Domingo, 26 de Junho de 2016
O comboio japonês de alta velocidade chama-se shinkansen (新幹線) e é operado pela Japan Railways (JR). A velocidade anda entre os 240 e 320 quilómetros por hora e a linha mais utilizada é a que liga Tóquio a Osaca. O shinkansen, com 16 carruagens em média, é conhecido pela sua pontualidade e conforto. Quando está a aproximar-se de uma estação, o passageiro é informado da paragem por breves momentos.
Nas imagens, também interiores do metropolitano de Osaca e Tóquio, autocarro de Quioto e linha regional JR entre Quioto e Nara.
Excertos (terceira semana de junho).
Sábado, 25 de Junho de 2016
Zozo-ji (templo budista onde estão sepultados antigos líderes japoneses), Yasukumi jinza e Atago jinja.
Sexta-feira, 24 de Junho de 2016
Na altura em que se conheceu a saída do Reino Unido da União Europeia após referendo, os dois principais jornais diários de Lisboa conhecem novos nomes para a sua liderança: David Dinis para o Público e Paulo Baldaia para o Diário de Notícias. Curioso o facto da rádio TSF ser ponto de partida ou chegada destes nomes: Baldaia saiu da direção da TSF em janeiro deste ano, substituído por David Dinis.
O santuário Fushimi Inari Taisha (伏見稲荷大社?), localizado em Fushimi-ku, Kyoto, é o santuário central dedicado ao deus do arroz e saké pelo grupo Hata no século VIII. Fica a 233 metros acima do nível da água do mar e inclui trilhos ao longo da montanha que levam a santuários mais pequenos. O santuário tem mais de cinco mil portas (torii) de cor laranja, o que o torna o local religioso mais popular do Japão. A raposa é um animal representado na estatuária do santuário, vista como mensageiro do Deus dos alimentos de grãos.
Quinta-feira, 23 de Junho de 2016
Kinkaku-ji (金閣寺, Templo do Pavilhão Dourado) é o nome dado ao templo Rokuon-ji (鹿苑寺), em Quioto, rodeado por um lago espelhado (Kyōko-chi). O pavilhão está coberto de folha de ouro puro. No telhado do pavilhão, existe uma fénix (fenghuang) dourada chinesa. O local foi usado, cerca de 1220, como local de descanso para Kintsune Saionji (西園寺公経, 1171-1244), nobre do período Kamakura e o primeiro a usar o nome Saionji. O pavilhão em si foi construído em 1397 para servir como sítio de descanso para o shogun Yoshimitsu Ashikaga [da Wikipedia].
Kiyomizu-dera (清水寺, Templo de Água Pura) fica situado no leste da cidade de Quioto. O templo foi fundado em 780 no local da cachoeira de Otowa, com nome derivado das águas da queda de água. O templo esteve ligado ao grupo Hosso, uma das escolas mais antigas do budismo japonês. Em 1994, o templo foi considerado património mundial da UNESCO. Kiyomizu-dera é conhecido plo seu chão de madeira para além do salão principal e fica 13 metros acima na colina, o que possibilita ao visitante desfrutar de uma bela vista com árvores de cereja e plátanos.
Construído em 1603 pelo shogun Tokwgawa para defender o palácio imperial de Quioto, é um exemplar da arquitetura residencial buke shoin zukuri. Amplas salas onde o shogun recebia os senhores feudais e permanecia, com paredes decoradas. Fica-se com pena de não se poder fotografar o interior dessas salas.
Quarta-feira, 22 de Junho de 2016
O bunraku é uma das artes performativas tradicionais japonesas das mais significativas, tornada património intangível da Unesco em 2003, combinando de modo colaborativo recitação narrativa, música shamisen e marionetas. As origens do Bunraku remontam ao seculo XVII, quando se integraram as apresentações antigas de marionetas (
ayatsuri ningyo) com as narrativas medievais (
joruri), chamadas narrativas de marionetas (
ningyo joruri).
A sua popularidade atingiu um grande sucesso com os trabalhos de Chikamatsu Monzaemon e o narrador Takemoto Gidayu e a criação do teatro Takemoto em Osaca em 1684. Os teatros que foram surgindo tiveram êxitos distintos até que, em meados do século XIX, Uemara Bunrakuken, natural de Awaji, abriu um novo teatro com tal sucesso que, a partir daí, o seu nome se tornou sinónimo desta forma de arte. Ainda hoje tem o nome de bunraku.
As melhores peças foram escritas no século XVIII e mantêm uma grande aceitação popular. Narrador (
tayu) e músico de Shamisen são elementos essenciais, em que exige sincronização na sua arte, envolvendo técnicas de controlo de respiração. O narrador atua em estilo de balada épica (
gidayu-bushi). Além de narrar a história dos acontecimentos, também descreve as características da personagem, fazendo vozes diferentes para marionetas que representam homens ou mulheres, velhos ou jovens e a natureza e sentimentos pessoais, de modo ao som parecer verosímil. Para a récita, o narrador segue um libreto (
yukahon), com cinco linhas por página. A tradição é a de o narrador copiar o libreto que usa na atuação, mas pode herdar um libreto do seu professor. Há ainda copistas tradicionais. Há ainda libretos de sete ou oito linhas verticais de escrita.
O shamisen, instrumento musical usado nas peças do bunraku, tem três dimensões, da mais pequena à maior. O uso de cordas mais ou menos finas dá uma mais ampla sonoridade, que acompanha a expressão da emoção em presença. O primeiro shamisen terá chegado ao porto de Osaca na década de 1560, ido das ilhas Ryukyu, mas no século XVII havia já alterações artísticas na sua forma, incluindo o aperfeiçoamento de um estilo vibrato. Para operar cada marioneta são precisos três bonecreiros ou operadores, o que torna o teatro bunraku único neste tipo. Apenas um operador, o mais qualificado, é que tem o rosto descoberto. Cada operador produz movimentos subtis, o que no conjunto significa maior aproximação às atitudes humanas. Os bonecos são guardados em peças, com as cabeças separadas da indumentária. As personagens femininas não têm pernas, pois o vestido comprido do quimono as taparia. As cabeças são tipificadas: o herói épico (
Bunshichi), o jovem inteligente (
Genda), a rapariga ingénua (
Musume), a mulher madura (
Fukeoyama). Às marionetas pode aplicar-se cabelo humano.
Em termos de guarda-roupa, este é mais pequeno do que na realidade e tem uma abertura atrás para a mão do marionetista. Apesar de o guarda-roupa no teatro bunraku ser mais estilizado que no teatro kabuki, os bonecos apresentam maior opulência (
jidaimono). Nas peças contemporâneas (
sewamono), o guarda-roupa é mais realístico, embora sempre com grande simbolismo na sua forma. Além do guarda-roupa, outros elementos vitais na representação são espadas, leques e chapéus de chuva, que introduzem efeitos narrativos e dramáticos. Aspeto a considerar é a construção do palco. Por vezes, a ação decorre em vários sítios, criando-se a ilusão de um chão onde andam as marionetas. Além da cena onde estão as marionetas e os seus operadores, pode existir uma dupla narração, uma de cada lado do palco. Quando se precisa de vozes e sons diferentes dos presentes no palco, narradores e músicos são substituídos num palco rotativo.
[informação retirada de folhetos e imagens do Teatro Nacional de Bunraku, Osaca]