notícia.
Por essa altura, aqui, neste blogue, a 14 de Maio de 2004, eu escrevia: "Faz hoje doze (12) anos que abriu as portas o Museu da Rádio. Escreve Matos Maia no seu livro Telefonia (Círculo de Leitores, 1995, p. 296): "O Museu foi uma ideia do Rádio Clube Português, na década de 60 [...]. [Ela] partiu de José do Nascimento, quadro superior do Rádio Clube Português [...]. Desde a primeira hora, colaboraram com José do Nascimento, no projecto, outros dois colegas do RCP: Manuel Bravo e Armando Leston Martins". Depois, seguiram-se várias vicissitudes, acabando o Museu por ser inaugurado em 14 de Maio de 1992. O museu tem cerca de cinco mil peças e recebe anualmente à volta de doze mil visitantes".
Alguns dos blogues mais relacionados com a rádio promoveram uma petição que chegou a ter um certo impacto (não consigo recuperar o link, por presumivelmente estar já desactivado o blogue que tomou a iniciativa). Eu escrevi uma carta à administração da RDP, protestando contra o desaparecimento do museu, que me respondeu (ver em 28 de Maio de 2004), onde eu li: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta indicava ainda que o museu da Rádio e da Televisão seria instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Aquando da tomada de decisões, elas teriam divulgação pública.
Mais tarde, a 18 de Abril de 2006, voltei ao assunto: "O certo é que o museu está já fechado desde o começo do mês. NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS. Temos direito à indignação".
Agora, estou muito mais indignado. Por causa do museu que desaparece, erro que se deve atribuir à administração cessante da RTP e ao actual Governo. O ministro que tem a tutela do serviço público do audiovisual foi alertado em 2004 (então deputado da oposição) e prometeu agir de modo a preservar a memória viva do museu, dentro das suas forças. Nada se fez; outro museu - o da Arte Popular - irá desaparecer e transformar-se em espaço virtual da língua portuguesa. Para mim, o presente Governo será responsabilizado pela destruição de dois museus. Claro, parafraseando a ministra da Cultura em finais de Outubro do ano passado: "A vida dos museus não é eterna. Eles nascem, vivem e morrem. Não devemos estar presos a uma atitude conservadora" (ver minha mensagem de 31 de Outubro de 2006). A questão é que os cidadãos têm memória e não esquecem quem faz as acções públicas!
Já no dia 22 deste mês, o blogue A Rádio em Portugal se havia referido ao definitivo desaparecimento do museu da Rádio, à rua do Quelhas (Lisboa). Essa mensagem era montada com base na leitura de reportagem da Rádio Renascença, aqui, de autoria da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio [imagem retirada desse vídeo].
Nessa peça, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP. Agora, as peças - retirando as que não forem classificadas como tendo valor e jogadas fora, pelo que sei - ficarão numa garagem, nas caves das instalações centrais da RTP.
Hoje, o diário Público pega na questão. Infelizmente sem o fulgor da peça escrita a 1 de Maio de 2004, que ocupara o espaço de uma página (se a memória me não falha), quando agora tem a dimensão de notícia breve. Conclusão: como morreu, já quase não tem valor-notícia.
Por essa altura, aqui, neste blogue, a 14 de Maio de 2004, eu escrevia: "Faz hoje doze (12) anos que abriu as portas o Museu da Rádio. Escreve Matos Maia no seu livro Telefonia (Círculo de Leitores, 1995, p. 296): "O Museu foi uma ideia do Rádio Clube Português, na década de 60 [...]. [Ela] partiu de José do Nascimento, quadro superior do Rádio Clube Português [...]. Desde a primeira hora, colaboraram com José do Nascimento, no projecto, outros dois colegas do RCP: Manuel Bravo e Armando Leston Martins". Depois, seguiram-se várias vicissitudes, acabando o Museu por ser inaugurado em 14 de Maio de 1992. O museu tem cerca de cinco mil peças e recebe anualmente à volta de doze mil visitantes".
Alguns dos blogues mais relacionados com a rádio promoveram uma petição que chegou a ter um certo impacto (não consigo recuperar o link, por presumivelmente estar já desactivado o blogue que tomou a iniciativa). Eu escrevi uma carta à administração da RDP, protestando contra o desaparecimento do museu, que me respondeu (ver em 28 de Maio de 2004), onde eu li: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta indicava ainda que o museu da Rádio e da Televisão seria instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Aquando da tomada de decisões, elas teriam divulgação pública.
Mais tarde, a 18 de Abril de 2006, voltei ao assunto: "O certo é que o museu está já fechado desde o começo do mês. NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS. Temos direito à indignação".
Agora, estou muito mais indignado. Por causa do museu que desaparece, erro que se deve atribuir à administração cessante da RTP e ao actual Governo. O ministro que tem a tutela do serviço público do audiovisual foi alertado em 2004 (então deputado da oposição) e prometeu agir de modo a preservar a memória viva do museu, dentro das suas forças. Nada se fez; outro museu - o da Arte Popular - irá desaparecer e transformar-se em espaço virtual da língua portuguesa. Para mim, o presente Governo será responsabilizado pela destruição de dois museus. Claro, parafraseando a ministra da Cultura em finais de Outubro do ano passado: "A vida dos museus não é eterna. Eles nascem, vivem e morrem. Não devemos estar presos a uma atitude conservadora" (ver minha mensagem de 31 de Outubro de 2006). A questão é que os cidadãos têm memória e não esquecem quem faz as acções públicas!
Já no dia 22 deste mês, o blogue A Rádio em Portugal se havia referido ao definitivo desaparecimento do museu da Rádio, à rua do Quelhas (Lisboa). Essa mensagem era montada com base na leitura de reportagem da Rádio Renascença, aqui, de autoria da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio [imagem retirada desse vídeo].
Nessa peça, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP. Agora, as peças - retirando as que não forem classificadas como tendo valor e jogadas fora, pelo que sei - ficarão numa garagem, nas caves das instalações centrais da RTP.
Hoje, o diário Público pega na questão. Infelizmente sem o fulgor da peça escrita a 1 de Maio de 2004, que ocupara o espaço de uma página (se a memória me não falha), quando agora tem a dimensão de notícia breve. Conclusão: como morreu, já quase não tem valor-notícia.
Por essa altura, aqui, neste blogue, a 14 de Maio de 2004, eu escrevia: "Faz hoje doze (12) anos que abriu as portas o Museu da Rádio. Escreve Matos Maia no seu livro Telefonia (Círculo de Leitores, 1995, p. 296): "O Museu foi uma ideia do Rádio Clube Português, na década de 60 [...]. [Ela] partiu de José do Nascimento, quadro superior do Rádio Clube Português [...]. Desde a primeira hora, colaboraram com José do Nascimento, no projecto, outros dois colegas do RCP: Manuel Bravo e Armando Leston Martins". Depois, seguiram-se várias vicissitudes, acabando o Museu por ser inaugurado em 14 de Maio de 1992. O museu tem cerca de cinco mil peças e recebe anualmente à volta de doze mil visitantes".
Alguns dos blogues mais relacionados com a rádio promoveram uma petição que chegou a ter um certo impacto (não consigo recuperar o link, por presumivelmente estar já desactivado o blogue que tomou a iniciativa). Eu escrevi uma carta à administração da RDP, protestando contra o desaparecimento do museu, que me respondeu (ver em 28 de Maio de 2004), onde eu li: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta indicava ainda que o museu da Rádio e da Televisão seria instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Aquando da tomada de decisões, elas teriam divulgação pública.
Mais tarde, a 18 de Abril de 2006, voltei ao assunto: "O certo é que o museu está já fechado desde o começo do mês. NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS. Temos direito à indignação".
Agora, estou muito mais indignado. Por causa do museu que desaparece, erro que se deve atribuir à administração cessante da RTP e ao actual Governo. O ministro que tem a tutela do serviço público do audiovisual foi alertado em 2004 (então deputado da oposição) e prometeu agir de modo a preservar a memória viva do museu, dentro das suas forças. Nada se fez; outro museu - o da Arte Popular - irá desaparecer e transformar-se em espaço virtual da língua portuguesa. Para mim, o presente Governo será responsabilizado pela destruição de dois museus. Claro, parafraseando a ministra da Cultura em finais de Outubro do ano passado: "A vida dos museus não é eterna. Eles nascem, vivem e morrem. Não devemos estar presos a uma atitude conservadora" (ver minha mensagem de 31 de Outubro de 2006). A questão é que os cidadãos têm memória e não esquecem quem faz as acções públicas!
Já no dia 22 deste mês, o blogue A Rádio em Portugal se havia referido ao definitivo desaparecimento do museu da Rádio, à rua do Quelhas (Lisboa). Essa mensagem era montada com base na leitura de reportagem da Rádio Renascença, aqui, de autoria da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio [imagem retirada desse vídeo].
Nessa peça, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP. Agora, as peças - retirando as que não forem classificadas como tendo valor e jogadas fora, pelo que sei - ficarão numa garagem, nas caves das instalações centrais da RTP.
Hoje, o diário Público pega na questão. Infelizmente sem o fulgor da peça escrita a 1 de Maio de 2004, que ocupara o espaço de uma página (se a memória me não falha), quando agora tem a dimensão de notícia breve. Conclusão: como morreu, já quase não tem valor-notícia.
Por essa altura, aqui, neste blogue, a 14 de Maio de 2004, eu escrevia: "Faz hoje doze (12) anos que abriu as portas o Museu da Rádio. Escreve Matos Maia no seu livro Telefonia (Círculo de Leitores, 1995, p. 296): "O Museu foi uma ideia do Rádio Clube Português, na década de 60 [...]. [Ela] partiu de José do Nascimento, quadro superior do Rádio Clube Português [...]. Desde a primeira hora, colaboraram com José do Nascimento, no projecto, outros dois colegas do RCP: Manuel Bravo e Armando Leston Martins". Depois, seguiram-se várias vicissitudes, acabando o Museu por ser inaugurado em 14 de Maio de 1992. O museu tem cerca de cinco mil peças e recebe anualmente à volta de doze mil visitantes".
Alguns dos blogues mais relacionados com a rádio promoveram uma petição que chegou a ter um certo impacto (não consigo recuperar o link, por presumivelmente estar já desactivado o blogue que tomou a iniciativa). Eu escrevi uma carta à administração da RDP, protestando contra o desaparecimento do museu, que me respondeu (ver em 28 de Maio de 2004), onde eu li: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta indicava ainda que o museu da Rádio e da Televisão seria instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Aquando da tomada de decisões, elas teriam divulgação pública.
Mais tarde, a 18 de Abril de 2006, voltei ao assunto: "O certo é que o museu está já fechado desde o começo do mês. NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS. Temos direito à indignação".
Agora, estou muito mais indignado. Por causa do museu que desaparece, erro que se deve atribuir à administração cessante da RTP e ao actual Governo. O ministro que tem a tutela do serviço público do audiovisual foi alertado em 2004 (então deputado da oposição) e prometeu agir de modo a preservar a memória viva do museu, dentro das suas forças. Nada se fez; outro museu - o da Arte Popular - irá desaparecer e transformar-se em espaço virtual da língua portuguesa. Para mim, o presente Governo será responsabilizado pela destruição de dois museus. Claro, parafraseando a ministra da Cultura em finais de Outubro do ano passado: "A vida dos museus não é eterna. Eles nascem, vivem e morrem. Não devemos estar presos a uma atitude conservadora" (ver minha mensagem de 31 de Outubro de 2006). A questão é que os cidadãos têm memória e não esquecem quem faz as acções públicas!
Já no dia 22 deste mês, o blogue A Rádio em Portugal se havia referido ao definitivo desaparecimento do museu da Rádio, à rua do Quelhas (Lisboa). Essa mensagem era montada com base na leitura de reportagem da Rádio Renascença, aqui, de autoria da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio [imagem retirada desse vídeo].
Nessa peça, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP. Agora, as peças - retirando as que não forem classificadas como tendo valor e jogadas fora, pelo que sei - ficarão numa garagem, nas caves das instalações centrais da RTP.
Hoje, o diário Público pega na questão. Infelizmente sem o fulgor da peça escrita a 1 de Maio de 2004, que ocupara o espaço de uma página (se a memória me não falha), quando agora tem a dimensão de notícia breve. Conclusão: como morreu, já quase não tem valor-notícia.
Por essa altura, aqui, neste blogue, a 14 de Maio de 2004, eu escrevia: "Faz hoje doze (12) anos que abriu as portas o Museu da Rádio. Escreve Matos Maia no seu livro Telefonia (Círculo de Leitores, 1995, p. 296): "O Museu foi uma ideia do Rádio Clube Português, na década de 60 [...]. [Ela] partiu de José do Nascimento, quadro superior do Rádio Clube Português [...]. Desde a primeira hora, colaboraram com José do Nascimento, no projecto, outros dois colegas do RCP: Manuel Bravo e Armando Leston Martins". Depois, seguiram-se várias vicissitudes, acabando o Museu por ser inaugurado em 14 de Maio de 1992. O museu tem cerca de cinco mil peças e recebe anualmente à volta de doze mil visitantes".
Alguns dos blogues mais relacionados com a rádio promoveram uma petição que chegou a ter um certo impacto (não consigo recuperar o link, por presumivelmente estar já desactivado o blogue que tomou a iniciativa). Eu escrevi uma carta à administração da RDP, protestando contra o desaparecimento do museu, que me respondeu (ver em 28 de Maio de 2004), onde eu li: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta indicava ainda que o museu da Rádio e da Televisão seria instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Aquando da tomada de decisões, elas teriam divulgação pública.
Mais tarde, a 18 de Abril de 2006, voltei ao assunto: "O certo é que o museu está já fechado desde o começo do mês. NÃO SE FAZ UMA COISA DESTAS. Temos direito à indignação".
Agora, estou muito mais indignado. Por causa do museu que desaparece, erro que se deve atribuir à administração cessante da RTP e ao actual Governo. O ministro que tem a tutela do serviço público do audiovisual foi alertado em 2004 (então deputado da oposição) e prometeu agir de modo a preservar a memória viva do museu, dentro das suas forças. Nada se fez; outro museu - o da Arte Popular - irá desaparecer e transformar-se em espaço virtual da língua portuguesa. Para mim, o presente Governo será responsabilizado pela destruição de dois museus. Claro, parafraseando a ministra da Cultura em finais de Outubro do ano passado: "A vida dos museus não é eterna. Eles nascem, vivem e morrem. Não devemos estar presos a uma atitude conservadora" (ver minha mensagem de 31 de Outubro de 2006). A questão é que os cidadãos têm memória e não esquecem quem faz as acções públicas!