Segunda-feira, 3 de Julho de 2006

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O CINEMA E O MUNDO DA MODA

A moda é um mundo fascinante. Revistas como Elle, Vogue, Marie Claire, Cosmopolitan e Máxima vendem muito. Há um canal temático na televisão por cabo sobre moda. A telenovela que passa no horário nobre da SIC, Belíssima, tem como centro uma empresa dedicada à moda.

Agora, foi estreado um filme nos Estados Unidos, Devil wears Prada (O diabo veste Prada), realizado por David Frankel, com Meryl Streep no principal papel. Trata-se da história baseada num romance de enorme sucesso em 2003, escrito por Lauren Weisberg, antiga assistente da directora da Vogue, previsível personalidade que o filme disseca. Este, que deve vir para Portugal no Outono, trata de jornalismo e carreiras profissionais, para além de moda. Meryl Streep faz o papel de Miranda Priestley, despótica editora-chefe da revista Runway. As outras personagens principais pertencem à assistente de direcção, a qual aspira a um lugar futuro na prestigiada revista New Yorker, e a dois homens, um, o braço direito de Miranda mas que se passa para o lado da assistente, o outro, o correspondente ao proprietário da Vogue, Vanity Fair e New Yorker.

O peso da Vogue no universo da moda é enorme, nomeadamente nos Estados Unidos. Ainda recentemente, aproveitando uma exposição no Metropolitan Museum of Art, a revista fez um tributo à moda inglesa, convidando individualidades do mundo da moda e da música como Kate Moss e Jennifer Lopez e milionários como Donald Trump. Dizem as más-línguas que todos eles vestiram aconselhados pela directora da revista.

Especula-se sobre as semelhanças entre realidade e filme. Há quem diga que o filme retrata as condições de trabalho duro de quem vive e pensa a moda. Há também quem afirme que o filme critica e não celebra a moda. Merryl Streep assegura que a sua personagem não é a cópia da influente directora da Vogue mas segue o estilo de pessoas que ela própria conhece na indústria da moda. Teremos de esperar pela passagem do filme em Portugal para aquilatarmos o que corresponde à verdade e à especulação.

O certo é que, também recentemente, foi traduzido para português um romance de Sarah Glattstein Franco, directora da revista Cosmopolitan em Espanha, chamado precisamente Diário de uma directora de revista... feminina. Afirma Glattstein que a história nada tem a ver com a realidade. Mas fala da redacção de revistas dedicadas à moda: Isabel Gonzaléz, ou Isa como é conhecida entre os íntimos, é uma jovem que ingressa num jornal de Salamanca, o Heraldo de la Fortuna. Aí, começa a escrever sobre moda, acabando por ingressar na Femme, a melhor revista feminina em Madrid. Depois, ela torna-se directora da Mulher Prática, revista reposicionada para concorrer directamente com a Femme. Mais algum tempo depois e Isa recebe convite para dirigir a própria Femme, o topo das revistas espanholas.

O livro descreve o ambiente de uma redacção de revista feminina. Primeiro, as redactoras de moda e colegas como estilistas, directoras de secção e da revista formam um grupo hermético. Depois, cada redacção organiza-se de um modo específico, indo desde secções em espaços fechados até espaços abertos, juntando directora e conjunto da redacção. Em terceiro, a directora tem uma vida social intensa como almoços com anunciantes, passagens de modelos, contactos com escritores e jornalistas que escrevem páginas de destaque ou top images quando se trata de fotógrafos ou ilustradores.

De que trata uma revista de moda? Cosméticos, perfumes, acessórios, mas também sucesso profissional e amoroso. E ainda amizade, filhos, dinheiro, automóveis, cultura e produtos biológicos, idade e dietas, saúde e bem-estar, férias e lazer. Horóscopos e publicidade a marcas de prestígio constituem um complemento permanente nas revistas. Com as capas de cada número a incluírem modelos ou estrelas do mundo da música e do cinema.

E a vida das modelos? Lê-se no sítio da novela brasileira Belíssima: “O mundo está cheio de jovens como Giovana e Erica, que fazem de tudo para brilhar no universo da moda. Rostinho bonito – ou «exótico» –, salto nos pés, manequim na casa dos 30 e elas estão prontas para se aventurar nas passarelas mundo fashion afora”. Mas o “lugar ao sol”, o “glamour” e a promessa de uma boa conta bancária são, com frequência, sonhos que depressa se esfriam.

Contando com êxitos ou insucessos pessoais, a moda movimenta milhões. Deve ser tão poderosa como as indústrias desportivas (futebol, basebol, ténis ou basquetebol), pelo que também dita ordens fortes. Com recurso a modelos anorécticas, cuja vida profissional nas passarelas altamente mediatizadas é de curta duração e onde estão sempre patentes problemas psicológicos, como foi o recente caso de drogas em Kate Moss. E sem se saber qual a percentagem de peças de vestuário exibidas que se vendem. Mas atrai outras indústrias culturais, como a música, o cinema, a televisão, o design, a publicidade. E onde há cidades que sabem fazer bem a indústria da moda: Nova Iorque, Londres, Paris, Milão.

[elementos a partir da leitura do Observer de 25 de Junho, em peça escrita por Graham Fuller, e da minha mensagem de 31 de Maio]

[texto da crónica que passará hoje por volta das 10:00, na Antena Miróbriga Rádio ou 102,7 MHz (região de Santiago de Cacém)]
publicado por industrias-culturais às 08:48
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A moda é um mundo fascinante. Revistas como Elle, Vogue, Marie Claire, Cosmopolitan e Máxima vendem muito. Há um canal temático na televisão por cabo sobre moda. A telenovela que passa no horário nobre da SIC, Belíssima, tem como centro uma empresa dedicada à moda.

Agora, foi estreado um filme nos Estados Unidos, Devil wears Prada (O diabo veste Prada), realizado por David Frankel, com Meryl Streep no principal papel. Trata-se da história baseada num romance de enorme sucesso em 2003, escrito por Lauren Weisberg, antiga assistente da directora da Vogue, previsível personalidade que o filme disseca. Este, que deve vir para Portugal no Outono, trata de jornalismo e carreiras profissionais, para além de moda. Meryl Streep faz o papel de Miranda Priestley, despótica editora-chefe da revista Runway. As outras personagens principais pertencem à assistente de direcção, a qual aspira a um lugar futuro na prestigiada revista New Yorker, e a dois homens, um, o braço direito de Miranda mas que se passa para o lado da assistente, o outro, o correspondente ao proprietário da Vogue, Vanity Fair e New Yorker.

O peso da Vogue no universo da moda é enorme, nomeadamente nos Estados Unidos. Ainda recentemente, aproveitando uma exposição no Metropolitan Museum of Art, a revista fez um tributo à moda inglesa, convidando individualidades do mundo da moda e da música como Kate Moss e Jennifer Lopez e milionários como Donald Trump. Dizem as más-línguas que todos eles vestiram aconselhados pela directora da revista.

Especula-se sobre as semelhanças entre realidade e filme. Há quem diga que o filme retrata as condições de trabalho duro de quem vive e pensa a moda. Há também quem afirme que o filme critica e não celebra a moda. Merryl Streep assegura que a sua personagem não é a cópia da influente directora da Vogue mas segue o estilo de pessoas que ela própria conhece na indústria da moda. Teremos de esperar pela passagem do filme em Portugal para aquilatarmos o que corresponde à verdade e à especulação.

O certo é que, também recentemente, foi traduzido para português um romance de Sarah Glattstein Franco, directora da revista Cosmopolitan em Espanha, chamado precisamente Diário de uma directora de revista... feminina. Afirma Glattstein que a história nada tem a ver com a realidade. Mas fala da redacção de revistas dedicadas à moda: Isabel Gonzaléz, ou Isa como é conhecida entre os íntimos, é uma jovem que ingressa num jornal de Salamanca, o Heraldo de la Fortuna. Aí, começa a escrever sobre moda, acabando por ingressar na Femme, a melhor revista feminina em Madrid. Depois, ela torna-se directora da Mulher Prática, revista reposicionada para concorrer directamente com a Femme. Mais algum tempo depois e Isa recebe convite para dirigir a própria Femme, o topo das revistas espanholas.

O livro descreve o ambiente de uma redacção de revista feminina. Primeiro, as redactoras de moda e colegas como estilistas, directoras de secção e da revista formam um grupo hermético. Depois, cada redacção organiza-se de um modo específico, indo desde secções em espaços fechados até espaços abertos, juntando directora e conjunto da redacção. Em terceiro, a directora tem uma vida social intensa como almoços com anunciantes, passagens de modelos, contactos com escritores e jornalistas que escrevem páginas de destaque ou top images quando se trata de fotógrafos ou ilustradores.

De que trata uma revista de moda? Cosméticos, perfumes, acessórios, mas também sucesso profissional e amoroso. E ainda amizade, filhos, dinheiro, automóveis, cultura e produtos biológicos, idade e dietas, saúde e bem-estar, férias e lazer. Horóscopos e publicidade a marcas de prestígio constituem um complemento permanente nas revistas. Com as capas de cada número a incluírem modelos ou estrelas do mundo da música e do cinema.

E a vida das modelos? Lê-se no sítio da novela brasileira Belíssima: “O mundo está cheio de jovens como Giovana e Erica, que fazem de tudo para brilhar no universo da moda. Rostinho bonito – ou «exótico» –, salto nos pés, manequim na casa dos 30 e elas estão prontas para se aventurar nas passarelas mundo fashion afora”. Mas o “lugar ao sol”, o “glamour” e a promessa de uma boa conta bancária são, com frequência, sonhos que depressa se esfriam.

Contando com êxitos ou insucessos pessoais, a moda movimenta milhões. Deve ser tão poderosa como as indústrias desportivas (futebol, basebol, ténis ou basquetebol), pelo que também dita ordens fortes. Com recurso a modelos anorécticas, cuja vida profissional nas passarelas altamente mediatizadas é de curta duração e onde estão sempre patentes problemas psicológicos, como foi o recente caso de drogas em Kate Moss. E sem se saber qual a percentagem de peças de vestuário exibidas que se vendem. Mas atrai outras indústrias culturais, como a música, o cinema, a televisão, o design, a publicidade. E onde há cidades que sabem fazer bem a indústria da moda: Nova Iorque, Londres, Paris, Milão.

[elementos a partir da leitura do Observer de 25 de Junho, em peça escrita por Graham Fuller, e da minha mensagem de 31 de Maio]

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A moda é um mundo fascinante. Revistas como Elle, Vogue, Marie Claire, Cosmopolitan e Máxima vendem muito. Há um canal temático na televisão por cabo sobre moda. A telenovela que passa no horário nobre da SIC, Belíssima, tem como centro uma empresa dedicada à moda.

Agora, foi estreado um filme nos Estados Unidos, Devil wears Prada (O diabo veste Prada), realizado por David Frankel, com Meryl Streep no principal papel. Trata-se da história baseada num romance de enorme sucesso em 2003, escrito por Lauren Weisberg, antiga assistente da directora da Vogue, previsível personalidade que o filme disseca. Este, que deve vir para Portugal no Outono, trata de jornalismo e carreiras profissionais, para além de moda. Meryl Streep faz o papel de Miranda Priestley, despótica editora-chefe da revista Runway. As outras personagens principais pertencem à assistente de direcção, a qual aspira a um lugar futuro na prestigiada revista New Yorker, e a dois homens, um, o braço direito de Miranda mas que se passa para o lado da assistente, o outro, o correspondente ao proprietário da Vogue, Vanity Fair e New Yorker.

O peso da Vogue no universo da moda é enorme, nomeadamente nos Estados Unidos. Ainda recentemente, aproveitando uma exposição no Metropolitan Museum of Art, a revista fez um tributo à moda inglesa, convidando individualidades do mundo da moda e da música como Kate Moss e Jennifer Lopez e milionários como Donald Trump. Dizem as más-línguas que todos eles vestiram aconselhados pela directora da revista.

Especula-se sobre as semelhanças entre realidade e filme. Há quem diga que o filme retrata as condições de trabalho duro de quem vive e pensa a moda. Há também quem afirme que o filme critica e não celebra a moda. Merryl Streep assegura que a sua personagem não é a cópia da influente directora da Vogue mas segue o estilo de pessoas que ela própria conhece na indústria da moda. Teremos de esperar pela passagem do filme em Portugal para aquilatarmos o que corresponde à verdade e à especulação.

O certo é que, também recentemente, foi traduzido para português um romance de Sarah Glattstein Franco, directora da revista Cosmopolitan em Espanha, chamado precisamente Diário de uma directora de revista... feminina. Afirma Glattstein que a história nada tem a ver com a realidade. Mas fala da redacção de revistas dedicadas à moda: Isabel Gonzaléz, ou Isa como é conhecida entre os íntimos, é uma jovem que ingressa num jornal de Salamanca, o Heraldo de la Fortuna. Aí, começa a escrever sobre moda, acabando por ingressar na Femme, a melhor revista feminina em Madrid. Depois, ela torna-se directora da Mulher Prática, revista reposicionada para concorrer directamente com a Femme. Mais algum tempo depois e Isa recebe convite para dirigir a própria Femme, o topo das revistas espanholas.

O livro descreve o ambiente de uma redacção de revista feminina. Primeiro, as redactoras de moda e colegas como estilistas, directoras de secção e da revista formam um grupo hermético. Depois, cada redacção organiza-se de um modo específico, indo desde secções em espaços fechados até espaços abertos, juntando directora e conjunto da redacção. Em terceiro, a directora tem uma vida social intensa como almoços com anunciantes, passagens de modelos, contactos com escritores e jornalistas que escrevem páginas de destaque ou top images quando se trata de fotógrafos ou ilustradores.

De que trata uma revista de moda? Cosméticos, perfumes, acessórios, mas também sucesso profissional e amoroso. E ainda amizade, filhos, dinheiro, automóveis, cultura e produtos biológicos, idade e dietas, saúde e bem-estar, férias e lazer. Horóscopos e publicidade a marcas de prestígio constituem um complemento permanente nas revistas. Com as capas de cada número a incluírem modelos ou estrelas do mundo da música e do cinema.

E a vida das modelos? Lê-se no sítio da novela brasileira Belíssima: “O mundo está cheio de jovens como Giovana e Erica, que fazem de tudo para brilhar no universo da moda. Rostinho bonito – ou «exótico» –, salto nos pés, manequim na casa dos 30 e elas estão prontas para se aventurar nas passarelas mundo fashion afora”. Mas o “lugar ao sol”, o “glamour” e a promessa de uma boa conta bancária são, com frequência, sonhos que depressa se esfriam.

Contando com êxitos ou insucessos pessoais, a moda movimenta milhões. Deve ser tão poderosa como as indústrias desportivas (futebol, basebol, ténis ou basquetebol), pelo que também dita ordens fortes. Com recurso a modelos anorécticas, cuja vida profissional nas passarelas altamente mediatizadas é de curta duração e onde estão sempre patentes problemas psicológicos, como foi o recente caso de drogas em Kate Moss. E sem se saber qual a percentagem de peças de vestuário exibidas que se vendem. Mas atrai outras indústrias culturais, como a música, o cinema, a televisão, o design, a publicidade. E onde há cidades que sabem fazer bem a indústria da moda: Nova Iorque, Londres, Paris, Milão.

[elementos a partir da leitura do Observer de 25 de Junho, em peça escrita por Graham Fuller, e da minha mensagem de 31 de Maio]

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A moda é um mundo fascinante. Revistas como Elle, Vogue, Marie Claire, Cosmopolitan e Máxima vendem muito. Há um canal temático na televisão por cabo sobre moda. A telenovela que passa no horário nobre da SIC, Belíssima, tem como centro uma empresa dedicada à moda.

Agora, foi estreado um filme nos Estados Unidos, Devil wears Prada (O diabo veste Prada), realizado por David Frankel, com Meryl Streep no principal papel. Trata-se da história baseada num romance de enorme sucesso em 2003, escrito por Lauren Weisberg, antiga assistente da directora da Vogue, previsível personalidade que o filme disseca. Este, que deve vir para Portugal no Outono, trata de jornalismo e carreiras profissionais, para além de moda. Meryl Streep faz o papel de Miranda Priestley, despótica editora-chefe da revista Runway. As outras personagens principais pertencem à assistente de direcção, a qual aspira a um lugar futuro na prestigiada revista New Yorker, e a dois homens, um, o braço direito de Miranda mas que se passa para o lado da assistente, o outro, o correspondente ao proprietário da Vogue, Vanity Fair e New Yorker.

O peso da Vogue no universo da moda é enorme, nomeadamente nos Estados Unidos. Ainda recentemente, aproveitando uma exposição no Metropolitan Museum of Art, a revista fez um tributo à moda inglesa, convidando individualidades do mundo da moda e da música como Kate Moss e Jennifer Lopez e milionários como Donald Trump. Dizem as más-línguas que todos eles vestiram aconselhados pela directora da revista.

Especula-se sobre as semelhanças entre realidade e filme. Há quem diga que o filme retrata as condições de trabalho duro de quem vive e pensa a moda. Há também quem afirme que o filme critica e não celebra a moda. Merryl Streep assegura que a sua personagem não é a cópia da influente directora da Vogue mas segue o estilo de pessoas que ela própria conhece na indústria da moda. Teremos de esperar pela passagem do filme em Portugal para aquilatarmos o que corresponde à verdade e à especulação.

O certo é que, também recentemente, foi traduzido para português um romance de Sarah Glattstein Franco, directora da revista Cosmopolitan em Espanha, chamado precisamente Diário de uma directora de revista... feminina. Afirma Glattstein que a história nada tem a ver com a realidade. Mas fala da redacção de revistas dedicadas à moda: Isabel Gonzaléz, ou Isa como é conhecida entre os íntimos, é uma jovem que ingressa num jornal de Salamanca, o Heraldo de la Fortuna. Aí, começa a escrever sobre moda, acabando por ingressar na Femme, a melhor revista feminina em Madrid. Depois, ela torna-se directora da Mulher Prática, revista reposicionada para concorrer directamente com a Femme. Mais algum tempo depois e Isa recebe convite para dirigir a própria Femme, o topo das revistas espanholas.

O livro descreve o ambiente de uma redacção de revista feminina. Primeiro, as redactoras de moda e colegas como estilistas, directoras de secção e da revista formam um grupo hermético. Depois, cada redacção organiza-se de um modo específico, indo desde secções em espaços fechados até espaços abertos, juntando directora e conjunto da redacção. Em terceiro, a directora tem uma vida social intensa como almoços com anunciantes, passagens de modelos, contactos com escritores e jornalistas que escrevem páginas de destaque ou top images quando se trata de fotógrafos ou ilustradores.

De que trata uma revista de moda? Cosméticos, perfumes, acessórios, mas também sucesso profissional e amoroso. E ainda amizade, filhos, dinheiro, automóveis, cultura e produtos biológicos, idade e dietas, saúde e bem-estar, férias e lazer. Horóscopos e publicidade a marcas de prestígio constituem um complemento permanente nas revistas. Com as capas de cada número a incluírem modelos ou estrelas do mundo da música e do cinema.

E a vida das modelos? Lê-se no sítio da novela brasileira Belíssima: “O mundo está cheio de jovens como Giovana e Erica, que fazem de tudo para brilhar no universo da moda. Rostinho bonito – ou «exótico» –, salto nos pés, manequim na casa dos 30 e elas estão prontas para se aventurar nas passarelas mundo fashion afora”. Mas o “lugar ao sol”, o “glamour” e a promessa de uma boa conta bancária são, com frequência, sonhos que depressa se esfriam.

Contando com êxitos ou insucessos pessoais, a moda movimenta milhões. Deve ser tão poderosa como as indústrias desportivas (futebol, basebol, ténis ou basquetebol), pelo que também dita ordens fortes. Com recurso a modelos anorécticas, cuja vida profissional nas passarelas altamente mediatizadas é de curta duração e onde estão sempre patentes problemas psicológicos, como foi o recente caso de drogas em Kate Moss. E sem se saber qual a percentagem de peças de vestuário exibidas que se vendem. Mas atrai outras indústrias culturais, como a música, o cinema, a televisão, o design, a publicidade. E onde há cidades que sabem fazer bem a indústria da moda: Nova Iorque, Londres, Paris, Milão.

[elementos a partir da leitura do Observer de 25 de Junho, em peça escrita por Graham Fuller, e da minha mensagem de 31 de Maio]

[texto da crónica que passará hoje por volta das 10:00, na Antena Miróbriga Rádio ou 102,7 MHz (região de Santiago de Cacém)]
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A moda é um mundo fascinante. Revistas como Elle, Vogue, Marie Claire, Cosmopolitan e Máxima vendem muito. Há um canal temático na televisão por cabo sobre moda. A telenovela que passa no horário nobre da SIC, Belíssima, tem como centro uma empresa dedicada à moda.

Agora, foi estreado um filme nos Estados Unidos, Devil wears Prada (O diabo veste Prada), realizado por David Frankel, com Meryl Streep no principal papel. Trata-se da história baseada num romance de enorme sucesso em 2003, escrito por Lauren Weisberg, antiga assistente da directora da Vogue, previsível personalidade que o filme disseca. Este, que deve vir para Portugal no Outono, trata de jornalismo e carreiras profissionais, para além de moda. Meryl Streep faz o papel de Miranda Priestley, despótica editora-chefe da revista Runway. As outras personagens principais pertencem à assistente de direcção, a qual aspira a um lugar futuro na prestigiada revista New Yorker, e a dois homens, um, o braço direito de Miranda mas que se passa para o lado da assistente, o outro, o correspondente ao proprietário da Vogue, Vanity Fair e New Yorker.

O peso da Vogue no universo da moda é enorme, nomeadamente nos Estados Unidos. Ainda recentemente, aproveitando uma exposição no Metropolitan Museum of Art, a revista fez um tributo à moda inglesa, convidando individualidades do mundo da moda e da música como Kate Moss e Jennifer Lopez e milionários como Donald Trump. Dizem as más-línguas que todos eles vestiram aconselhados pela directora da revista.

Especula-se sobre as semelhanças entre realidade e filme. Há quem diga que o filme retrata as condições de trabalho duro de quem vive e pensa a moda. Há também quem afirme que o filme critica e não celebra a moda. Merryl Streep assegura que a sua personagem não é a cópia da influente directora da Vogue mas segue o estilo de pessoas que ela própria conhece na indústria da moda. Teremos de esperar pela passagem do filme em Portugal para aquilatarmos o que corresponde à verdade e à especulação.

O certo é que, também recentemente, foi traduzido para português um romance de Sarah Glattstein Franco, directora da revista Cosmopolitan em Espanha, chamado precisamente Diário de uma directora de revista... feminina. Afirma Glattstein que a história nada tem a ver com a realidade. Mas fala da redacção de revistas dedicadas à moda: Isabel Gonzaléz, ou Isa como é conhecida entre os íntimos, é uma jovem que ingressa num jornal de Salamanca, o Heraldo de la Fortuna. Aí, começa a escrever sobre moda, acabando por ingressar na Femme, a melhor revista feminina em Madrid. Depois, ela torna-se directora da Mulher Prática, revista reposicionada para concorrer directamente com a Femme. Mais algum tempo depois e Isa recebe convite para dirigir a própria Femme, o topo das revistas espanholas.

O livro descreve o ambiente de uma redacção de revista feminina. Primeiro, as redactoras de moda e colegas como estilistas, directoras de secção e da revista formam um grupo hermético. Depois, cada redacção organiza-se de um modo específico, indo desde secções em espaços fechados até espaços abertos, juntando directora e conjunto da redacção. Em terceiro, a directora tem uma vida social intensa como almoços com anunciantes, passagens de modelos, contactos com escritores e jornalistas que escrevem páginas de destaque ou top images quando se trata de fotógrafos ou ilustradores.

De que trata uma revista de moda? Cosméticos, perfumes, acessórios, mas também sucesso profissional e amoroso. E ainda amizade, filhos, dinheiro, automóveis, cultura e produtos biológicos, idade e dietas, saúde e bem-estar, férias e lazer. Horóscopos e publicidade a marcas de prestígio constituem um complemento permanente nas revistas. Com as capas de cada número a incluírem modelos ou estrelas do mundo da música e do cinema.

E a vida das modelos? Lê-se no sítio da novela brasileira Belíssima: “O mundo está cheio de jovens como Giovana e Erica, que fazem de tudo para brilhar no universo da moda. Rostinho bonito – ou «exótico» –, salto nos pés, manequim na casa dos 30 e elas estão prontas para se aventurar nas passarelas mundo fashion afora”. Mas o “lugar ao sol”, o “glamour” e a promessa de uma boa conta bancária são, com frequência, sonhos que depressa se esfriam.

Contando com êxitos ou insucessos pessoais, a moda movimenta milhões. Deve ser tão poderosa como as indústrias desportivas (futebol, basebol, ténis ou basquetebol), pelo que também dita ordens fortes. Com recurso a modelos anorécticas, cuja vida profissional nas passarelas altamente mediatizadas é de curta duração e onde estão sempre patentes problemas psicológicos, como foi o recente caso de drogas em Kate Moss. E sem se saber qual a percentagem de peças de vestuário exibidas que se vendem. Mas atrai outras indústrias culturais, como a música, o cinema, a televisão, o design, a publicidade. E onde há cidades que sabem fazer bem a indústria da moda: Nova Iorque, Londres, Paris, Milão.

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