Sábado, 29 de Maio de 2004
MEDIA DE PROXIMIDADE - I
No seu livro editado em 2002, Carlos Camponez (Jornalismo de proximidade) obtém por empréstimo a definição de informação local como sendo aquela que cobre a vida de bairros urbanos, associações e cidades de menor dimensão (p. 109). A informação local constitui-se por notícias que dizem respeito a uma área geográfica delimitada e restrita. Camponez promove outros critérios para delimitar a formação de conteúdos da imprensa local e regional: 1) sede territorial da publicação, 2) âmbito de difusão e cobertura, 3) vocação e intenção da publicação, 4) tratamento dado aos conteúdos, 5) percepção do que é o leitor, 6) relação com as fontes de informação institucional.
O jornalista e professor da Universidade de Coimbra dá o exemplo do lançamento do Notícias de Leiria, em Julho de 1999. O folheto de divulgação e angariação de assinantes apresenta o jornal como construtor da sua identidade. Melhor dizendo, faz-se coincidir o espaço de difusão do jornal com um espaço natural de identidade regional que substancia a identidade do projecto de informação. Nesse jornal, uma das principais secções surge com a denominação de Metrópole, dedicado ao tratamento noticioso dos concelhos vizinhos de Leiria.
A redescoberta do conceito de proximidade é garantido por dois vectores: a) estratégia para recuperar franjas de públicos alheados dos grandes media, b) tomada de consciência, pelas elites locais (económicas, sociais, culturais, políticas), do peso da comunicação regional e local, traduzida em investimentos e renovação de projectos editoriais já existentes.
Livro: Carlos Camponez (2002). Jornalismo de proximidade. Coimbra: MinervaCoimbra
MEDIA DE PROXIMIDADE - I
No seu livro editado em 2002, Carlos Camponez (Jornalismo de proximidade) obtém por empréstimo a definição de informação local como sendo aquela que cobre a vida de bairros urbanos, associações e cidades de menor dimensão (p. 109). A informação local constitui-se por notícias que dizem respeito a uma área geográfica delimitada e restrita. Camponez promove outros critérios para delimitar a formação de conteúdos da imprensa local e regional: 1) sede territorial da publicação, 2) âmbito de difusão e cobertura, 3) vocação e intenção da publicação, 4) tratamento dado aos conteúdos, 5) percepção do que é o leitor, 6) relação com as fontes de informação institucional.
O jornalista e professor da Universidade de Coimbra dá o exemplo do lançamento do Notícias de Leiria, em Julho de 1999. O folheto de divulgação e angariação de assinantes apresenta o jornal como construtor da sua identidade. Melhor dizendo, faz-se coincidir o espaço de difusão do jornal com um espaço natural de identidade regional que substancia a identidade do projecto de informação. Nesse jornal, uma das principais secções surge com a denominação de Metrópole, dedicado ao tratamento noticioso dos concelhos vizinhos de Leiria.
A redescoberta do conceito de proximidade é garantido por dois vectores: a) estratégia para recuperar franjas de públicos alheados dos grandes media, b) tomada de consciência, pelas elites locais (económicas, sociais, culturais, políticas), do peso da comunicação regional e local, traduzida em investimentos e renovação de projectos editoriais já existentes.
Livro: Carlos Camponez (2002). Jornalismo de proximidade. Coimbra: MinervaCoimbra
MEDIA DE PROXIMIDADE - I
No seu livro editado em 2002, Carlos Camponez (Jornalismo de proximidade) obtém por empréstimo a definição de informação local como sendo aquela que cobre a vida de bairros urbanos, associações e cidades de menor dimensão (p. 109). A informação local constitui-se por notícias que dizem respeito a uma área geográfica delimitada e restrita. Camponez promove outros critérios para delimitar a formação de conteúdos da imprensa local e regional: 1) sede territorial da publicação, 2) âmbito de difusão e cobertura, 3) vocação e intenção da publicação, 4) tratamento dado aos conteúdos, 5) percepção do que é o leitor, 6) relação com as fontes de informação institucional.
O jornalista e professor da Universidade de Coimbra dá o exemplo do lançamento do Notícias de Leiria, em Julho de 1999. O folheto de divulgação e angariação de assinantes apresenta o jornal como construtor da sua identidade. Melhor dizendo, faz-se coincidir o espaço de difusão do jornal com um espaço natural de identidade regional que substancia a identidade do projecto de informação. Nesse jornal, uma das principais secções surge com a denominação de Metrópole, dedicado ao tratamento noticioso dos concelhos vizinhos de Leiria.
A redescoberta do conceito de proximidade é garantido por dois vectores: a) estratégia para recuperar franjas de públicos alheados dos grandes media, b) tomada de consciência, pelas elites locais (económicas, sociais, culturais, políticas), do peso da comunicação regional e local, traduzida em investimentos e renovação de projectos editoriais já existentes.
Livro: Carlos Camponez (2002). Jornalismo de proximidade. Coimbra: MinervaCoimbra
MEDIA DE PROXIMIDADE - I
No seu livro editado em 2002, Carlos Camponez (Jornalismo de proximidade) obtém por empréstimo a definição de informação local como sendo aquela que cobre a vida de bairros urbanos, associações e cidades de menor dimensão (p. 109). A informação local constitui-se por notícias que dizem respeito a uma área geográfica delimitada e restrita. Camponez promove outros critérios para delimitar a formação de conteúdos da imprensa local e regional: 1) sede territorial da publicação, 2) âmbito de difusão e cobertura, 3) vocação e intenção da publicação, 4) tratamento dado aos conteúdos, 5) percepção do que é o leitor, 6) relação com as fontes de informação institucional.
O jornalista e professor da Universidade de Coimbra dá o exemplo do lançamento do Notícias de Leiria, em Julho de 1999. O folheto de divulgação e angariação de assinantes apresenta o jornal como construtor da sua identidade. Melhor dizendo, faz-se coincidir o espaço de difusão do jornal com um espaço natural de identidade regional que substancia a identidade do projecto de informação. Nesse jornal, uma das principais secções surge com a denominação de Metrópole, dedicado ao tratamento noticioso dos concelhos vizinhos de Leiria.
A redescoberta do conceito de proximidade é garantido por dois vectores: a) estratégia para recuperar franjas de públicos alheados dos grandes media, b) tomada de consciência, pelas elites locais (económicas, sociais, culturais, políticas), do peso da comunicação regional e local, traduzida em investimentos e renovação de projectos editoriais já existentes.
Livro: Carlos Camponez (2002). Jornalismo de proximidade. Coimbra: MinervaCoimbra
MEDIA DE PROXIMIDADE - I
No seu livro editado em 2002, Carlos Camponez (Jornalismo de proximidade) obtém por empréstimo a definição de informação local como sendo aquela que cobre a vida de bairros urbanos, associações e cidades de menor dimensão (p. 109). A informação local constitui-se por notícias que dizem respeito a uma área geográfica delimitada e restrita. Camponez promove outros critérios para delimitar a formação de conteúdos da imprensa local e regional: 1) sede territorial da publicação, 2) âmbito de difusão e cobertura, 3) vocação e intenção da publicação, 4) tratamento dado aos conteúdos, 5) percepção do que é o leitor, 6) relação com as fontes de informação institucional.
O jornalista e professor da Universidade de Coimbra dá o exemplo do lançamento do Notícias de Leiria, em Julho de 1999. O folheto de divulgação e angariação de assinantes apresenta o jornal como construtor da sua identidade. Melhor dizendo, faz-se coincidir o espaço de difusão do jornal com um espaço natural de identidade regional que substancia a identidade do projecto de informação. Nesse jornal, uma das principais secções surge com a denominação de Metrópole, dedicado ao tratamento noticioso dos concelhos vizinhos de Leiria.
A redescoberta do conceito de proximidade é garantido por dois vectores: a) estratégia para recuperar franjas de públicos alheados dos grandes media, b) tomada de consciência, pelas elites locais (económicas, sociais, culturais, políticas), do peso da comunicação regional e local, traduzida em investimentos e renovação de projectos editoriais já existentes.
Livro: Carlos Camponez (2002). Jornalismo de proximidade. Coimbra: MinervaCoimbra
Sexta-feira, 28 de Maio de 2004
CARTA DA RTP
Recebi uma carta da Rádio e Televisão de Portugal, que agradeço, a propósito do Museu da Rádio. Nela se lê: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta adianta que o museu da Rádio e da Televisão será instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Mas ainda não terão sido tomadas decisões; quando isso acontecer elas terão divulgação pública.
UMA MEMÓRIA DA RÁDIO
"Seria fastidiosa a enumeração dos programas literários, científicos e musicais que a E. N. transmite em cumprimento dos objectivos de ordem cultural, formativa e recreativa que prossegue. Lembro, muito genericamente, a rádio escolar, os programas de teatro, as palestras sobre literatura e língua portuguesa, sobre temas científicos da actualidade e sobre os problemas fundamentais da Nação Portuguesa, designadamente os de Defesa Nacional. Lembro, ainda, as séries sinfónicas, realizadas em salas de espectáculo, os serões para trabalhadores realizados nas fábricas, os serões para soldados, marinheiros e forças de segurança realizados nos quartéis ou em grandes salas de espectáculo".
Trata-se de uma conferência proferida por Clemente Rogeiro, em 1971, então director da Emissora, e incluida no livro de Moreira Baptista, Geraldes Cardoso, Clemente Rogeiro e Ramiro Valadão (1971). Opinião pública - imprensa, rádio, televisão - problemática nacional da informação. Lisboa: Gratelo, p. 52. Nessa altura, estava-se nos anos finais do regime, com o livro a reunir escritos das figuras centrais ligadas ao aparelho ideológico da informação, rádio e televisão.
Curiosa a definição de panorama da radiodifusão sonora em Portugal, segundo Clemente Rogeiro: "Como se sabe, em Portugal vigora um regime a que chamarei de pluralismo radiofónico, para empregar um termo tão do agrado desta nossa época singular que em tudo pretende ser plural (1971: 49). Rogeiro referia-se à existência mútua de estações públicas (oficiais) e privadas (particulares), conquanto nesse momento não estivesse ainda consignado o pluralismo de opinião e manifestação. A definição do director da Emissora tinha como contraponto a situação do monopólio da radiodifusão no Reino Unido, onde a BBC se opusera recentemente a prerrogativas concedidas às estações particulares. Contudo, naquelas ilhas existia, há já muito, televisão para além do serviço público da BBC, mas o texto de Clemente Rogeiro é omisso quanto a essa forma de pluralismo.
A MORTE DE JOSÉ AUGUSTO SEABRA
Recebi com pena a notícia. Apesar de nunca ter sido aluno dele - muito embora palmilhasse os mesmos corredores da Faculdade de Letras do Porto, nesses idos anos 70 - lembro-me das suas posições intelectuais e políticas, às vezes bastante polémicas. E dos textos que produziu, nomeadamente no Jornal das Letras. A minha singela homenagem.
JOHN HARTLEY EM PORTUGUÊS
Recebi ontem da Quimera um exemplar do livro de John Hartley, Comunicação, Estudos Culturais e Media. Trata-se da tradução de um já clássico dicionário de entradas, inicialmente publicado em 1982 com o título Key concepts in Communication Studies.
Prometendo voltar mais tarde ao texto, deixo aqui uma definição de indústrias criativas (a que eu aqui no blogue chamo indústrias culturais): "são aquelas que tomam talentos criativos tradicionais nas áreas de design, da representação, da produção e da escrita, e os combinam com técnicas de produção e distribuição dos media (para escala) e com novas tecnologias interactivas (para personalização), de forma a criar e distribuir conteúdo criativo pelo sector de serviços da nova economia. O modo de produção é «Hollywood», não «Detroit» - baseado em projectos e inovador, em vez de industrial e normalizado. É caracterizado por redes e parcerias" (p. 143).
CARTA DA RTP
Recebi uma carta da Rádio e Televisão de Portugal, que agradeço, a propósito do Museu da Rádio. Nela se lê: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta adianta que o museu da Rádio e da Televisão será instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Mas ainda não terão sido tomadas decisões; quando isso acontecer elas terão divulgação pública.
UMA MEMÓRIA DA RÁDIO
"Seria fastidiosa a enumeração dos programas literários, científicos e musicais que a E. N. transmite em cumprimento dos objectivos de ordem cultural, formativa e recreativa que prossegue. Lembro, muito genericamente, a rádio escolar, os programas de teatro, as palestras sobre literatura e língua portuguesa, sobre temas científicos da actualidade e sobre os problemas fundamentais da Nação Portuguesa, designadamente os de Defesa Nacional. Lembro, ainda, as séries sinfónicas, realizadas em salas de espectáculo, os serões para trabalhadores realizados nas fábricas, os serões para soldados, marinheiros e forças de segurança realizados nos quartéis ou em grandes salas de espectáculo".
Trata-se de uma conferência proferida por Clemente Rogeiro, em 1971, então director da Emissora, e incluida no livro de Moreira Baptista, Geraldes Cardoso, Clemente Rogeiro e Ramiro Valadão (1971). Opinião pública - imprensa, rádio, televisão - problemática nacional da informação. Lisboa: Gratelo, p. 52. Nessa altura, estava-se nos anos finais do regime, com o livro a reunir escritos das figuras centrais ligadas ao aparelho ideológico da informação, rádio e televisão.
Curiosa a definição de panorama da radiodifusão sonora em Portugal, segundo Clemente Rogeiro: "Como se sabe, em Portugal vigora um regime a que chamarei de pluralismo radiofónico, para empregar um termo tão do agrado desta nossa época singular que em tudo pretende ser plural (1971: 49). Rogeiro referia-se à existência mútua de estações públicas (oficiais) e privadas (particulares), conquanto nesse momento não estivesse ainda consignado o pluralismo de opinião e manifestação. A definição do director da Emissora tinha como contraponto a situação do monopólio da radiodifusão no Reino Unido, onde a BBC se opusera recentemente a prerrogativas concedidas às estações particulares. Contudo, naquelas ilhas existia, há já muito, televisão para além do serviço público da BBC, mas o texto de Clemente Rogeiro é omisso quanto a essa forma de pluralismo.
A MORTE DE JOSÉ AUGUSTO SEABRA
Recebi com pena a notícia. Apesar de nunca ter sido aluno dele - muito embora palmilhasse os mesmos corredores da Faculdade de Letras do Porto, nesses idos anos 70 - lembro-me das suas posições intelectuais e políticas, às vezes bastante polémicas. E dos textos que produziu, nomeadamente no Jornal das Letras. A minha singela homenagem.
JOHN HARTLEY EM PORTUGUÊS
Recebi ontem da Quimera um exemplar do livro de John Hartley, Comunicação, Estudos Culturais e Media. Trata-se da tradução de um já clássico dicionário de entradas, inicialmente publicado em 1982 com o título Key concepts in Communication Studies.
Prometendo voltar mais tarde ao texto, deixo aqui uma definição de indústrias criativas (a que eu aqui no blogue chamo indústrias culturais): "são aquelas que tomam talentos criativos tradicionais nas áreas de design, da representação, da produção e da escrita, e os combinam com técnicas de produção e distribuição dos media (para escala) e com novas tecnologias interactivas (para personalização), de forma a criar e distribuir conteúdo criativo pelo sector de serviços da nova economia. O modo de produção é «Hollywood», não «Detroit» - baseado em projectos e inovador, em vez de industrial e normalizado. É caracterizado por redes e parcerias" (p. 143).
CARTA DA RTP
Recebi uma carta da Rádio e Televisão de Portugal, que agradeço, a propósito do Museu da Rádio. Nela se lê: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta adianta que o museu da Rádio e da Televisão será instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Mas ainda não terão sido tomadas decisões; quando isso acontecer elas terão divulgação pública.
UMA MEMÓRIA DA RÁDIO
"Seria fastidiosa a enumeração dos programas literários, científicos e musicais que a E. N. transmite em cumprimento dos objectivos de ordem cultural, formativa e recreativa que prossegue. Lembro, muito genericamente, a rádio escolar, os programas de teatro, as palestras sobre literatura e língua portuguesa, sobre temas científicos da actualidade e sobre os problemas fundamentais da Nação Portuguesa, designadamente os de Defesa Nacional. Lembro, ainda, as séries sinfónicas, realizadas em salas de espectáculo, os serões para trabalhadores realizados nas fábricas, os serões para soldados, marinheiros e forças de segurança realizados nos quartéis ou em grandes salas de espectáculo".
Trata-se de uma conferência proferida por Clemente Rogeiro, em 1971, então director da Emissora, e incluida no livro de Moreira Baptista, Geraldes Cardoso, Clemente Rogeiro e Ramiro Valadão (1971). Opinião pública - imprensa, rádio, televisão - problemática nacional da informação. Lisboa: Gratelo, p. 52. Nessa altura, estava-se nos anos finais do regime, com o livro a reunir escritos das figuras centrais ligadas ao aparelho ideológico da informação, rádio e televisão.
Curiosa a definição de panorama da radiodifusão sonora em Portugal, segundo Clemente Rogeiro: "Como se sabe, em Portugal vigora um regime a que chamarei de pluralismo radiofónico, para empregar um termo tão do agrado desta nossa época singular que em tudo pretende ser plural (1971: 49). Rogeiro referia-se à existência mútua de estações públicas (oficiais) e privadas (particulares), conquanto nesse momento não estivesse ainda consignado o pluralismo de opinião e manifestação. A definição do director da Emissora tinha como contraponto a situação do monopólio da radiodifusão no Reino Unido, onde a BBC se opusera recentemente a prerrogativas concedidas às estações particulares. Contudo, naquelas ilhas existia, há já muito, televisão para além do serviço público da BBC, mas o texto de Clemente Rogeiro é omisso quanto a essa forma de pluralismo.
A MORTE DE JOSÉ AUGUSTO SEABRA
Recebi com pena a notícia. Apesar de nunca ter sido aluno dele - muito embora palmilhasse os mesmos corredores da Faculdade de Letras do Porto, nesses idos anos 70 - lembro-me das suas posições intelectuais e políticas, às vezes bastante polémicas. E dos textos que produziu, nomeadamente no Jornal das Letras. A minha singela homenagem.
JOHN HARTLEY EM PORTUGUÊS
Recebi ontem da Quimera um exemplar do livro de John Hartley, Comunicação, Estudos Culturais e Media. Trata-se da tradução de um já clássico dicionário de entradas, inicialmente publicado em 1982 com o título Key concepts in Communication Studies.
Prometendo voltar mais tarde ao texto, deixo aqui uma definição de indústrias criativas (a que eu aqui no blogue chamo indústrias culturais): "são aquelas que tomam talentos criativos tradicionais nas áreas de design, da representação, da produção e da escrita, e os combinam com técnicas de produção e distribuição dos media (para escala) e com novas tecnologias interactivas (para personalização), de forma a criar e distribuir conteúdo criativo pelo sector de serviços da nova economia. O modo de produção é «Hollywood», não «Detroit» - baseado em projectos e inovador, em vez de industrial e normalizado. É caracterizado por redes e parcerias" (p. 143).
CARTA DA RTP
Recebi uma carta da Rádio e Televisão de Portugal, que agradeço, a propósito do Museu da Rádio. Nela se lê: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta adianta que o museu da Rádio e da Televisão será instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Mas ainda não terão sido tomadas decisões; quando isso acontecer elas terão divulgação pública.
UMA MEMÓRIA DA RÁDIO
"Seria fastidiosa a enumeração dos programas literários, científicos e musicais que a E. N. transmite em cumprimento dos objectivos de ordem cultural, formativa e recreativa que prossegue. Lembro, muito genericamente, a rádio escolar, os programas de teatro, as palestras sobre literatura e língua portuguesa, sobre temas científicos da actualidade e sobre os problemas fundamentais da Nação Portuguesa, designadamente os de Defesa Nacional. Lembro, ainda, as séries sinfónicas, realizadas em salas de espectáculo, os serões para trabalhadores realizados nas fábricas, os serões para soldados, marinheiros e forças de segurança realizados nos quartéis ou em grandes salas de espectáculo".
Trata-se de uma conferência proferida por Clemente Rogeiro, em 1971, então director da Emissora, e incluida no livro de Moreira Baptista, Geraldes Cardoso, Clemente Rogeiro e Ramiro Valadão (1971). Opinião pública - imprensa, rádio, televisão - problemática nacional da informação. Lisboa: Gratelo, p. 52. Nessa altura, estava-se nos anos finais do regime, com o livro a reunir escritos das figuras centrais ligadas ao aparelho ideológico da informação, rádio e televisão.
Curiosa a definição de panorama da radiodifusão sonora em Portugal, segundo Clemente Rogeiro: "Como se sabe, em Portugal vigora um regime a que chamarei de pluralismo radiofónico, para empregar um termo tão do agrado desta nossa época singular que em tudo pretende ser plural (1971: 49). Rogeiro referia-se à existência mútua de estações públicas (oficiais) e privadas (particulares), conquanto nesse momento não estivesse ainda consignado o pluralismo de opinião e manifestação. A definição do director da Emissora tinha como contraponto a situação do monopólio da radiodifusão no Reino Unido, onde a BBC se opusera recentemente a prerrogativas concedidas às estações particulares. Contudo, naquelas ilhas existia, há já muito, televisão para além do serviço público da BBC, mas o texto de Clemente Rogeiro é omisso quanto a essa forma de pluralismo.
A MORTE DE JOSÉ AUGUSTO SEABRA
Recebi com pena a notícia. Apesar de nunca ter sido aluno dele - muito embora palmilhasse os mesmos corredores da Faculdade de Letras do Porto, nesses idos anos 70 - lembro-me das suas posições intelectuais e políticas, às vezes bastante polémicas. E dos textos que produziu, nomeadamente no Jornal das Letras. A minha singela homenagem.
JOHN HARTLEY EM PORTUGUÊS
Recebi ontem da Quimera um exemplar do livro de John Hartley, Comunicação, Estudos Culturais e Media. Trata-se da tradução de um já clássico dicionário de entradas, inicialmente publicado em 1982 com o título Key concepts in Communication Studies.
Prometendo voltar mais tarde ao texto, deixo aqui uma definição de indústrias criativas (a que eu aqui no blogue chamo indústrias culturais): "são aquelas que tomam talentos criativos tradicionais nas áreas de design, da representação, da produção e da escrita, e os combinam com técnicas de produção e distribuição dos media (para escala) e com novas tecnologias interactivas (para personalização), de forma a criar e distribuir conteúdo criativo pelo sector de serviços da nova economia. O modo de produção é «Hollywood», não «Detroit» - baseado em projectos e inovador, em vez de industrial e normalizado. É caracterizado por redes e parcerias" (p. 143).
CARTA DA RTP
Recebi uma carta da Rádio e Televisão de Portugal, que agradeço, a propósito do Museu da Rádio. Nela se lê: "o actual Museu da Rádio não será «desmantelado». Pelo contrário, a instituição dará oportunamente lugar ao futuro Museu da Rádio e Televisão, passando a incorporar também o espólio do núcleo museológico da RTP". A mesma carta adianta que o museu da Rádio e da Televisão será instalado "em local adequado quer à boa conservação das peças como à sua efectiva disponibilidade". Mas ainda não terão sido tomadas decisões; quando isso acontecer elas terão divulgação pública.
UMA MEMÓRIA DA RÁDIO
"Seria fastidiosa a enumeração dos programas literários, científicos e musicais que a E. N. transmite em cumprimento dos objectivos de ordem cultural, formativa e recreativa que prossegue. Lembro, muito genericamente, a rádio escolar, os programas de teatro, as palestras sobre literatura e língua portuguesa, sobre temas científicos da actualidade e sobre os problemas fundamentais da Nação Portuguesa, designadamente os de Defesa Nacional. Lembro, ainda, as séries sinfónicas, realizadas em salas de espectáculo, os serões para trabalhadores realizados nas fábricas, os serões para soldados, marinheiros e forças de segurança realizados nos quartéis ou em grandes salas de espectáculo".
Trata-se de uma conferência proferida por Clemente Rogeiro, em 1971, então director da Emissora, e incluida no livro de Moreira Baptista, Geraldes Cardoso, Clemente Rogeiro e Ramiro Valadão (1971). Opinião pública - imprensa, rádio, televisão - problemática nacional da informação. Lisboa: Gratelo, p. 52. Nessa altura, estava-se nos anos finais do regime, com o livro a reunir escritos das figuras centrais ligadas ao aparelho ideológico da informação, rádio e televisão.
Curiosa a definição de panorama da radiodifusão sonora em Portugal, segundo Clemente Rogeiro: "Como se sabe, em Portugal vigora um regime a que chamarei de pluralismo radiofónico, para empregar um termo tão do agrado desta nossa época singular que em tudo pretende ser plural (1971: 49). Rogeiro referia-se à existência mútua de estações públicas (oficiais) e privadas (particulares), conquanto nesse momento não estivesse ainda consignado o pluralismo de opinião e manifestação. A definição do director da Emissora tinha como contraponto a situação do monopólio da radiodifusão no Reino Unido, onde a BBC se opusera recentemente a prerrogativas concedidas às estações particulares. Contudo, naquelas ilhas existia, há já muito, televisão para além do serviço público da BBC, mas o texto de Clemente Rogeiro é omisso quanto a essa forma de pluralismo.
A MORTE DE JOSÉ AUGUSTO SEABRA
Recebi com pena a notícia. Apesar de nunca ter sido aluno dele - muito embora palmilhasse os mesmos corredores da Faculdade de Letras do Porto, nesses idos anos 70 - lembro-me das suas posições intelectuais e políticas, às vezes bastante polémicas. E dos textos que produziu, nomeadamente no Jornal das Letras. A minha singela homenagem.
JOHN HARTLEY EM PORTUGUÊS
Recebi ontem da Quimera um exemplar do livro de John Hartley, Comunicação, Estudos Culturais e Media. Trata-se da tradução de um já clássico dicionário de entradas, inicialmente publicado em 1982 com o título Key concepts in Communication Studies.
Prometendo voltar mais tarde ao texto, deixo aqui uma definição de indústrias criativas (a que eu aqui no blogue chamo indústrias culturais): "são aquelas que tomam talentos criativos tradicionais nas áreas de design, da representação, da produção e da escrita, e os combinam com técnicas de produção e distribuição dos media (para escala) e com novas tecnologias interactivas (para personalização), de forma a criar e distribuir conteúdo criativo pelo sector de serviços da nova economia. O modo de produção é «Hollywood», não «Detroit» - baseado em projectos e inovador, em vez de industrial e normalizado. É caracterizado por redes e parcerias" (p. 143).