Quarta-feira, 30 de Junho de 2004
LER UM RELATÓRIO E CONTAS
Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).
Mercado publicitário e circulação
Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.
Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.
Actividade
Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).
A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.
LER UM RELATÓRIO E CONTAS
Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).
Mercado publicitário e circulação
Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.
Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.
Actividade
Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).
A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.
LER UM RELATÓRIO E CONTAS
Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).
Mercado publicitário e circulação
Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.
Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.
Actividade
Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).
A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.
LER UM RELATÓRIO E CONTAS
Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).
Mercado publicitário e circulação
Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.
Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.
Actividade
Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).
A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.
LER UM RELATÓRIO E CONTAS
Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).
Mercado publicitário e circulação
Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.
Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.
Actividade
Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).
A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.
DÊEM UM MODEM A FERNANDO PESSOA
Trata-se de um nome sugestivo para título de capítulo no livro cheio de paladares visuais, este de Luís Filipe B. Teixeira Hermes ou a experiência da mediação.
Ora, o que pretende o professor da Universidade Lusófona ao evocar Pessoa? Estudioso do poeta, parte do princípio que a tecnologia textual ficaria enriquecida com a tecnologia digital. Mas uma nova tecnologia qualquer arrasta um sentimento duplo de atracção e repulsão, casos da imprensa de Gutenberg, do telefone de Bell e do modelo de automóvel Ford T. O hipertexto combina a tradição do texto e a novidade dos computadores (p. 113), indicando talvez um meio caminho entre a harmonia e o insucesso tecnológico. É que, considera o autor, a tecnologia multimedia arrasta o mundo para “uma nova utopia literária designada «hipertextualidade»” (p. 109), onde se aponta para a organização e edição de espólios modernos. Nasce um sistema multilinear e não-sequencial (à distância de um clique) e com transparência do fragmento original – a edição crítica ou crítica-genética.
Filósofo de raiz, o seu pensamento torna-se complexo. Todavia, tudo fica mais claro, quando escreve sobre o processo criativo da crítica-genética: a edição que reconstitui os sentidos de uma obra não linear. Luís Teixeira está sempre a pensar em Pessoa. Melhor afirmando, a literatura é um grande sistema de documentos interligados (interconectados, no seu texto, p. 114), estendendo a dimensão a novos “bosques” criativos. Eis o terreno da relação entre o livro e a leitura em ecrã que permite uma reapreciação no domínio da criação: o leitor pode ser co-autor, ou actor de “uma escrita «heteronímica»”, em que se recria um texto novo a partir de um “fragmentarismo sistemático” (p. 116).
A felicidade, conclui Luís Teixeira, ocorrerá quando, com competência e rigor, se usufruir uma enciclopédia pessoana. Daí o título do capítulo. Como os restantes capítulos, contém reproduções de máquinas, como uma máquina de tipos de letras e um disco rígido, bem como o alfabeto químico de Agrippa, mas de modems nada. Um modem, como o que eu vejo diante de mim, é um aparelho rectangular, sem qualquer atracção estética. Coisa que o livro é, como escrevi acima: um livro de paladares visuais.
Professor catedrático na Universidade Lusófona, Luís Filipe Teixeira tem escrito, nomeadamente, sobre formas simbólicas, bibliotecas electrónicas, palavras digitais e ludologia. O livro Hermes ou a experiência da mediação, da editora Pedra de Roseta, será lançado a 20 de Julho, na livraria Barata, na Avenida de Roma, 11, aqui ao pé de casa, com apresentação de Eduardo Prado Coelho.
DÊEM UM MODEM A FERNANDO PESSOA
Trata-se de um nome sugestivo para título de capítulo no livro cheio de paladares visuais, este de Luís Filipe B. Teixeira Hermes ou a experiência da mediação.
Ora, o que pretende o professor da Universidade Lusófona ao evocar Pessoa? Estudioso do poeta, parte do princípio que a tecnologia textual ficaria enriquecida com a tecnologia digital. Mas uma nova tecnologia qualquer arrasta um sentimento duplo de atracção e repulsão, casos da imprensa de Gutenberg, do telefone de Bell e do modelo de automóvel Ford T. O hipertexto combina a tradição do texto e a novidade dos computadores (p. 113), indicando talvez um meio caminho entre a harmonia e o insucesso tecnológico. É que, considera o autor, a tecnologia multimedia arrasta o mundo para “uma nova utopia literária designada «hipertextualidade»” (p. 109), onde se aponta para a organização e edição de espólios modernos. Nasce um sistema multilinear e não-sequencial (à distância de um clique) e com transparência do fragmento original – a edição crítica ou crítica-genética.
Filósofo de raiz, o seu pensamento torna-se complexo. Todavia, tudo fica mais claro, quando escreve sobre o processo criativo da crítica-genética: a edição que reconstitui os sentidos de uma obra não linear. Luís Teixeira está sempre a pensar em Pessoa. Melhor afirmando, a literatura é um grande sistema de documentos interligados (interconectados, no seu texto, p. 114), estendendo a dimensão a novos “bosques” criativos. Eis o terreno da relação entre o livro e a leitura em ecrã que permite uma reapreciação no domínio da criação: o leitor pode ser co-autor, ou actor de “uma escrita «heteronímica»”, em que se recria um texto novo a partir de um “fragmentarismo sistemático” (p. 116).
A felicidade, conclui Luís Teixeira, ocorrerá quando, com competência e rigor, se usufruir uma enciclopédia pessoana. Daí o título do capítulo. Como os restantes capítulos, contém reproduções de máquinas, como uma máquina de tipos de letras e um disco rígido, bem como o alfabeto químico de Agrippa, mas de modems nada. Um modem, como o que eu vejo diante de mim, é um aparelho rectangular, sem qualquer atracção estética. Coisa que o livro é, como escrevi acima: um livro de paladares visuais.
Professor catedrático na Universidade Lusófona, Luís Filipe Teixeira tem escrito, nomeadamente, sobre formas simbólicas, bibliotecas electrónicas, palavras digitais e ludologia. O livro Hermes ou a experiência da mediação, da editora Pedra de Roseta, será lançado a 20 de Julho, na livraria Barata, na Avenida de Roma, 11, aqui ao pé de casa, com apresentação de Eduardo Prado Coelho.
DÊEM UM MODEM A FERNANDO PESSOA
Trata-se de um nome sugestivo para título de capítulo no livro cheio de paladares visuais, este de Luís Filipe B. Teixeira Hermes ou a experiência da mediação.
Ora, o que pretende o professor da Universidade Lusófona ao evocar Pessoa? Estudioso do poeta, parte do princípio que a tecnologia textual ficaria enriquecida com a tecnologia digital. Mas uma nova tecnologia qualquer arrasta um sentimento duplo de atracção e repulsão, casos da imprensa de Gutenberg, do telefone de Bell e do modelo de automóvel Ford T. O hipertexto combina a tradição do texto e a novidade dos computadores (p. 113), indicando talvez um meio caminho entre a harmonia e o insucesso tecnológico. É que, considera o autor, a tecnologia multimedia arrasta o mundo para “uma nova utopia literária designada «hipertextualidade»” (p. 109), onde se aponta para a organização e edição de espólios modernos. Nasce um sistema multilinear e não-sequencial (à distância de um clique) e com transparência do fragmento original – a edição crítica ou crítica-genética.
Filósofo de raiz, o seu pensamento torna-se complexo. Todavia, tudo fica mais claro, quando escreve sobre o processo criativo da crítica-genética: a edição que reconstitui os sentidos de uma obra não linear. Luís Teixeira está sempre a pensar em Pessoa. Melhor afirmando, a literatura é um grande sistema de documentos interligados (interconectados, no seu texto, p. 114), estendendo a dimensão a novos “bosques” criativos. Eis o terreno da relação entre o livro e a leitura em ecrã que permite uma reapreciação no domínio da criação: o leitor pode ser co-autor, ou actor de “uma escrita «heteronímica»”, em que se recria um texto novo a partir de um “fragmentarismo sistemático” (p. 116).
A felicidade, conclui Luís Teixeira, ocorrerá quando, com competência e rigor, se usufruir uma enciclopédia pessoana. Daí o título do capítulo. Como os restantes capítulos, contém reproduções de máquinas, como uma máquina de tipos de letras e um disco rígido, bem como o alfabeto químico de Agrippa, mas de modems nada. Um modem, como o que eu vejo diante de mim, é um aparelho rectangular, sem qualquer atracção estética. Coisa que o livro é, como escrevi acima: um livro de paladares visuais.
Professor catedrático na Universidade Lusófona, Luís Filipe Teixeira tem escrito, nomeadamente, sobre formas simbólicas, bibliotecas electrónicas, palavras digitais e ludologia. O livro Hermes ou a experiência da mediação, da editora Pedra de Roseta, será lançado a 20 de Julho, na livraria Barata, na Avenida de Roma, 11, aqui ao pé de casa, com apresentação de Eduardo Prado Coelho.
DÊEM UM MODEM A FERNANDO PESSOA
Trata-se de um nome sugestivo para título de capítulo no livro cheio de paladares visuais, este de Luís Filipe B. Teixeira Hermes ou a experiência da mediação.
Ora, o que pretende o professor da Universidade Lusófona ao evocar Pessoa? Estudioso do poeta, parte do princípio que a tecnologia textual ficaria enriquecida com a tecnologia digital. Mas uma nova tecnologia qualquer arrasta um sentimento duplo de atracção e repulsão, casos da imprensa de Gutenberg, do telefone de Bell e do modelo de automóvel Ford T. O hipertexto combina a tradição do texto e a novidade dos computadores (p. 113), indicando talvez um meio caminho entre a harmonia e o insucesso tecnológico. É que, considera o autor, a tecnologia multimedia arrasta o mundo para “uma nova utopia literária designada «hipertextualidade»” (p. 109), onde se aponta para a organização e edição de espólios modernos. Nasce um sistema multilinear e não-sequencial (à distância de um clique) e com transparência do fragmento original – a edição crítica ou crítica-genética.
Filósofo de raiz, o seu pensamento torna-se complexo. Todavia, tudo fica mais claro, quando escreve sobre o processo criativo da crítica-genética: a edição que reconstitui os sentidos de uma obra não linear. Luís Teixeira está sempre a pensar em Pessoa. Melhor afirmando, a literatura é um grande sistema de documentos interligados (interconectados, no seu texto, p. 114), estendendo a dimensão a novos “bosques” criativos. Eis o terreno da relação entre o livro e a leitura em ecrã que permite uma reapreciação no domínio da criação: o leitor pode ser co-autor, ou actor de “uma escrita «heteronímica»”, em que se recria um texto novo a partir de um “fragmentarismo sistemático” (p. 116).
A felicidade, conclui Luís Teixeira, ocorrerá quando, com competência e rigor, se usufruir uma enciclopédia pessoana. Daí o título do capítulo. Como os restantes capítulos, contém reproduções de máquinas, como uma máquina de tipos de letras e um disco rígido, bem como o alfabeto químico de Agrippa, mas de modems nada. Um modem, como o que eu vejo diante de mim, é um aparelho rectangular, sem qualquer atracção estética. Coisa que o livro é, como escrevi acima: um livro de paladares visuais.
Professor catedrático na Universidade Lusófona, Luís Filipe Teixeira tem escrito, nomeadamente, sobre formas simbólicas, bibliotecas electrónicas, palavras digitais e ludologia. O livro Hermes ou a experiência da mediação, da editora Pedra de Roseta, será lançado a 20 de Julho, na livraria Barata, na Avenida de Roma, 11, aqui ao pé de casa, com apresentação de Eduardo Prado Coelho.
DÊEM UM MODEM A FERNANDO PESSOA
Trata-se de um nome sugestivo para título de capítulo no livro cheio de paladares visuais, este de Luís Filipe B. Teixeira Hermes ou a experiência da mediação.
Ora, o que pretende o professor da Universidade Lusófona ao evocar Pessoa? Estudioso do poeta, parte do princípio que a tecnologia textual ficaria enriquecida com a tecnologia digital. Mas uma nova tecnologia qualquer arrasta um sentimento duplo de atracção e repulsão, casos da imprensa de Gutenberg, do telefone de Bell e do modelo de automóvel Ford T. O hipertexto combina a tradição do texto e a novidade dos computadores (p. 113), indicando talvez um meio caminho entre a harmonia e o insucesso tecnológico. É que, considera o autor, a tecnologia multimedia arrasta o mundo para “uma nova utopia literária designada «hipertextualidade»” (p. 109), onde se aponta para a organização e edição de espólios modernos. Nasce um sistema multilinear e não-sequencial (à distância de um clique) e com transparência do fragmento original – a edição crítica ou crítica-genética.
Filósofo de raiz, o seu pensamento torna-se complexo. Todavia, tudo fica mais claro, quando escreve sobre o processo criativo da crítica-genética: a edição que reconstitui os sentidos de uma obra não linear. Luís Teixeira está sempre a pensar em Pessoa. Melhor afirmando, a literatura é um grande sistema de documentos interligados (interconectados, no seu texto, p. 114), estendendo a dimensão a novos “bosques” criativos. Eis o terreno da relação entre o livro e a leitura em ecrã que permite uma reapreciação no domínio da criação: o leitor pode ser co-autor, ou actor de “uma escrita «heteronímica»”, em que se recria um texto novo a partir de um “fragmentarismo sistemático” (p. 116).
A felicidade, conclui Luís Teixeira, ocorrerá quando, com competência e rigor, se usufruir uma enciclopédia pessoana. Daí o título do capítulo. Como os restantes capítulos, contém reproduções de máquinas, como uma máquina de tipos de letras e um disco rígido, bem como o alfabeto químico de Agrippa, mas de modems nada. Um modem, como o que eu vejo diante de mim, é um aparelho rectangular, sem qualquer atracção estética. Coisa que o livro é, como escrevi acima: um livro de paladares visuais.
Professor catedrático na Universidade Lusófona, Luís Filipe Teixeira tem escrito, nomeadamente, sobre formas simbólicas, bibliotecas electrónicas, palavras digitais e ludologia. O livro Hermes ou a experiência da mediação, da editora Pedra de Roseta, será lançado a 20 de Julho, na livraria Barata, na Avenida de Roma, 11, aqui ao pé de casa, com apresentação de Eduardo Prado Coelho.