Domingo, 27 de Fevereiro de 2005

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LEITURAS DE HOJE

1) El Pais

Tem destaque na primeira página e continua em toda a página 42: é a falta de sintonia dos sábios que presidiram ao comité encarregado de reformar o estatuto da RTVE. Os catedráticos Emilio Lledó, Enrique Bustamante, Victoria Camps e Fernando Savater apostavam forte numa televisão pública e financiada pelo Estado. Ao invés, o jornalista Fernando Gonzaléz Urbaneja, com o apoio do assessor do ministério da Economia, defendia um corte nos custos, a redução de pessoal e a saída da RTVE da Bolsa de Valores. Lê-se no El Pais: "A proposta de Urbaneja era «delirante e marciana», comenta Bustamante, e pergunta porque não se demitiu. «Tentei explicar-lhes o que era a Bolsa, mas parecia-lhes impróprio de gente do seu nível intelectual», replicou Urbaneja".

Vou ler atentamente o artigo. Caso ache importante, farei mais um comentário. Quero ainda assinalar que o mesmo jornal vai abrir uma nova secção, a de investigação e análise. Objectivo: reforçar a qualidade do jornal. A sua localização no diário ficará entre as páginas de Opinião e Espanha.


2) Sunday Times

Vai um óscar, senhor Scorsese?

E se ganha o filme de Eastwood? A ler, pois, com atenção.

[por dificuldades de tempo, procurarei completar este post durante o dia de amanhã]
publicado por industrias-culturais às 15:49
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1) El Pais

Tem destaque na primeira página e continua em toda a página 42: é a falta de sintonia dos sábios que presidiram ao comité encarregado de reformar o estatuto da RTVE. Os catedráticos Emilio Lledó, Enrique Bustamante, Victoria Camps e Fernando Savater apostavam forte numa televisão pública e financiada pelo Estado. Ao invés, o jornalista Fernando Gonzaléz Urbaneja, com o apoio do assessor do ministério da Economia, defendia um corte nos custos, a redução de pessoal e a saída da RTVE da Bolsa de Valores. Lê-se no El Pais: "A proposta de Urbaneja era «delirante e marciana», comenta Bustamante, e pergunta porque não se demitiu. «Tentei explicar-lhes o que era a Bolsa, mas parecia-lhes impróprio de gente do seu nível intelectual», replicou Urbaneja".

Vou ler atentamente o artigo. Caso ache importante, farei mais um comentário. Quero ainda assinalar que o mesmo jornal vai abrir uma nova secção, a de investigação e análise. Objectivo: reforçar a qualidade do jornal. A sua localização no diário ficará entre as páginas de Opinião e Espanha.


2) Sunday Times

Vai um óscar, senhor Scorsese?

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Vou ler atentamente o artigo. Caso ache importante, farei mais um comentário. Quero ainda assinalar que o mesmo jornal vai abrir uma nova secção, a de investigação e análise. Objectivo: reforçar a qualidade do jornal. A sua localização no diário ficará entre as páginas de Opinião e Espanha.


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Vou ler atentamente o artigo. Caso ache importante, farei mais um comentário. Quero ainda assinalar que o mesmo jornal vai abrir uma nova secção, a de investigação e análise. Objectivo: reforçar a qualidade do jornal. A sua localização no diário ficará entre as páginas de Opinião e Espanha.


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Vou ler atentamente o artigo. Caso ache importante, farei mais um comentário. Quero ainda assinalar que o mesmo jornal vai abrir uma nova secção, a de investigação e análise. Objectivo: reforçar a qualidade do jornal. A sua localização no diário ficará entre as páginas de Opinião e Espanha.


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Vai um óscar, senhor Scorsese?

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JANTAR DE BLOGUEIRAS(OS) EM COIMBRA

Pelas minhas contas, foram 28 blogueiros(as) e acompanhantes que estiveram presentes na noite passada no salão Brasil, em Coimbra, a falarem do seu objecto: os blogues. Confraternização que começara na café Santa Cruz e acabou no barzinho Shmoo, com música gravada dos anos 70 e 80 (Sex Pistols, Ramones, UHF, entre outros). A organização esteve a cabo dos blogues O Blog do Alex e Pastel de Nata (respectivamente do Porto e de Coimbra).

Dos blogues que melhor conheci

Apesar do número não ser muito elevado, não foi possível eu conhecer todos os blogueiros em pormenor. Mas, a partir das pessoas com quem eu falei mais em pormenor, fiquei com uma ideia ainda mais precisa para caracterizar o fenómeno da blogosfera. Primeiro, houve gente vinda de várias partes do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Seia.

Em segundo lugar, entre os comensais verificou-se uma divisão relativamente ampla de níveis etários, embora todos adultos (a caracterização de blogues adolescentes ficará para outra ocasião, se ela houver). Em terceiro lugar, as profissões: engenheiros, jornalistas de media locais, professores, uma arquitecta a preparar o doutoramento, animadores de programas de rádio, um antigo empregado da RTP a estudar história da arte, bibliotecários (sendo um deles antigo profissional do teatro e que continua a dirigir um pequeno grupo de teatro na Serafina, aqui em Lisboa). Em quarto lugar, as razões porque leva cada um de nós a escrever um blogue: um por ser defensor da monarquia, outro porque quis protestar contra a guerra do Iraque, outro porque tem de escrever aquilo que lhe é vedado publicar no seu jornal, uma outra com vontade de publicar textos e pensamentos ligados a atitudes pessoais.

Depois, interessou-me a periodicidade com que cada um escreve no seu post. Por exemplo, o Santos da Casa, de Fausto da Silva e Nuno Ávila, animadores de programa da RUC (Rádio Universitária de Coimbra) colocam 30 a 40 posts por semana, indicando as listas de músicas que passam no seu programa, informações sobre concertos e saídas de novos discos. Também o autor do blogue Largo da Má Língua, jornalista de profissão mas que prefere manter anonimato na internet, coloca de oito a nove posts diários. Começado em Abril de 2004, com notícias locais sobre a Figueira da Foz, mas alargando os seus comentários a nível regional e nacional, sempre com uma linguagem proactiva, tem já perto de 55 mil visitantes, o que o coloca como o blogue com mais visitas na sua cidade. Aliás, este jovem jornalista entende o blogue como uma alternativa aos media tradicionais.

Porque evoluem as comunidades virtuais para reais?

No blogue, já coloquei uma referência a texto de S. Elizabeth Bird (The audience in everyday life). Para a antropóloga americana, construir comunidades não é necessariamente o objectivo da comunicação electrónica. Contudo, se muitos utilizadores dos computadores vêem estes como dando liberdade, criatividade, fantasia e prazer, embora se fiquem por aí, outros participam na tecnologia e na "vida real" de múltiplos modos: chats anónimos, membros de outros grupos de email a que se juntam por questões profissionais ou de informação.

Outros salientam o facto de a comunicação electrónica diária ser um elemento nas suas vidas. As comunidades de internet, assim como as comunidades reais, não acontecem simplesmente, conclui a antropóloga, que fez um notável trabalho científico ao estudar um grupo de discussão formado em torno da série americana Dr. Quinn, Medicine Woman, e que designaram por DQMW-L [o L significa lista], ou seja um grupo de fãs da série da CBS começada em 1992.

Não vou aqui sintetizar os resultados da investigação de Bird, mas tão só deixar duas notas. A primeira é que a comunicação de email depende da palavra escrita mas faltam-lhe os sinais orais e visuais da comunicação face-a-face. Numa lista, toda a identidade individual é constituída apenas por meios verbais. Isto habilita à possibilidade de se construírem uma ou mais personalidades completamente diferentes, como acontece nos MUD (Multi-User Dimensions). Uma utilizadora adolescente, por exemplo, estabeleceu relações com mulheres muito mais velhas que ela, o que é improvável acontecer na "vida real", pois as pessoas criam distâncias baseadas na idade, aparência, modo de vestir. Um grupo contou a Bird a sua surpresa por descobrir que um membro era afro-americano. O resultado é que a comunicação de email permite às pessoas ultrapassarem distâncias inconscientes sobre raça e outros "marcadores" externos. Algumas barreiras que funcionam na vida real, e que impedem a comunicação, podem desaparecer na comunidade virtual.

Outra nota sobre as conclusões de Bird: os grupos de fãs da internet que pertenciam à lista DQMW-L demostraram que os media podem funcionar para que as pessoas se juntem, pois esses fãs organizariam encontros, apoiando-se psicologicamente a partir do momento em que se conheciam pessoalmente, tornaram-se amigos. É isto que se observa também na blogosfera.

Um agradecimento especial aos meus companheiros de viagem: o Francisco (blogue Melga), também condutor da viatura, e o António Gomes "O Zé do Telhado" (Tá de Chuva).
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Pelas minhas contas, foram 28 blogueiros(as) e acompanhantes que estiveram presentes na noite passada no salão Brasil, em Coimbra, a falarem do seu objecto: os blogues. Confraternização que começara na café Santa Cruz e acabou no barzinho Shmoo, com música gravada dos anos 70 e 80 (Sex Pistols, Ramones, UHF, entre outros). A organização esteve a cabo dos blogues O Blog do Alex e Pastel de Nata (respectivamente do Porto e de Coimbra).

Dos blogues que melhor conheci

Apesar do número não ser muito elevado, não foi possível eu conhecer todos os blogueiros em pormenor. Mas, a partir das pessoas com quem eu falei mais em pormenor, fiquei com uma ideia ainda mais precisa para caracterizar o fenómeno da blogosfera. Primeiro, houve gente vinda de várias partes do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Seia.

Em segundo lugar, entre os comensais verificou-se uma divisão relativamente ampla de níveis etários, embora todos adultos (a caracterização de blogues adolescentes ficará para outra ocasião, se ela houver). Em terceiro lugar, as profissões: engenheiros, jornalistas de media locais, professores, uma arquitecta a preparar o doutoramento, animadores de programas de rádio, um antigo empregado da RTP a estudar história da arte, bibliotecários (sendo um deles antigo profissional do teatro e que continua a dirigir um pequeno grupo de teatro na Serafina, aqui em Lisboa). Em quarto lugar, as razões porque leva cada um de nós a escrever um blogue: um por ser defensor da monarquia, outro porque quis protestar contra a guerra do Iraque, outro porque tem de escrever aquilo que lhe é vedado publicar no seu jornal, uma outra com vontade de publicar textos e pensamentos ligados a atitudes pessoais.

Depois, interessou-me a periodicidade com que cada um escreve no seu post. Por exemplo, o Santos da Casa, de Fausto da Silva e Nuno Ávila, animadores de programa da RUC (Rádio Universitária de Coimbra) colocam 30 a 40 posts por semana, indicando as listas de músicas que passam no seu programa, informações sobre concertos e saídas de novos discos. Também o autor do blogue Largo da Má Língua, jornalista de profissão mas que prefere manter anonimato na internet, coloca de oito a nove posts diários. Começado em Abril de 2004, com notícias locais sobre a Figueira da Foz, mas alargando os seus comentários a nível regional e nacional, sempre com uma linguagem proactiva, tem já perto de 55 mil visitantes, o que o coloca como o blogue com mais visitas na sua cidade. Aliás, este jovem jornalista entende o blogue como uma alternativa aos media tradicionais.

Porque evoluem as comunidades virtuais para reais?

No blogue, já coloquei uma referência a texto de S. Elizabeth Bird (The audience in everyday life). Para a antropóloga americana, construir comunidades não é necessariamente o objectivo da comunicação electrónica. Contudo, se muitos utilizadores dos computadores vêem estes como dando liberdade, criatividade, fantasia e prazer, embora se fiquem por aí, outros participam na tecnologia e na "vida real" de múltiplos modos: chats anónimos, membros de outros grupos de email a que se juntam por questões profissionais ou de informação.

Outros salientam o facto de a comunicação electrónica diária ser um elemento nas suas vidas. As comunidades de internet, assim como as comunidades reais, não acontecem simplesmente, conclui a antropóloga, que fez um notável trabalho científico ao estudar um grupo de discussão formado em torno da série americana Dr. Quinn, Medicine Woman, e que designaram por DQMW-L [o L significa lista], ou seja um grupo de fãs da série da CBS começada em 1992.

Não vou aqui sintetizar os resultados da investigação de Bird, mas tão só deixar duas notas. A primeira é que a comunicação de email depende da palavra escrita mas faltam-lhe os sinais orais e visuais da comunicação face-a-face. Numa lista, toda a identidade individual é constituída apenas por meios verbais. Isto habilita à possibilidade de se construírem uma ou mais personalidades completamente diferentes, como acontece nos MUD (Multi-User Dimensions). Uma utilizadora adolescente, por exemplo, estabeleceu relações com mulheres muito mais velhas que ela, o que é improvável acontecer na "vida real", pois as pessoas criam distâncias baseadas na idade, aparência, modo de vestir. Um grupo contou a Bird a sua surpresa por descobrir que um membro era afro-americano. O resultado é que a comunicação de email permite às pessoas ultrapassarem distâncias inconscientes sobre raça e outros "marcadores" externos. Algumas barreiras que funcionam na vida real, e que impedem a comunicação, podem desaparecer na comunidade virtual.

Outra nota sobre as conclusões de Bird: os grupos de fãs da internet que pertenciam à lista DQMW-L demostraram que os media podem funcionar para que as pessoas se juntem, pois esses fãs organizariam encontros, apoiando-se psicologicamente a partir do momento em que se conheciam pessoalmente, tornaram-se amigos. É isto que se observa também na blogosfera.

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Dos blogues que melhor conheci

Apesar do número não ser muito elevado, não foi possível eu conhecer todos os blogueiros em pormenor. Mas, a partir das pessoas com quem eu falei mais em pormenor, fiquei com uma ideia ainda mais precisa para caracterizar o fenómeno da blogosfera. Primeiro, houve gente vinda de várias partes do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Seia.

Em segundo lugar, entre os comensais verificou-se uma divisão relativamente ampla de níveis etários, embora todos adultos (a caracterização de blogues adolescentes ficará para outra ocasião, se ela houver). Em terceiro lugar, as profissões: engenheiros, jornalistas de media locais, professores, uma arquitecta a preparar o doutoramento, animadores de programas de rádio, um antigo empregado da RTP a estudar história da arte, bibliotecários (sendo um deles antigo profissional do teatro e que continua a dirigir um pequeno grupo de teatro na Serafina, aqui em Lisboa). Em quarto lugar, as razões porque leva cada um de nós a escrever um blogue: um por ser defensor da monarquia, outro porque quis protestar contra a guerra do Iraque, outro porque tem de escrever aquilo que lhe é vedado publicar no seu jornal, uma outra com vontade de publicar textos e pensamentos ligados a atitudes pessoais.

Depois, interessou-me a periodicidade com que cada um escreve no seu post. Por exemplo, o Santos da Casa, de Fausto da Silva e Nuno Ávila, animadores de programa da RUC (Rádio Universitária de Coimbra) colocam 30 a 40 posts por semana, indicando as listas de músicas que passam no seu programa, informações sobre concertos e saídas de novos discos. Também o autor do blogue Largo da Má Língua, jornalista de profissão mas que prefere manter anonimato na internet, coloca de oito a nove posts diários. Começado em Abril de 2004, com notícias locais sobre a Figueira da Foz, mas alargando os seus comentários a nível regional e nacional, sempre com uma linguagem proactiva, tem já perto de 55 mil visitantes, o que o coloca como o blogue com mais visitas na sua cidade. Aliás, este jovem jornalista entende o blogue como uma alternativa aos media tradicionais.

Porque evoluem as comunidades virtuais para reais?

No blogue, já coloquei uma referência a texto de S. Elizabeth Bird (The audience in everyday life). Para a antropóloga americana, construir comunidades não é necessariamente o objectivo da comunicação electrónica. Contudo, se muitos utilizadores dos computadores vêem estes como dando liberdade, criatividade, fantasia e prazer, embora se fiquem por aí, outros participam na tecnologia e na "vida real" de múltiplos modos: chats anónimos, membros de outros grupos de email a que se juntam por questões profissionais ou de informação.

Outros salientam o facto de a comunicação electrónica diária ser um elemento nas suas vidas. As comunidades de internet, assim como as comunidades reais, não acontecem simplesmente, conclui a antropóloga, que fez um notável trabalho científico ao estudar um grupo de discussão formado em torno da série americana Dr. Quinn, Medicine Woman, e que designaram por DQMW-L [o L significa lista], ou seja um grupo de fãs da série da CBS começada em 1992.

Não vou aqui sintetizar os resultados da investigação de Bird, mas tão só deixar duas notas. A primeira é que a comunicação de email depende da palavra escrita mas faltam-lhe os sinais orais e visuais da comunicação face-a-face. Numa lista, toda a identidade individual é constituída apenas por meios verbais. Isto habilita à possibilidade de se construírem uma ou mais personalidades completamente diferentes, como acontece nos MUD (Multi-User Dimensions). Uma utilizadora adolescente, por exemplo, estabeleceu relações com mulheres muito mais velhas que ela, o que é improvável acontecer na "vida real", pois as pessoas criam distâncias baseadas na idade, aparência, modo de vestir. Um grupo contou a Bird a sua surpresa por descobrir que um membro era afro-americano. O resultado é que a comunicação de email permite às pessoas ultrapassarem distâncias inconscientes sobre raça e outros "marcadores" externos. Algumas barreiras que funcionam na vida real, e que impedem a comunicação, podem desaparecer na comunidade virtual.

Outra nota sobre as conclusões de Bird: os grupos de fãs da internet que pertenciam à lista DQMW-L demostraram que os media podem funcionar para que as pessoas se juntem, pois esses fãs organizariam encontros, apoiando-se psicologicamente a partir do momento em que se conheciam pessoalmente, tornaram-se amigos. É isto que se observa também na blogosfera.

Um agradecimento especial aos meus companheiros de viagem: o Francisco (blogue Melga), também condutor da viatura, e o António Gomes "O Zé do Telhado" (Tá de Chuva).
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Pelas minhas contas, foram 28 blogueiros(as) e acompanhantes que estiveram presentes na noite passada no salão Brasil, em Coimbra, a falarem do seu objecto: os blogues. Confraternização que começara na café Santa Cruz e acabou no barzinho Shmoo, com música gravada dos anos 70 e 80 (Sex Pistols, Ramones, UHF, entre outros). A organização esteve a cabo dos blogues O Blog do Alex e Pastel de Nata (respectivamente do Porto e de Coimbra).

Dos blogues que melhor conheci

Apesar do número não ser muito elevado, não foi possível eu conhecer todos os blogueiros em pormenor. Mas, a partir das pessoas com quem eu falei mais em pormenor, fiquei com uma ideia ainda mais precisa para caracterizar o fenómeno da blogosfera. Primeiro, houve gente vinda de várias partes do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Seia.

Em segundo lugar, entre os comensais verificou-se uma divisão relativamente ampla de níveis etários, embora todos adultos (a caracterização de blogues adolescentes ficará para outra ocasião, se ela houver). Em terceiro lugar, as profissões: engenheiros, jornalistas de media locais, professores, uma arquitecta a preparar o doutoramento, animadores de programas de rádio, um antigo empregado da RTP a estudar história da arte, bibliotecários (sendo um deles antigo profissional do teatro e que continua a dirigir um pequeno grupo de teatro na Serafina, aqui em Lisboa). Em quarto lugar, as razões porque leva cada um de nós a escrever um blogue: um por ser defensor da monarquia, outro porque quis protestar contra a guerra do Iraque, outro porque tem de escrever aquilo que lhe é vedado publicar no seu jornal, uma outra com vontade de publicar textos e pensamentos ligados a atitudes pessoais.

Depois, interessou-me a periodicidade com que cada um escreve no seu post. Por exemplo, o Santos da Casa, de Fausto da Silva e Nuno Ávila, animadores de programa da RUC (Rádio Universitária de Coimbra) colocam 30 a 40 posts por semana, indicando as listas de músicas que passam no seu programa, informações sobre concertos e saídas de novos discos. Também o autor do blogue Largo da Má Língua, jornalista de profissão mas que prefere manter anonimato na internet, coloca de oito a nove posts diários. Começado em Abril de 2004, com notícias locais sobre a Figueira da Foz, mas alargando os seus comentários a nível regional e nacional, sempre com uma linguagem proactiva, tem já perto de 55 mil visitantes, o que o coloca como o blogue com mais visitas na sua cidade. Aliás, este jovem jornalista entende o blogue como uma alternativa aos media tradicionais.

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No blogue, já coloquei uma referência a texto de S. Elizabeth Bird (The audience in everyday life). Para a antropóloga americana, construir comunidades não é necessariamente o objectivo da comunicação electrónica. Contudo, se muitos utilizadores dos computadores vêem estes como dando liberdade, criatividade, fantasia e prazer, embora se fiquem por aí, outros participam na tecnologia e na "vida real" de múltiplos modos: chats anónimos, membros de outros grupos de email a que se juntam por questões profissionais ou de informação.

Outros salientam o facto de a comunicação electrónica diária ser um elemento nas suas vidas. As comunidades de internet, assim como as comunidades reais, não acontecem simplesmente, conclui a antropóloga, que fez um notável trabalho científico ao estudar um grupo de discussão formado em torno da série americana Dr. Quinn, Medicine Woman, e que designaram por DQMW-L [o L significa lista], ou seja um grupo de fãs da série da CBS começada em 1992.

Não vou aqui sintetizar os resultados da investigação de Bird, mas tão só deixar duas notas. A primeira é que a comunicação de email depende da palavra escrita mas faltam-lhe os sinais orais e visuais da comunicação face-a-face. Numa lista, toda a identidade individual é constituída apenas por meios verbais. Isto habilita à possibilidade de se construírem uma ou mais personalidades completamente diferentes, como acontece nos MUD (Multi-User Dimensions). Uma utilizadora adolescente, por exemplo, estabeleceu relações com mulheres muito mais velhas que ela, o que é improvável acontecer na "vida real", pois as pessoas criam distâncias baseadas na idade, aparência, modo de vestir. Um grupo contou a Bird a sua surpresa por descobrir que um membro era afro-americano. O resultado é que a comunicação de email permite às pessoas ultrapassarem distâncias inconscientes sobre raça e outros "marcadores" externos. Algumas barreiras que funcionam na vida real, e que impedem a comunicação, podem desaparecer na comunidade virtual.

Outra nota sobre as conclusões de Bird: os grupos de fãs da internet que pertenciam à lista DQMW-L demostraram que os media podem funcionar para que as pessoas se juntem, pois esses fãs organizariam encontros, apoiando-se psicologicamente a partir do momento em que se conheciam pessoalmente, tornaram-se amigos. É isto que se observa também na blogosfera.

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Dos blogues que melhor conheci

Apesar do número não ser muito elevado, não foi possível eu conhecer todos os blogueiros em pormenor. Mas, a partir das pessoas com quem eu falei mais em pormenor, fiquei com uma ideia ainda mais precisa para caracterizar o fenómeno da blogosfera. Primeiro, houve gente vinda de várias partes do país: Lisboa, Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Seia.

Em segundo lugar, entre os comensais verificou-se uma divisão relativamente ampla de níveis etários, embora todos adultos (a caracterização de blogues adolescentes ficará para outra ocasião, se ela houver). Em terceiro lugar, as profissões: engenheiros, jornalistas de media locais, professores, uma arquitecta a preparar o doutoramento, animadores de programas de rádio, um antigo empregado da RTP a estudar história da arte, bibliotecários (sendo um deles antigo profissional do teatro e que continua a dirigir um pequeno grupo de teatro na Serafina, aqui em Lisboa). Em quarto lugar, as razões porque leva cada um de nós a escrever um blogue: um por ser defensor da monarquia, outro porque quis protestar contra a guerra do Iraque, outro porque tem de escrever aquilo que lhe é vedado publicar no seu jornal, uma outra com vontade de publicar textos e pensamentos ligados a atitudes pessoais.

Depois, interessou-me a periodicidade com que cada um escreve no seu post. Por exemplo, o Santos da Casa, de Fausto da Silva e Nuno Ávila, animadores de programa da RUC (Rádio Universitária de Coimbra) colocam 30 a 40 posts por semana, indicando as listas de músicas que passam no seu programa, informações sobre concertos e saídas de novos discos. Também o autor do blogue Largo da Má Língua, jornalista de profissão mas que prefere manter anonimato na internet, coloca de oito a nove posts diários. Começado em Abril de 2004, com notícias locais sobre a Figueira da Foz, mas alargando os seus comentários a nível regional e nacional, sempre com uma linguagem proactiva, tem já perto de 55 mil visitantes, o que o coloca como o blogue com mais visitas na sua cidade. Aliás, este jovem jornalista entende o blogue como uma alternativa aos media tradicionais.

Porque evoluem as comunidades virtuais para reais?

No blogue, já coloquei uma referência a texto de S. Elizabeth Bird (The audience in everyday life). Para a antropóloga americana, construir comunidades não é necessariamente o objectivo da comunicação electrónica. Contudo, se muitos utilizadores dos computadores vêem estes como dando liberdade, criatividade, fantasia e prazer, embora se fiquem por aí, outros participam na tecnologia e na "vida real" de múltiplos modos: chats anónimos, membros de outros grupos de email a que se juntam por questões profissionais ou de informação.

Outros salientam o facto de a comunicação electrónica diária ser um elemento nas suas vidas. As comunidades de internet, assim como as comunidades reais, não acontecem simplesmente, conclui a antropóloga, que fez um notável trabalho científico ao estudar um grupo de discussão formado em torno da série americana Dr. Quinn, Medicine Woman, e que designaram por DQMW-L [o L significa lista], ou seja um grupo de fãs da série da CBS começada em 1992.

Não vou aqui sintetizar os resultados da investigação de Bird, mas tão só deixar duas notas. A primeira é que a comunicação de email depende da palavra escrita mas faltam-lhe os sinais orais e visuais da comunicação face-a-face. Numa lista, toda a identidade individual é constituída apenas por meios verbais. Isto habilita à possibilidade de se construírem uma ou mais personalidades completamente diferentes, como acontece nos MUD (Multi-User Dimensions). Uma utilizadora adolescente, por exemplo, estabeleceu relações com mulheres muito mais velhas que ela, o que é improvável acontecer na "vida real", pois as pessoas criam distâncias baseadas na idade, aparência, modo de vestir. Um grupo contou a Bird a sua surpresa por descobrir que um membro era afro-americano. O resultado é que a comunicação de email permite às pessoas ultrapassarem distâncias inconscientes sobre raça e outros "marcadores" externos. Algumas barreiras que funcionam na vida real, e que impedem a comunicação, podem desaparecer na comunidade virtual.

Outra nota sobre as conclusões de Bird: os grupos de fãs da internet que pertenciam à lista DQMW-L demostraram que os media podem funcionar para que as pessoas se juntem, pois esses fãs organizariam encontros, apoiando-se psicologicamente a partir do momento em que se conheciam pessoalmente, tornaram-se amigos. É isto que se observa também na blogosfera.

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